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A investigação acompanhou 714 indivíduos ao longo de vários anos e constatou que a audição comprometida obriga o cérebro a dedicar maiores recursos à compreensão da fala, em detrimento de outras funções como a atenção, memória e equilíbrio.
Os resultados indicam que os pacientes com perda auditiva não tratada apresentam um risco três vezes superior de instabilidade postural, ou seja, maior dificuldade em manter o equilíbrio, em comparação com aqueles sem perda auditiva. Mesmo entre os que recebem tratamento, o risco de instabilidade é quatro vezes maior do que no grupo sem problemas auditivos. Além disso, o estudo mostra que quanto maior a perda auditiva, mesmo quando tratada, maior é a probabilidade de dificuldades no equilíbrio.
No que respeita à capacidade cognitiva, verificou-se uma relação direta com a gravidade da perda auditiva: quanto pior a audição, pior o desempenho nos testes cognitivos aplicados. Curiosamente, os investigadores não encontraram uma ligação direta entre a instabilidade postural e o declínio cognitivo, sugerindo que estes efeitos são independentes e ambos influenciados pela perda auditiva.
Os autores do estudo sublinham que o tratamento da perda auditiva pode desempenhar um papel fundamental na prevenção do declínio cognitivo e na redução do risco de quedas, melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes. Apesar de os resultados terem sido apresentados no 76º Congresso Nacional da Sociedade Espanhola de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SEORL-CCC), os investigadores salientam a necessidade de estudos com uma amostra maior para confirmar estas conclusões.
Esta investigação reforça a importância da prevenção e do tratamento precoce da perda auditiva como medidas para mitigar problemas associados ao equilíbrio e à função cognitiva em populações envelhecidas



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