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O líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) colocou esta segunda-feira a permanência de Ana Paula Martins no cargo de ministra da Saúde na dependência de uma avaliação sobre a sua capacidade para executar as reformas de que o Serviço Nacional de Saúde carece. Em declarações aos jornalistas no parlamento, Mário Amorim Lopes não exigiu a demissão imediata da governante, mas traçou uma linha vermelha que soa a ultimato.
“Se a demissão da ministra da Saúde resolvesse os problemas”, a IL seria “o primeiro partido a pedi-la”, admitiu. No entanto, o deputado liberal desviou o foco para o que considera ser a questão central: a falta de ação concreta. “A senhora ministra tem de decidir se tem a capacidade para o fazer, se tiver a capacidade para o fazer, muito bem, é isso que os portugueses precisam, se não tiver, então, tem de dar lugar a quem o tenha”, afirmou, num raciocínio que deixa pouco espaço para meias-tintas.
Amorim Lopes foi contundente ao caracterizar a inação do executivo. Criticou a narrativa governamental que atribui a origem dos problemas a executivos anteriores, liderados pelo Partido Socialista, mas sublinhou que a coligação no poder “ainda não tomou as decisões, ainda não teve a coragem para decidir e para decidir começar a reformar o sistema de saúde”. Para o liberal, o tempo das oportunidades esgotou-se e o momento é de “ação e da decisão política”, mostrando disponibilidade do partido para apresentar propostas concretas.
Sobre uma declaração recente do primeiro-ministro, que sugeriu que “o SNS pode salvar o setor privado da saúde se não mandar tantos utentes para lá”, o líder da IL contra-atacou. Na sua perspetiva, a discussão não deve centrar-se em salvamentos entre setores, mas sim numa cooperação efetiva. “É preciso que estejam todos no mesmo barco a tratar da saúde dos portugueses, não interessa se é público, se é privado ou se é social”, afirmou, defendendo que o objetivo comum deve ser “cuidar da saúde dos portugueses”.
Estas declarações surgem num contexto marcado pela demissão do presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) da Amadora-Sintra, na sequência do caso da grávida que morreu na semana passada. A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, anunciou no Porto que o administração havia fornecido informações incompletas sobre o historial clínico da doente, que afinal teve consultas de vigilância nos cuidados de saúde primários daquela ULS.
NR/HN/Lusa



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