Num percurso qualquer, uma mulher corre. O cansaço ameaça interromper o seu passo, mas outro, vindo na direção contrária, estende-lhe um olhar de incentivo. Esse breve instante de cumplicidade, capturado no novo vídeo da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) para a campanha Outubro Rosa 2025, pretende ir além do simbólico. A narrativa, lançada precisamente no Dia Mundial da Saúde da Mama, estabelece um paralelo claro entre a prática desportiva e o percurso da doença, sugerindo que a atividade física não só reduz o risco de desenvolver cancro da mama como se constitui como um pilar durante o tratamento.

A escolha da metáfora não é inocente. Tal como na corrida, também no combate à patologia oncológica o caminho por vezes parece interminável. A força, sublinha a LPCC, pode surgir do apoio, da motivação e da partilha. Para que a mensagem ecoe além do universo digital, onde o filme está a ser divulgado nas redes sociais e no site da instituição, a peça vai ser exibida em canais de televisão e a bordo dos comboios Alfa Pendular da CP. O objetivo é captar um público diversificado, transformando meios de transporte e de comunicação em palco para um elo de solidariedade.

A campanha serve ainda de montra para a “Rota Rosa”, um leque de caminhadas solidárias e ações de sensibilização que se desenrolam um pouco por todo o país durante este mês. Estas iniciativas, que congregam comunidades locais, pretendem homenagear as mulheres que enfrentam a doença, ao mesmo tempo que insistem na necessidade de normalizar o rastreio e de diagnosticar atempadamente. A 30 de outubro, com o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, a LPCC encontrará mais uma oportunidade para reforçar este apelo.

Os números, estes, são bem concretos. Anualmente, Portugal regista perto de nove mil novos casos de cancro da mama, uma doença que tira a vida a mais de duas mil mulheres no mesmo período. Apesar de a sua incidência ser esmagadoramente feminina, cerca de um por cento dos diagnósticos recai em homens, um dado que a Liga não negligencia e que a leva a advogar por uma abordagem inclusiva em todas as suas mensagens. O vídeo, sem grandes alardes, é mais um gesto no compromisso contínuo da instituição, um convite para que a sociedade, no seu todo, não deixe de correr esta corrida.

PR/HN