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O gabinete da ministra Ana Paula Martins esclareceu que “o aumento das listas de espera não resulta de uma redução da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Pelo contrário, resulta de um crescimento da oferta que, embora contínuo, ainda não acompanha na totalidade o ritmo de expansão da procura”. O Ministério indicou que, no primeiro semestre de 2025, foram realizadas 766.911 consultas hospitalares, um incremento de 3,8% face ao período homólogo de 2024, quando foram feitas 739.129 consultas. O aumento da capacidade assistencial do SNS também se refletiu no crescimento do número de cirurgias, embora o documento não precise os valores exatos.
Foi ainda destacado que o aumento dos recursos humanos no SNS não ultrapassou os 2,3% no mesmo período, evidenciando “ganhos de eficiência na utilização dos meios disponíveis”. Contudo, o crescimento da procura foi ainda superior, com o número de pedidos de consulta a aumentar 4,9%. O Ministério do Saúde atribui esta evolução a “alterações estruturais na população e nas necessidades em saúde”, salientando “o envelhecimento da população, o acréscimo significativo de residentes inscritos no SNS e uma maior consciencialização dos cidadãos relativamente ao acesso aos cuidados”.
O gabinete da ministra reforçou que “este desfasamento explica que mais utentes permaneçam em espera e, nalguns casos, para além dos tempos máximos regulamentares, nomeadamente em áreas clínicas como oncologia e cardiologia, que se caracterizam por elevada pressão assistencial”. Para enfrentar este desafio, foi criado o Sistema Nacional de Acesso a Consulta e Cirurgia (SINACC), que tem como objetivo “melhorar a gestão das listas de espera na saúde, quer para cirurgias quer para consultas, tornando o sistema mais simples, transparente e rápido”.
Esta explicação foi reiterada pela Direção Executiva do SNS, que em comunicado contextualizou esta evolução, sublinhando que o aumento das listas de espera não resulta de uma redução da capacidade assistencial, mas sim da crescente procura que o SNS ainda não consegue acompanhar totalmente.
NR/ lusa/HN



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