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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) veio a público exigir do Ministério da Saúde a divulgação urgente e integral do mapa de vagas para a colocação de novos especialistas, num momento considerado crucial para o planeamento da carreira. A estrutura liderada por Jorge Roque da Cunha alerta que o próximo concurso não pode repetir erros do passado e tem de espelhar na totalidade as necessidades sentidas nas unidades locais de saúde, nos institutos de oncologia e nos serviços dependentes das pastas da Defesa e da Justiça.
Em comunicado, o sindicato insiste que a transparência na apresentação das vagas é um pilar para travar a fuga de médicos do sistema público. “É indispensável que sejam rapidamente divulgadas as vagas disponíveis, de forma transparente e ajustada às reais necessidades”, pode ler-se no documento, que aponta o dedo à morosidade habitual dos processos. A falta de previsibilidade, argumentam, mina qualquer tentativa de fixação de profissionais e de reforço consistente do SNS.
Na mesma linha de críticas, o SIM recorda os constrangimentos do concurso de consultor de 2023, cujos júris, diz, só foram nomeados muitos meses após a abertura das candidaturas, um atraso que condenou o procedimento a um caminho de obstáculos. Para evitar cenários semelhantes, a estrutura sindical defende que o novo concurso para esta categoria deve ser lançado atempadamente, assegurando-se desde logo a constituição dos júris.
A pressão estende-se ainda ao anúncio das 350 vagas para assistentes graduados sénior, o topo da carreira hospitalar, uma medida que estava prevista no acordo fechado entre as partes no final do ano transato. O sindicato reclama a publicação imediata do respetivo aviso, considerando esta progressão um antídoto necessário para a escassez gritante de quadros superiores. O Ministério da Saúde havia justificado a medida como vital para uma progressão mais sustentável e para a manutenção da capacidade formativa do SNS, mas a concretização parece arrastar-se no tempo, gerando desconforto entre os médicos.
A nota do SIM surge num período particularmente sensível, o da segunda época de avaliação final do internato, altura em que os jovens médicos definem o seu futuro profissional. Sem um número claro de vagas e sem a garantia de que cobrem todas as lacunas do sistema, o risco de desânimo e de fuga para o setor privado ou para o estrangeiro agrava-se. É, no fundo, uma corrida contra o relógio para travar uma hemorragia que teima em não estancar.
NR/HN/Lusa



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