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O 7º Congresso Nacional da APDP está marcado para os dias 6 e 7 de novembro, no Centro Ismaili, em Lisboa, num regresso à presencialidade que a associação espera frutífero para profissionais de saúde e pessoas com diabetes. O programa, de uma abrangência pouco habitual, tenta esgotar os ângulos da patologia, da técnica mais fria às dimensões humanas que a envolvem.
No dia 7, pelas 9 horas, a sessão científica abre com o tão aguardado balanço da iniciativa “O seu filho tem um dedo que adivinha”. Este projeto, que integra o consórcio europeu EDENT1FI, procurou avaliar a viabilidade de um rastreio generalizado para a diabetes tipo 1 na população mais jovem. Os detalhes dos resultados mantêm-se sob reserva, mas a expectativa é que possam iluminar novos caminhos para um diagnóstico precoce e verdadeiramente preventivo.
José Manuel Boavida, presidente da APDP, não esconde a urgência que motiva o evento. “Os números relacionados com a diabetes em Portugal continuam a ser preocupantes e é nosso dever explorar todas as frentes, da clínica à social, para melhorar a vida de mais de um milhão de pessoas em Portugal”, afirmou. A declaração, feita antes do congresso, espelha um imperativo que atravessará todos os painéis.
A par do destaque dado ao rastreio pediátrico, o congresso reserva espaço para uma miríade de outros tópicos. A insulinoterapia e a monitorização contínua da glicose partilham a agenda com debates sobre a humanização dos cuidados. Uma mesa-redonda vai tentar deslindar que rumo deve tomar a “Abordagem social da Diabetes”, enquanto outra, com o nome “Percurso do pé diabético”, se propõe a cartografar o complexo itinerário do doente, desde os primeiros sinais até ao tratamento final.
Há ainda lugar para uma incursão pelo que aí vem. A sessão “Futuro da Saúde Digital” promete uma discussão franca sobre o papel da inteligência artificial na gestão da doença, um tema que divide opiniões e agita o setor. E, num gesto de abertura a visões externas, a especialista internacional Asma Ahmed trará a sua experiência na sessão “Além-Fronteiras”, focada na prevenção da diabetes em contextos comunitários.
A programação, assim desenhada, tenta equilibrar o lastro da evidência científica com uma certa inquietação necessária para enfrentar uma doença que permanece um dos maiores desafios de saúde pública.
PR/HN



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