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A atividade física emerge como peça central na edição deste ano do Outubro Rosa, uma campanha que a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) promove ao longo do mês para combater o cancro da mama, a principal causa de morte oncológica entre as mulheres em Portugal. A mensagem vai além da sensibilização para o diagnóstico precoce, enfatizando agora com maior vigor como o exercício constitui um aliado tangível, capaz de reduzir em cerca de 20% o risco de desenvolvimento da doença.
A evidência científica, que a LPCC agora traz para a praça pública, sugere que este hábito não é mero coadjuvante. Praticar desporto regularmente revela-se uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida durante os tratamentos, atenuar os seus efeitos secundários e contribuir para uma diminuição do risco de recidiva. Fala-se, assim, de um impacto que se estende do bem-estar físico ao equilíbrio emocional da pessoa com um diagnóstico.
Em paralelo, a LPCC, que representa a coligação EUROPA DONNA em Portugal, anuncia uma mudança prática de relevo no Programa de Rastreio de Base Populacional. A idade de acesso foi alargada, abrangendo agora gratuitamente mulheres dos 45 aos 74 anos, um alargamento que pretende captar uma faixa etária mais ampla. A convocatória para a mamografia, realizada em unidades móveis ou fixas, chegará às mulheres por carta ao domicílio ou através de uma mensagem SMS com os detalhes do exame.
“A prevenção, o rastreio e o diagnóstico precoce continuam a ser as melhores armas contra o cancro da mama. O Programa de Rastreio que desenvolvemos em colaboração com os Cuidados de Saúde Primários é totalmente gratuito e o facto de ter sido alargado a mulheres dos 45 e os 74 anos representa um avanço muito significativo: mais mulheres abrangidas, mais vidas protegidas e mais hipóteses de detetar a doença em estágios iniciais, quando as possibilidades de tratamento com sucesso são maiores”, sublinhou Vítor Veloso, Presidente da LPCC.
Os números, no entanto, lembram a urgência da campanha. Anualmente, Portugal regista perto de 9.000 novos casos de cancro da mama, com mais de 2.000 mulheres a sucumbirem perante a doença, de acordo com os últimos dados do Global Cancer Observatory. A campanha não ignora uma realidade menos conhecida: cerca de um por cento de todos os casos ocorrem em homens, um dado que impele a uma abordagem mais inclusiva na comunicação.
O calendário do Outubro Rosa reserva ainda atenção a três datas emblemáticas. A 13 de outubro assinala-se o Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático, seguindo-se o Dia Europeu da Saúde da Mama a 15 de outubro. A campanha encerra a 30 de outubro, data que em Portugal é dedicada à Prevenção do Cancro da Mama, fechando um mês de intensa atividade de consciencialização pública.
PR/HN



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