Adesão terapêutica crucial no controlo da Insuficiência Cardíaca

16 de Outubro 2025

A AADIC promove um webinar a 22 de outubro para debater a adesão ao tratamento na Insuficiência Cardíaca. Com especialistas e um doente, o evento online pretende mostrar como o cumprimento terapêutico influencia a qualidade de vida.

A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC) organiza, no próximo dia 22 de outubro, pelas 21h00, o webinar “Insuficiência Cardíaca: Melhor Adesão ao Tratamento, Mais Vida”. A sessão, que conta com o apoio da Boehringer Ingelheim, será transmitida em direto através da página de Facebook e do canal de YouTube da associação.

A iniciativa surge num contexto em que as taxas de reinternamento se mantêm elevadas. Estatísticas conhecidas indicam que uma em cada quatro pessoas com Insuficiência Cardíaca volta a ser hospitalizada no primeiro ano após um episódio agudo. No mesmo período, uma em cada cinco não sobrevive. Estes valores sublinham a premência de uma melhor adesão ao regime terapêutico, entendida como um pilar para travar a progressão da doença.

Para desmontar os desafios que se colocam na prática clínica, a AADIC convidou um painel de oradores. Liliana Calixto, farmacêutica clínica do Hospital Santa Cruz, e Catarina Bastos, enfermeira da Clínica de Insuficiência Cardíaca do Hospital São Francisco Xavier, trarão a perspetiva dos profissionais de saúde. A moderação estará a cargo de Maria José Rebocho, cardiologista e membro do conselho técnico-científico da associação.

“A Adesão ao Regime Terapêutico (ART) é promotora da redução de episódios de descompensações agudas, de hospitalizações recorrentes e de um maior controlo sintomático da síndrome”, afirmou Catarina Bastos, enfatizando o trabalho de proximidade que a equipa de enfermagem desenvolve com a pessoa e a família. Esse acompanhamento passa por instruir sobre alimentação, gestão da atividade, medicação e autovigilância.

Por seu lado, Liliana Calixto descreveu a adesão como o “alicerce do controlo” da patologia. “Quando o doente compreende a importância de cada medicamento e se sente apoiado, ganha confiança e torna-se protagonista da sua própria saúde”, referiu. Na sua ótica, o farmacêutico atua como uma ponte, transformando a prescrição médica em compreensão, rotina e compromisso, além de auxiliar na organização do tratamento e na prevenção de interações.

A sessão reserva ainda um momento para o testemunho na primeira pessoa, com um doente a partilhar a sua experiência e os obstáculos que enfrenta no dia a dia para cumprir o plano terapêutico estabelecido. No final, os especialistas responderão às questões colocadas pela assistência virtual, composta por doentes, cuidadores e público em geral. O objetivo último é claro: demonstrar que seguir corretamente a terapêutica prescrita não é um mero formalismo, mas um gesto concreto que acrescenta vida aos anos.

PR/HN

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