CIMRL exige oito prioridades no Orçamento do Estado para 2026

1 de Novembro 2025

A CIMRL entregou um documento com oito medidas prioritárias para a região de Leiria, que devem integrar a proposta de OE2026. As reivindicações incluem saúde, acessibilidades e um hub logístico, apelando a um investimento público mais equilibrado

A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) colocou hoje sobre a mesa um conjunto de oito reivindicações consideradas prioritárias para o desenvolvimento do território, exigindo que estas tenham expressão no próximo Orçamento do Estado. O documento, dirigido à Assemble da República e aos deputados eleitos pelo círculo de Leiria, pretende influenciar a discussão da proposta para 2026, marcada para as próximas semanas.

Intitulado “Oito Medidas Prioritárias da Região de Leiria – Proposta de Orçamento do Estado 2026”, o texto é assumido pela CIMRL como um contributo estratégico para um debate nacional mais alargado sobre coesão territorial. Nele, a comunidade intermunicipal descreve estas medidas como uma “agenda coerente e visionária” para um território que, sustentam, contribui de forma decisiva para a economia nacional mas que continua a carecer de igualdade de oportunidades.

No capítulo da saúde, a ampliação do Hospital de Santo André surge como uma das bandeiras, com o argumento de que tal reforço da capacidade hospitalar é vital para servir uma população que ultrapassa os 300 mil habitantes. A melhoria das acessibilidades rodoviárias é outro eixo central, com a CIMRL a exigir a conclusão de vias estratégicas e uma avaliação do sistema de portagens nos IC8, IC9, A8, A19 e IC36. A segurança e a competitividade económica dependem, em grande medida, destas intervenções, lê-se no documento.

A lista de prioridades não esquece a integração de Leiria na rede de Alta Velocidade, um tema recorrente e sempre polémico, nem a construção do emissário submarino da estação de tratamento de águas residuais do Coimbrão, essencial para a proteção ambiental e da saúde pública. A ambição de criar um HUB Logístico de Leiria, visto como uma plataforma para potenciar as exportações e o mercado ibérico, também consta do plano de medidas.

A cultura e a defesa do património têm lugar através da instalação do Museu Nacional da Floresta na Marinha Grande, um projeto que visa valorizar o Pinhal de Leiria. A par, a CIMRL defende a promoção do ecossistema das indústrias de defesa, para reforçar a inovação e o emprego qualificado, e apoia o projeto MetroBus Leiria, entendido como uma aposta firme numa mobilidade mais sustentável e intermunicipal.

No fundo, a Comunidade Intermunicipal advoga uma mudança de paradigma: a necessidade de uma política nacional “verdadeiramente descentralizada”, que assegure um financiamento adequado e, sobretudo, mais equitativo para os chamados territórios intermédios. O documento reforça que as oito medidas traduzem a visão de um território que quer contribuir mais para a riqueza nacional, mas que exige ser tratado de forma justa.

Gonçalo Lopes, presidente da CIMRL, não poupou críticas ao status quo. “A região de Leiria tem uma posição estratégica no país e contribui decisivamente para a economia nacional”, afirmou, numa clara alusão ao peso económico do território. “No entanto, continua a ser penalizada por critérios de investimento centralizados. O que propomos é uma visão equilibrada, com projetos que criam valor e qualidade de vida para as pessoas”, acrescentou, deixando um recado claro ao Governo.

Subscreveram o documento os dez municípios que integram a CIMRL: Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.

NR/HN/Lusa

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