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Um conjunto de entidades da saúde juntou-se para lançar a campanha “Não deixe a gripe estragar a festa”, que visa sensibilizar pais e cuidadores para o peso desproporcionado que a gripe representa na população mais nova. A iniciativa surge na sequência de dados que revelam que, no pico da época gripal de dezembro de 2024, sete em cada dez atendimentos de urgência por síndrome gripal em Portugal envolveram crianças e adolescentes.
A campanha, que arrancou esta segunda-feira, pretende ir além do alerta clínico e sublinhar as ramificações sociais e económicas da doença. As crianças não só são mais vulneráveis a contrair o vírus fora de casa – têm uma probabilidade cinco vezes maior –, como atuam frequentemente como veículos de transmissão dentro do agregado familiar. Estima-se que, por cada 100 crianças com menos de três anos infectadas, se percam cerca de 195 dias de trabalho. Um fardo que sobrecarrega as rotinas domésticas e o sistema de saúde.
A mascote Viroco, apresentada como “o especialista em estragar a festa”, dá o rosto a esta edição, protagonizando materiais que procuram, de forma lúdica, incentivar a adopção de medidas preventivas. O site www.gripeinfantil.pt funciona como centro de recursos, agregando testes interactivos e recomendações validadas por especialistas.
Embora a maioria dos casos de gripe em idade pediátrica tenha uma evolução favorável, as complicações bacterianas – como otites, sinusites ou pneumonias – não são raras e contribuem para um aumento significativo da prescrição de antibióticos. Dados nacionais mostram ainda que 88% das crianças com menos de cinco anos internadas por gripe eram previamente saudáveis, contrariando a noção de que a hospitalização se restringe a grupos de risco.
A campanha é apoiada por entidades como a Associação Nacional de Farmácias, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica e a AstraZeneca, entre outras. A estratégia multiplataforma, com presença na rádio, imprensa e redes sociais, procura desfazer mitos e promover gestos simples como a higiene das mãos, a etiqueta respiratória e uma melhor ventilação dos espaços interiores.
Mais informações disponíveis em: www.gripeinfantil.pt



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