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O programa é personalizado consoante o perfil neuropsicológico de cada sobrevivente, determinado através de uma avaliação neuropsicológica abrangente, que define as exigências do treino cognitivo. Os participantes realizam várias tarefas num tablet, como simular deslocações de automóvel até ao supermercado, fazer compras, selecionar produtos para confecionar receitas e efetuar pagamentos. A dificuldade das tarefas é ajustada automaticamente por algoritmos de inteligência artificial, garantindo uma experiência interativa que inclui sistemas de pistas, feedback auditivo e visual, aprendizagem sem erro e elementos de gamificação, como medalhas e pontos, para aumentar a motivação e o envolvimento no processo terapêutico.
O estudo-piloto envolveu 30 participantes com sequelas cognitivas crónicas pós-AVC, divididos em três grupos. Dez utilizaram o NeuroAIreh@b, outros dez realizaram um programa adaptável de reabilitação com recurso a papel e lápis, e os restantes não cumpriram o protocolo de intervenção. O NeuroAIreh@b foi o único programa a promover a generalização dos ganhos cognitivos para a vida real, traduzindo-se em melhorias na qualidade de vida e maior capacidade para realizar atividades diárias. Em contrapartida, o grupo que não realizou qualquer intervenção apresentou um declínio significativo em vários domínios cognitivos, com impacto negativo na funcionalidade.
Este tipo de programas pode ser fundamental para prevenir trajetórias de declínio cognitivo patológicas, dado que os sobreviventes de AVC têm um risco elevado de desenvolver demência vascular na idade avançada. O AVC é a principal causa de mortalidade e incapacidade a longo prazo em Portugal.
A próxima fase da investigação consiste em testar o projeto em outras instituições de saúde portuguesas, com o objetivo de aumentar a dimensão da amostra e validar os dados preliminares encorajadores obtidos até ao momento
lusa/HN



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