Presidente norte-americano submete-se a “check-up” semestral

11 de Outubro 2025

O Presidente dos EUA, Donald Trump, deslocou-se ao Centro Médico Militar Walter Reed para um exame físico. A visita, anunciada como rotina, ocorre meses após o último check-up e numa fase de preparação de uma deslocação ao Médio Oriente

Donald Trump realizou esta sexta-feira uma deslocação ao Centro Nacional Médico Militar Walter Reed, um périplo que a sua equipa classifica de rotina. O Presidente norte-americano havia antecipado aos jornalistas, ainda no Salão Oval, que iria “reunir-me com as tropas e também farei uma espécie de exame físico semestral”. As suas palavras, proferidas na quinta-feira, pintaram um quadro informal do que estava para vir.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, tratou o assunto com um tom mais técnico, descrevendo a agenda do Presidente como um “`check-up´ anual de rotina”. Esta divergência de prazos – semestral versus anual – não foi explicada pela equipa de comunicação. O que se sabe é que Trump abandonou a residência presidencial por volta das 10:45 (hora local), regressando ao final da tarde, pelas 14:15. No caminho de volta, visivelmente, não se dignou a responder às questões que os jornalistas lhe atiravam, mantendo um silêncio que contrasta com a sua habitual loquacidade.

A verdade é que a Casa Branca não se mostrou propensa a adiantar pormenores. A equipa recusou-se a indicar quando, ou mesmo se, serão divulgados os resultados dos exames realizados. Esta opacidade não é inédita. Os ocupantes da Casa Branca detêm tradicionalmente um controlo quase absoluto sobre as informações médicas que tornam públicas, um poder discricionário que Trump não parece inclinado a abdicar.

A visita, já de si, levanta algumas interrogações. A Casa Branca evitou esclarecer o motivo concreto para um novo check-up no Walter Reed, localizado em Bethesda, Maryland. Um exame médico anual tinha sido já realizado em abril, com conclusões que atestavam a sua aptidão “total” para o cargo. Mais recentemente, em julho, a administração foi forçada a admitir que Trump realizara testes adicionais após ter notado um “ligeiro inchaço” nas pernas. Os diagnósticos apontaram para uma insuficiência venosa crónica, uma condição comum que afeta a circulação sanguínea.

Esta ida ao hospital, anunciada no início da semana, surge num momento particularmente sensível da agenda internacional do Presidente. Trump prepara-se para viajar para o Médio Oriente, logo após a aprovação pelo governo israelita de um acordo de paz inicial com o Hamas. Um cenário geopolítico complexo que exige um líder percebido como plenamente capaz, um subtexto que nunca está longe de qualquer discussão sobre a saúde de um presidente norte-americano.

NR/HN/Lusa

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Bolsas Mais Valor em Saúde distinguem quatro projetos inovadores no SNS

Gilead Sciences, em parceria com a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), a Exigo e a Vision for Value, anunciou os vencedores da 4ª edição das Bolsas Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem, iniciativa que distingue projetos inovadores no Serviço Nacional de Saúde (SNS) focados na metodologia Value-Based Healthcare (VBHC). 

Dia Mundial da DPOC: Uma Doença Prevenível que Ainda Mata

No dia 19 de novembro assinala-se o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), uma condição respiratória crónica que, apesar de ser prevenível e tratável, continua a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade a nível global.

Patrícia Costa Reis: “Precisamos de diagnosticar mais cedo a XLH”

Numa entrevista exclusiva ao HealthNews, Patrícia Costa Reis, gastroenterologista pediátrica, investigadora e professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa – Hospital de Santa Maria -, esclarece os mecanismos e impactos da XLH (hipofosfatemia ligada ao cromossoma X). Esta doença genética rara provoca perdas de fósforo, originando raquitismo, deformidades ósseas, dor crónica e fadiga. A especialista destaca a importância do diagnóstico precoce, o papel crucial das equipas multidisciplinares e a mudança de paradigma no tratamento com a introdução de terapêuticas dirigidas.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights