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A CAPITI – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Infantil conseguiu reunir um total de 68 mil euros na sua mais recente iniciativa de angariação de fundos. A nona edição do leilão solidário “CAPITI Art Mind”, dedicado à arte contemporânea, realizou-se a 30 de outubro no MAAT Central, em Lisboa, e colocou no mercado 41 obras de artistas nacionais, todas elas doadas integralmente pelos seus criadores.
O valor angariado, que surpreendeu pela positiva face a edições anteriores, está destinado na sua totalidade a assegurar acompanhamento médico e terapêutico a crianças e jovens de contextos socioeconómicos vulneráveis, que lidam com perturbações do desenvolvimento e do comportamento. Estes 68 mil euros vão permitir cobrir os custos de um ano inteiro de apoio para 68 crianças, um trabalho que será distribuído pela rede de 13 clínicas parceiras da associação espalhadas pelo país.
A particularidade desta edição residiu no desafio lançado a um grupo de artistas, algo que não se via nos anos anteriores. Pela primeira vez, convidou-se os criadores a deixarem-se inspirar pelo universo e pela missão da CAPITI para produzirem os seus trabalhos. Foi um mergulho que aproximou a esfera da criação artística do dia a dia das crianças acompanhadas pela instituição. Entre as peças que acabaram por atingir os lances mais elevados, destacaram-se as obras de Maísa Champalimaud, Rui Sanches e Pedro Barateiro, com valores de martelo que oscilaram entre os 3.400 e os 8.000 euros.
Num gesto que marcou profundamente o evento, duas das obras apresentadas resultaram de um processo de cocriação entre os artistas Diogo Muñoz e Mariana Horgan e duas crianças apoiadas pela CAPITI. Estes trabalhos, mais do que objetos de leilão, transformaram-se em testemunhos palpáveis de um encontro entre mundos, onde a expressão artística serviu de ponte e de linguagem comum em prol de uma causa.
A estratégia de inclusão de novos talentos, mantida das duas últimas edições, voltou a dar os seus frutos. Através de uma campanha lançada no Instagram, artistas emergentes foram convidados a doar uma das suas peças. Um júri especializado fez depois a triagem, selecionando onze obras que acabaram por integrar a exposição e o leilão, assegurando que o evento não perde o pulso à nova vaga de criadores.
No rescaldo da noite, Mariana Saraiva, presidente da CAPITI, não escondeu uma certa comoção ao fazer o balanço. “A CAPITI Art Mind tem vindo a crescer a cada edição, reforçando o crescente compromisso com a solidariedade, por parte de artistas, parceiros, empresas e particulares, em torno da saúde mental infantil. Este ano, quisemos desafiar alguns artistas a irem mais longe, quer na inspiração das suas obras, quer na integração das próprias crianças no processo criativo, permitindo que a sua voz e imaginação se refletissem nos seus trabalhos, trazendo um significado ainda mais profundo ao evento. O valor angariado nesta edição será fundamental para garantirmos que cada vez mais crianças tenham acesso ao acompanhamento médico e terapêutico de que necessitam, mas representa também um sinal de esperança e confiança para todas as famílias que encontram apoio na CAPITI. É graças a esta rede de solidariedade que conseguimos continuar a crescer e a transformar vidas.”



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