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A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou esta sexta-feira que o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental está a intervir no serviço de Dermatovenereologia do Hospital Egas Moniz, após uma inspeção ter identificado condições que colocam em risco a segurança de quem ali trabalha ou é tratado. As declarações foram feitas à saída de uma iniciativa sobre saúde mental no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Ana Paula Martins procurou passar tranquilidade, embora sem adiantar prazos concretos para a resolução do problema. “Acompanhamos através da presidente da Unidade Local de Saúde, com quem falei já várias vezes sobre esta situação, e neste momento a Unidade Local de Saúde e o Conselho de Administração já estão a ter uma intervenção”, disse aos jornalistas, comentando a notícia avançada pelo jornal Nascer do SOL.
O cerne da questão remonta a 2020, altura em que umas primeiras medições acusaram níveis preocupantes de poluentes no interior do serviço. O relatório mais recente do Serviço de Segurança e Saúde no Trabalho, realizado no ano passado, veio confirmar a presença de formaldeído e compostos orgânicos voláteis, substâncias que comprometem de forma grave a qualidade do ar que se respira naquela ala do hospital. A situação é considerada de tal modo crítica que impôs a interdição de acesso a grávidas e a mulheres que estejam a amamentar.
No terreno, a perceção entre os profissionais é de uma morosidade exasperante. Desde que o problema foi identificado que não cessaram os alertas para a ausência de uma solução definitiva, tendo mesmo escalado o caso para o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social através de uma carta. Fontes hospitalares confirmam que, em consequência direta das condições ambientais, uma médica do serviço que estava grávida teve de ser remanejada por precaução, um episódio que ilustra os constrangimentos no dia a dia daquela unidade.



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