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O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, defendeu esta segunda-feira que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, perdeu a autoridade política “há muito tempo”. À saída de uma visita ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, Carneiro não poupou críticas ao executivo, acusando-o de uma falta de seriedade gritante na forma como tem conduzido o dossier do Hospital do Oeste.
“Há muito tempo que a ministra perdeu a autoridade política”, disparou o socialista, quando interrogado pelos jornalistas sobre as condições para Ana Paula Martins se manter no cargo. Apesar do tom contundente, Carneiro preferiu colocar a responsabilidade política no primeiro-ministro, Luís Montenegro, por ter decidido “manter a ministra que estava já sem autoridade política” desde a greve no INEM, “em que ninguém assumiu responsabilidades por aquilo que se passou”.
O líder do PS não se ficou por aqui e alargou o alcance das suas críticas, apontando falhas ao Governo “em toda a linha nos compromissos que assumiu com as portuguesas e com os portugueses na área da saúde”. Aproveitou para lançar o caso da localização do futuro Hospital do Oeste como exemplo de uma gestão pouco transparente. Disse existir uma “falta de seriedade que está plasmada nas declarações do primeiro-ministro nas Caldas da Rainha”.
Carneiro lembrou que uma avaliação técnica anterior, realizada sob a governação do PS, tinha apontado o Bombarral como a localização adequada para a nova unidade hospitalar. Um processo que se encontra presentemente suspenso pelo executivo PSD/CDS-PP. O socialista desafiou os jornalistas a ouvirem as declarações do deputado do PSD Hugo Oliveira – que é também candidato do partido à Câmara das Caldas da Rainha – e as do próprio Luís Montenegro, para que retirem as suas “conclusões sobre a forma como se define o interesse público” nesta matéria.
Perante a insistência dos repórteres para que clarificasse a posição concreta do PS sobre o imbróglio do hospital, Carneiro limitou-se a classificar a situação como “uma falta de sentido de Estado”.
Estas declarações surgem no seguimento de um jantar-comício realizado na véspera, nas Caldas da Rainha, onde o presidente do PSD, Luís Montenegro, prometeu que a decisão final sobre o Hospital do Oeste só será tomada após “um processo de avaliação aprofundado e fundamentado”. Montenegro discursava num evento de apoio ao seu candidato autárquico, precisamente o deputado Hugo Oliveira.
Mais cedo, os deputados socialistas eleitos por Leiria, Catarina Louro e Eurico Brilhante Dias, já tinham dirigido uma pergunta por escrito à ministra da Saúde. Os parlamentares alegavam que “declarações públicas contraditórias” de candidatos autárquicos, no calor da campanha, estavam a pôr em causa “a transparência e o rigor técnico do processo de decisão”. A solução anunciada em 2023 pelo então ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que previa a construção do equipamento na Quinta do Falcão, no Bombarral, foi suspensa pelo atual Governo.
NR/HN/Lusa



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