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Carlos Sá não resistiu às consequências do trágico sucedido no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. A grávida que faleceu na sexta-feira levou hoje à demissão do presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra, um desfecho confirmado pela ministra Ana Paula Martins em declarações à comunicação social.
A governante referiu que a saída de Carlos Sá se efetivou após o incidente, cujos contornos permanecem sob escrutínio. “Foi apresentada a demissão”, afirmou, acrescentando que, paralelamente, foi instaurado um processo de averiguações para esclarecer por completo as circunstâncias que rodearam o óbito.
A notícia apanhou de surpresa muitos dos profissionais, mas não chega a constituir novidade absoluta num setor repetidamente a braços com falhas. O agora ex-presidente tinha assumido o cargo numa fase complexa para a unidade, que serve uma população considerável na periferia de Lisboa. O caso da grávida veio expor, de forma crua, as fragilidades que teimam em persistir.
Ana Paula Martins evitou alongar-se sobre pormenores do processo em curso, limitando-se a garantir a sua condução. O objetivo, assegurou, é obter respostas claras e evitar que situações análogas voltem a ocorrer. Entretanto, a direção clínica da ULS Amadora-Sintra deverá assegurar a gestão corrente, num ambiente marcado pelo constrangimento e pela comoeração.
A demissão de Carlos Sá ilustra a pressão que incide sobre os responsáveis da administração hospitalar, sobretudo quando eventos clínicos com desfecho fatal ganham dimensão pública. O caso reacendeu o debate sobre a qualidade da assistência à gravidez e parto na região, levantando interrogações que a investigação agora em marcha tentará dirimir.



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