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Num movimento que procura fortalecer os alicerces da investigação clínica em Portugal, a Pfizer Portugal e a Universidade de Aveiro juntaram esforços para criar o curso Upgrading Clinical Research. A iniciativa, cujo arranque está agendado para outubro de 2025, nasce de um diagnóstico partilhado: a existência de uma lacuna formativa entre os clínicos no que toca aos meandros práticos da investigação. O programa, que se desenrolará ao longo de sete meses, adotará um formato híbrido, combinando sessões virtuais com workshops presenciais, e contará com um grupo restrito de 42 participantes.
O plano de estudos foi desenhado para ir além da teoria, privilegiando uma abordagem hands-on. Os conteúdos percorrem um caminho que vai desde os fundamentos do desenho de estudos clínicos até à análise estatística e à comunicação de resultados, passando pela escrita científica. A premissa é a de que a aprendizagem baseada em casos práticos (case-based learning) oferece uma ponte mais sólida entre a sala de aula – virtual ou física – e a complexidade do terreno hospitalar e laboratorial.
Para a Universidade de Aveiro, esta parceria não é um mero protocolo. Ela sinaliza um compromisso ativo em fazer chegar o conhecimento científico às trincheiras da prática médica, fechando um ciclo por vezes interrompido. O Vice-Reitor Artur Silva não esconde o entusiasmo: “A Universidade de Aveiro orgulha-se desta parceria com a Pfizer Portugal, que permitirá capacitar a comunidade médica para desenvolver investigação clínica de qualidade. Estamos certos de que esta colaboração terá impacto direto na melhoria dos cuidados de saúde e no desenvolvimento da ciência em Portugal”, afirmou.
Do lado da farmacêutica, a visão complementa-se. Susana Castro Marques, Diretora Médica da Pfizer Portugal, enxerga a formação como um veículo para a sua missão corporativa mais ampla. “O curso Upgrading Clinical Research é uma oportunidade única para apoiar os médicos na aquisição de competências fundamentais em investigação. Acreditamos que, ao promover o conhecimento e a capacidade crítica, estamos também a contribuir para a inovação em saúde e para melhores resultados para os doentes”, referiu. Trata-se, no fundo, de uma aposta no fator humano como motor de uma prática clínica cada vez mais ancorada em evidência e menos na mera rotina.
Esta colaboração entre a indústria e a academia não é, claro, inédita, mas ganha contornos particulares pelo seu foco específico na capacitação prática dos clínicos. O que está em jogo, sugerem os intervenientes, é mais do que preencher um vazio formativo; é fomentar um ecossistema onde a ciência de qualidade, produzida a nível local, possa florescer e responder com maior agilidade aos desafios de saúde pública. O curso funciona assim como um pequeno laboratório de um alinhamento desejado: o da indústria farmacêutica, da comunidade médica e da academia a trabalharem com um glossário comum.
PR/HN



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