Contaminação por Césio-137 em Java motiva controlos e realojamento de populares

9 de Outubro 2025

O governo indonésio reforçou a segurança e os controlos numa zona industrial de Java, identificada como a fonte de contaminação radioativa em camarões exportados. Pelo menos nove pessoas apresentaram resultados positivos para o isótopo Césio-137

A Indonésia está a apertar a vigilância numa área industrial de Cikande, na ilha de Java, depois de uma investigação ter apontado este local como a origem da contaminação por Césio-137 detetada em carregamentos de camarão congelado. Os embarques tinham sido recolhidos pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos no mês de agosto, levantando o alerta que agora levou ao cerco a esta zona, situada a cerca de 60 quilómetros a oeste da capital.

Em resposta, foi montada uma operação de controlo que abrange pelo menos 22 instalações de produção, todas elas com níveis confirmados de contaminação. Bara Hasibuan, o porta-voz da célula de crise governamental, explicou que foram instalados equipamentos para verificar a radioatividade em viaturas e camiões que circulam na área. “Estamos a reforçar as restrições de circulação e continuamos à procura da instalação onde a contaminação poderá ter ocorrido”, admitiu Hasibuan aos jornalistas, numa declaração reproduzida pela France-Presse. A busca pela origem exata do incidente, contudo, mantém-se envolta em pressa e incerteza.

O rasto do isótopo radioativo não se ficou pelas mercadorias. Exames médicos realizados aos trabalhadores da zona industrial e a residentes das redondezas confirmaram que nove indivíduos inalaram ou contactaram com o Césio-137. Após observação hospitalar, foi permitido o regresso a casa da maioria, mas alguns tiveram de ser deslocados temporariamente para procedimentos de descontaminação, avançou o ministro do Ambiente, Hanif Faisol Nurofiq. Uma situação que deixou marcas de apreensão nas comunidades locais.

Na tentativa de travar a raiz do problema, o Executivo pondera agora medidas mais duras. O porta-voz Bara Hasibuan adiantou que o governo vai impor restrições à importação de sucata, suspeita de estar na gênese desta fuga radioativa. Uma pista que, se confirmada, expõe falhas nos mecanismos de controlo de materiais perigosos que entram no país. O caso dos camarões radioativos tornou-se, assim, num sério aviso para as autoridades de Jacarta, forçando uma revisão de procedimentos à luz de uma contaminação que atravessou oceanos.

NR/HN/Lusa

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Bolsas Mais Valor em Saúde distinguem quatro projetos inovadores no SNS

Gilead Sciences, em parceria com a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), a Exigo e a Vision for Value, anunciou os vencedores da 4ª edição das Bolsas Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem, iniciativa que distingue projetos inovadores no Serviço Nacional de Saúde (SNS) focados na metodologia Value-Based Healthcare (VBHC). 

Dia Mundial da DPOC: Uma Doença Prevenível que Ainda Mata

No dia 19 de novembro assinala-se o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), uma condição respiratória crónica que, apesar de ser prevenível e tratável, continua a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade a nível global.

Patrícia Costa Reis: “Precisamos de diagnosticar mais cedo a XLH”

Numa entrevista exclusiva ao HealthNews, Patrícia Costa Reis, gastroenterologista pediátrica, investigadora e professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa – Hospital de Santa Maria -, esclarece os mecanismos e impactos da XLH (hipofosfatemia ligada ao cromossoma X). Esta doença genética rara provoca perdas de fósforo, originando raquitismo, deformidades ósseas, dor crónica e fadiga. A especialista destaca a importância do diagnóstico precoce, o papel crucial das equipas multidisciplinares e a mudança de paradigma no tratamento com a introdução de terapêuticas dirigidas.

Menos arsénio na água diminui mortes por cancro e doenças cardíacas

Um estudo recente publicado na revista científica JAMA revela que a diminuição dos níveis de arsénio na água potável está associada a uma redução significativa da mortalidade por doenças crónicas, incluindo cancro e doenças cardiovasculares. 

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights