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O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Miguel Pavão, exigiu esta quarta-feira à ministra da Saúde um reforço orçamental concreto para a saúde oral no Orçamento do Estado para 2026. Na sequência de uma reunião com Ana Paula Martins, em Lisboa, Pavão insistiu na necessidade de verbas específicas, sublinhando que a atual falta de investimento está a deixar gabinetes equipados com fundos do PRR inoperacionais, por falta de profissionais integrados.
O líder dos dentistas traçou um cenário preocupante, no qual equipamentos novos estão parados, sem que haja um caminho definido para colocar médicos dentistas a trabalhar no SNS. A valorização da carreira foi apontada como solução urgente, com o bastonário a citar o caso da Madeira, onde existe uma carreira própria que permite essa integração no serviço regional de saúde.
A OMD mostrou-se disponível para cooperar no desenvolvimento do Boletim Individual de Saúde Oral Eletrónico, um projeto do Governo que obteve aval técnico dos SPMS. Paralelamente, foi proposta uma remodelação do programa Cheque-Dentista, alargando-o a novas valências como a reabilitação oral, a prótese e situações de traumatismo. Apesar de a ministra ter manifestado a intenção política de criar uma rede de clínicas de saúde oral, Pavão lamentou a ausência de pormenores sobre o modelo de funcionamento, frisando que tudo ficará no papel sem um compromisso orçamental claro.
“Investir na saúde oral não é um custo, é uma escolha política inteligente e que traz retorno”, afirmou o bastonário, vincando que este investimento se traduz na prevenção de doenças, na redução de urgências e hospitalizações e no alívio da carga de patologias como a diabetes. O objetivo, defendeu, é aumentar a qualidade de vida dos portugueses e fazer da saúde oral um direito efectivo. A Ordem reiterou a sua colaboração para uma estratégia nacional, recordando que mais de seis milhões de portugueses enfrentam problemas dentários.
NR/HN/Lusa



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