Projeto na Marinha Grande combate obesidade juvenil

14 de Outubro 2025

Iniciativa "DAR'te & MOVE'te" pretende alcançar 220 adolescentes com problemas de peso. Coordenadora Margarida Pedroso espera que metade melhore condição física e hábitos de vida através de abordagem multidisciplinar.

Um projeto do Judo Clube da Marinha Grande colocou a mira na obesidade que afeta jovens entre os 12 e os 17 anos. A ambição do “DAR’te & MOVE’te” passa por envolver 220 adolescentes do concelho, num esforço de três anos que arrancou em setembro com as primeiras avaliações. A meta traçada é que, pelo menos, metade desses participantes revelem progressos mensuráveis, não apenas na balança mas sobretudo na adoção de rotinas mais saudáveis.

Margarida Pedroso, coordenadora da iniciativa, sublinha que a ideia não é nova. Já andava no ar, germinada a partir de uma sugestão concreta da enfermeira Ana Laura Baridó, coordenadora da Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC), entidade parceira no projeto. “A UCC já tinha um projeto parecido, mas não com esta envergadura”, confessa Margarida Pedroso, demarcando a escala inédita da intervenção agora em curso.

O plano não se circunscreve ao exercício físico. A nutrição, a psicologia e até o teatro compõem este mosaico de respostas. A abordagem estende-se aos pais, peça considerada fundamental neste puzzle. “Estamos a falar de jovens que, normalmente, não fazem a alimentação deles”, justifica a coordenadora, apontando para a necessidade de alterar dinâmicas familiares. A ideia, garante, não é ministrar aulas formais. O objetivo desenha-se antes através de jogos e atividades a desenvolver diretamente nas escolas, tornando a mensagem mais palatável.

Do lado do Judo Clube, assume-se a responsabilidade pela vertente desportiva, que inclui a modalidade de judo e a preparação física, com a instalação de ginásios. O projeto, que representa um investimento global de 217 mil euros, conta com um financiamento de 80% através do programa Inovação Social. Os restantes 20% repartem-se pelo Município da Marinha Grande e por empresas locais que abraçaram a causa. O clube defende que este modelo de parceria entre setores prova a viabilidade do investimento social como alavanca para uma transformação concreta na comunidade.

NR/HN/Lusa

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

APEF e Ordem dos Farmacêuticos apresentam Livro Branco da formação

A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) promove a 22 de novembro, em Lisboa, o Fórum do Ensino Farmacêutico. O ponto alto do evento será o lançamento oficial do Livro Branco do Ensino Farmacêutico, um documento estratégico que resulta de um amplo trabalho colaborativo e que traça um novo rumo para a formação na área. O debate reunirá figuras de topo do setor.

Convenções de Medicina Geral e Familiar: APMF prevê fracasso à imagem das USF Tipo C

A Associação Portuguesa de Médicos de Família Independentes considera que as convenções para Medicina Geral e Familiar, cujas condições foram divulgadas pela ACSS, estão condenadas ao insucesso. Num comunicado, a APMF aponta remunerações insuficientes, obrigações excessivas e a replicação do mesmo modelo financeiro que levou ao falhanço das USF Tipo C. A associação alerta que a medida, parte da promessa eleitoral de garantir médico de família a todos os cidadãos até final de 2025, se revelará irrealizável, deixando um milhão e meio de utentes sem a resposta necessária.

II Conferência RALS: Inês Morais Vilaça defende que “os projetos não são nossos” e apela a esforços conjuntos

No segundo dia da II Conferência de Literacia em Saúde, organizada pela Rede Académica de Literacia em Saúde (RALS) em Viana do Castelo, Inês Morais Vilaça, da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, sublinhou a necessidade de unir sinergias e evitar repetições, defendendo que a sustentabilidade dos projetos passa pela sua capacidade de replicação.

Bragança acolhe fórum regional dos Estados Gerais da Bioética organizado pela Ordem dos Farmacêuticos

A Ordem dos Farmacêuticos organiza esta terça-feira, 11 de novembro, em Bragança, um fórum regional no âmbito dos Estados Gerais da Bioética. A sessão, que decorrerá na ESTIG, contará com a presença do Bastonário Helder Mota Filipe e integra um esforço nacional do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida para reforçar o diálogo com a sociedade e os profissionais, recolhendo contributos para uma eventual revisão do seu regime jurídico e refletindo sobre o seu papel no contexto tecnológico e social contemporâneo.

Lucília Nunes na II Conferência da RALS: “A linguagem técnica é uma conspiração contra os leigos”

No II Encontro da Rede Académica de Literacia em Saúde, em Viana do Castelo, Lucília Nunes, do Instituto Politécnico de Setúbal ,questionou as certezas sobre autonomia do doente. “Quem é que disse que as pessoas precisavam de ser mais autónomas?”, provocou, ligando a literacia a uma questão de dignidade humana que ultrapassa a mera adesão a tratamentos

II Conferência RALS: Daniel Gonçalves defende que “o palco pode ser um bom ponto de partida” para a saúde psicológica

No âmbito do II Encontro da Rede Académica de Literacia em Saúde, realizado em Viana do Castelo, foi apresentado o projeto “Dramaticamente: Saúde Psicológica em Cena”. Desenvolvido com uma turma do 6.º ano num território socialmente vulnerável, a iniciativa recorreu ao teatro para promover competências emocionais e de comunicação. Daniel Gonçalves, responsável pela intervenção, partilhou os contornos de um trabalho que, apesar da sua curta duração, revelou potencial para criar espaços seguros de expressão entre os alunos.

RALS 2025: Rita Rodrigues, “Literacia em saúde não se limita a transmitir informação”

Na II Conferência da Rede Académica de Literacia em Saúde (RALS), em Viana do Castelo, Rita Rodrigues partilhou como o projeto IMPEC+ está a transformar espaços académicos. “A literacia em saúde não se limita a transmitir informação”, afirmou a coordenadora do projeto, defendendo uma abordagem que parte das reais necessidades dos estudantes. Da humanização de corredores à criação de casas de banho sem género, o trabalho apresentado no painel “Ambientes Promotores de Literacia em Saúde” mostrou como pequenas mudanças criam ambientes mais inclusivos e capacitantes.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights