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A Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra confirmou esta sexta-feira, 31 de outubro, a abertura de um inquérito interno para apurar as circunstâncias que levaram à morte de uma grávida. O caso, tornado público pela CNN Portugal, desencadeou de imediato uma reação institucional, com a administração do hospital a enviar um comunicado a explicar, de forma algo truncada, a sucessão de eventos.
Segundo a ULS, a doente, uma mulher natural da Guiné-Bissau com 38 semanas de gestação, deu entrada no serviço de urgência por volta da 01:50, já em paragem cardiorrespiratória. Foi transportada para o hospital por uma equipa do INEM. Perante a gravidade extrema da situação, os médicos avançaram de imediato com uma cesariana de emergência. O bebé nasceu às 01:56, mas o seu estado de saúde é descrito como de “prognóstico muito reservado”, encontrando-se sob vigilância médica apertada.
O trajecto clínico da mulher, contudo, começara dois dias antes. Na passada quarta-feira, a grávida deslocou-se ao hospital Amadora-Sintra para uma consulta de rotina, apresentando-se como “assintomática”. Durante essa observação, foi-lhe diagnosticada uma situação de hipertensão ligeira. De acordo com o que a instituição agora relata, e seguindo os protocolos clínicos estabelecidos, a utente foi depois encaminhada para a Urgência de Obstetrícia. Após a realização de uma bateria de exames complementares de diagnóstico, terá tido alta com uma indicação específica: internamento programado para quando atingisse as 39 semanas de gestação. O que sucedeu entre essa alta e o seu regresso em paragem cardiorrespiratória cerca de 48 horas depois é precisamente o cerne do inquérito agora em curso.
A administração do hospital, num tom solene, afirmou “lamentar profundamente” o falecimento da utente e apresentou condolências à família. O processo interno pretende esmiuçar cada etapa do acompanhamento, numa tentativa de responder às inevitáveis questões que uma morte súbita nestas condições levanta. A brevidade do intervalo entre a consulta e o desfecho trágico impõe uma pressão adicional sobre a investigação, que decorre num ambiente já de si marcado pela dor da perda e pela incerteza sobre o futuro do recém-nascido.
O comunicado da ULS Amadora-Sintra está disponível para consulta. A notícia da CNN Portugal que originou a divulgação do caso pode ser encontrada.
NR/HN/Lusa



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