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Joana Bordalo e Sá responsabilizou o Governo liderado por Luís Montenegro pela situação, acusando-o de uma postura “totalmente intransigente” nas negociações e de não investir adequadamente nos recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A dirigente alertou para a falta de perspetivas de valorização da carreira médica, que tem levado à saída de profissionais do SNS e à desmotivação dos médicos mais jovens em formação.
A dirigente da FNAM destacou a situação crítica na área da obstetrícia, onde têm ocorrido partos em locais inadequados, como ruas e ambulâncias, refletindo a desestabilização do SNS. Esta situação, segundo Joana Bordalo e Sá, poderá agravar-se com a implementação do plano do Ministério da Saúde para criar serviços regionais de urgência, que, a seu ver, implicam uma mobilização forçada dos médicos para unidades fora do concelho onde trabalham, contrariando os acordos coletivos vigentes.
O encerramento das urgências de obstetrícia em algumas zonas, como a península de Setúbal, força grávidas e recém-nascidos a deslocações longas para serem atendidos, inclusive para hospitais em Lisboa, onde os serviços também não garantem atendimento 24 horas. A FNAM considera que estas medidas revelam um claro desinvestimento no SNS, prejudicando a população e a qualidade dos cuidados prestados.
Está agendada para a tarde de hoje uma reunião negocial online entre a FNAM e o Ministério da Saúde, na qual deverão ser apresentados os diplomas finais relativos às urgências regionais e aos centros de elevado desempenho em ginecologia e obstetrícia. No entanto, a FNAM denuncia falta de diálogo efetivo, com o Governo a impor soluções sem considerar as propostas dos médicos, o que poderá levar a uma maior saída de profissionais do SNS.
Joana Bordalo e Sá reafirmou que a Federação mantém as suas propostas e está disponível para o diálogo, defendendo um SNS público, acessível e próximo da população, como garante fundamental da democracia. Por tudo isto, a FNAM insiste na necessidade da substituição da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, considerando que a atual liderança não tem conseguido responder aos desafios do sistema de saúde, que se encontra em degradação, enquanto o setor privado continua a investir milhões de euros, beneficiando de políticas governamentais favoráveis.
Esta greve dos médicos insere-se num contexto de crescente tensão e insatisfação no SNS, refletindo a urgência de medidas que valorizem os profissionais e assegurem a qualidade e a proximidade dos cuidados de saúde a toda a população portuguesa
lusa/FNAM/HN



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