Hemodiálise do Hospital de Ponta Delgada com capacidade para mais 12 utentes

22 de Outubro 2025

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, nos Açores, tem condições para receber mais 12 utentes no serviço de hemodiálise, revelou hoje a secretária Regional da Saúde e Segurança Social.

Afirmando que “está já concluída a instalação de mais dois postes na estação de águas do HDES”, Mónica Seidi referiu que essa obra vai “permitir que mais 12 utentes” venham a beneficiar do serviço de hemodiálise do HDES.

A governante falava após um encontro que teve hoje com o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, e a delegação regional da APIR – Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada.

Admitindo que será necessário a externalização da hemodiálise, a titular da pasta da Saúde disse que não será no imediato, mas “naturalmente fará parte do plano futuro do HDES”.

O presidente da delegação dos Açores da APIR, Osório Meneses da Silva, também declarações aos jornalistas, reiterou que “as condições que existem no serviço de hemodiálise do HDES”, em termos de instalações, não são as adequadas, numa altura em que tem “aumentado cada vez mais o número de doentes insuficientes renais nos Açores”, de forma “particular na ilha de São Miguel”.

O responsável referiu que os recursos humanos “não são os ideais para dar uma resposta mais eficaz àquilo que são as necessidades dos doentes”.

Osório Silva salvaguardou que, após o incêndio no HDES, “estas dificuldades aumentaram mais”, bem como o acesso dos utentes a consultas da especialidade e exames complementares, o que “infelizmente demora, às vezes, mais de um ano”.

O responsável adiantou que os doentes em hemodiálise “levam demasiado tempo a serem inscritos na lista ativa para transplante”, havendo situações de dois anos, “quando em termos práticos deveriam levar um tempo mais curto, de seis meses”.

“É do interesse da região que, quanto mais doentes transplantados serão, menos os doentes na diálise e menos serviço para o HDES de hemodiálise, que está nas condições que são públicas”, afirmou.

Osório Silva saiu da reunião com a convicção de que, no futuro, “de facto não vai haver por parte do HDES capacidade para dar uma resposta eficaz ao nível do serviço de hemodiálise”, havendo a necessidade de “externalizar o serviço”.

Nos Açores existem cerca de 400 doentes que fazem hemodiálise, segundo a delegação regional da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais.

lusa/HN

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