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Donald Trump realizou esta sexta-feira uma deslocação ao Centro Nacional Médico Militar Walter Reed, um périplo que a sua equipa classifica de rotina. O Presidente norte-americano havia antecipado aos jornalistas, ainda no Salão Oval, que iria “reunir-me com as tropas e também farei uma espécie de exame físico semestral”. As suas palavras, proferidas na quinta-feira, pintaram um quadro informal do que estava para vir.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, tratou o assunto com um tom mais técnico, descrevendo a agenda do Presidente como um “`check-up´ anual de rotina”. Esta divergência de prazos – semestral versus anual – não foi explicada pela equipa de comunicação. O que se sabe é que Trump abandonou a residência presidencial por volta das 10:45 (hora local), regressando ao final da tarde, pelas 14:15. No caminho de volta, visivelmente, não se dignou a responder às questões que os jornalistas lhe atiravam, mantendo um silêncio que contrasta com a sua habitual loquacidade.
A verdade é que a Casa Branca não se mostrou propensa a adiantar pormenores. A equipa recusou-se a indicar quando, ou mesmo se, serão divulgados os resultados dos exames realizados. Esta opacidade não é inédita. Os ocupantes da Casa Branca detêm tradicionalmente um controlo quase absoluto sobre as informações médicas que tornam públicas, um poder discricionário que Trump não parece inclinado a abdicar.
A visita, já de si, levanta algumas interrogações. A Casa Branca evitou esclarecer o motivo concreto para um novo check-up no Walter Reed, localizado em Bethesda, Maryland. Um exame médico anual tinha sido já realizado em abril, com conclusões que atestavam a sua aptidão “total” para o cargo. Mais recentemente, em julho, a administração foi forçada a admitir que Trump realizara testes adicionais após ter notado um “ligeiro inchaço” nas pernas. Os diagnósticos apontaram para uma insuficiência venosa crónica, uma condição comum que afeta a circulação sanguínea.
Esta ida ao hospital, anunciada no início da semana, surge num momento particularmente sensível da agenda internacional do Presidente. Trump prepara-se para viajar para o Médio Oriente, logo após a aprovação pelo governo israelita de um acordo de paz inicial com o Hamas. Um cenário geopolítico complexo que exige um líder percebido como plenamente capaz, um subtexto que nunca está longe de qualquer discussão sobre a saúde de um presidente norte-americano.
NR/HN/Lusa



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