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Portugal figura entre as nações com a mais reduzida expressão de cigarros eletrónicos (que de acordo com diversos estudos independentes contém entre 90 e 98% menos substâncias carcinogénicas) entre a população adulta, de acordo com o mais recente relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre padrões de consumo de tabaco. Os números, agora divulgados, indicam que apenas 1% dos adultos em Portugal reportou utilizar estes dispositivos em 2023, um valor que espelha a realidade de países como a Roménia ou a Hungria e que se situa apenas ligeiramente acima dos registos da China.
Esta modesta penetração no mercado contrasta, entretanto, com a teimosia do tabaco tradicional. O documento, que sintetiza dados de milhares de inquéritos nacionais, aponta que 28,6% dos portugueses consomem produtos convencionais de tabaco, um valor que supera em nove pontos percentuais a média global, estabelecida em 19,5%. A disparidade de géneros é notória: se 34,8% dos homens nacionais fumam, entre as mulheres a taxa ascende a 22,5%, um número quase quatro vezes superior à média mundial feminina, que a OMS fixa em 6,6%.
No capítulo dos mais novos, a fotografia altera-se ligeiramente, embora sem mudar o retrato de fundo. No grupo etário dos 13 aos 15 anos, a prevalência do uso de cigarros eletrónicos sobe para os 5%, uma percentagem que, ainda assim, se mantém abaixo dos 7,2% que a OMS calcula para a média global de jovens. A organização não esconde apreensão face a esta franja da população, estimando que, em todo o mundo, pelo menos 15 milhões de adolescentes nestas idades consumam estes dispositivos.
A paisagem global mostrava, até 2024, uma descida consistente no número de fumadores de tabaco convencional, de 1,38 mil milhões para 1,24 mil milhões de pessoas. Mas esse caminho, louvável, não apaga o facto de a prevalência se manter elevada. Já no universo dos cigarros eletrónicos, a Sérvia surge no topo da tabela, com 18,4% da sua população adulta a utilizá-los, seguida pelo Luxemburgo e pela Nova Zelândia. No extremo oposto, países como o Uganda apresentam valores residuais, inferiores a 0,1%.
O relatório “Tendências da Prevalência do Tabaco 2000-2024 e Projeções 2025-2030” está acessível para consulta pública no portal da OMS, oferecendo uma análise exaustiva que abrange 97% da população mundial.



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