Dois Investigadores da Universidade de Coimbra distinguidos com o Prémio Maria de Sousa

4 de Novembro 2025

Dois investigadores da Universidade de Coimbra foram distinguidos com o Prémio Maria de Sousa, uma iniciativa conjunta da Ordem dos Médicos e da Fundação Bial que tem como objetivo apoiar jovens cientistas portugueses até aos 35 anos, promovendo projetos inovadores na área das ciências da saúde e incluindo a realização de estágios em centros internacionais de excelência.

Diogo Reis Carneiro, médico neurologista e investigador no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), no Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e no Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB), para além de estudante de doutoramento e assistente convidado na Faculdade de Medicina da UC, vai desenvolver o projeto CaInPark. Este estudo centra-se na interocepção cardiovascular, que envolve a perceção fisiológica e psicológica dos estados internos do corpo, como a sensação do batimento cardíaco, explorando os seus fundamentos neuroanatómicos e as suas alterações na doença de Parkinson. O objetivo é aprofundar o conhecimento sobre a disfunção interoceptiva nesta patologia e a sua relação com a disfunção autonómica, abrindo caminho para potenciais tratamentos de modulação interoceptiva, que possam melhorar a perceção corporal em doentes com Parkinson. O projeto será financiado com um montante de 25 mil euros e parte da investigação será realizada na Universidade Médica de Innsbruck, na Áustria.

Neuza Domingues, investigadora do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA Portugal) e do CiBB, irá desenvolver o projeto Lisossomas nucleares: desvendar a comunicação entre lisossomas e o núcleo. Esta investigação foca-se na compreensão dos mecanismos de comunicação entre os lisossomas, organelos celulares responsáveis pela digestão de componentes danificados e pela modulação de vias de sinalização, e o núcleo celular, que armazena a informação genética. O estudo pretende identificar as proteínas envolvidas neste contacto e perceber como estas interações influenciam a função dos organelos em condições de stress ou doença, nomeadamente durante o envelhecimento celular. A investigação poderá revelar que a perda de comunicação entre lisossomas e núcleo está associada à instabilidade genómica e abrirá novas perspetivas terapêuticas para doenças relacionadas com o envelhecimento. O projeto será financiado com 30 mil euros e parte da investigação decorrerá na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A cerimónia de entrega dos prémios decorreu em Lisboa e foi transmitida em direto nas redes sociais da Fundação Bial. Esta distinção reconhece o mérito e o potencial dos jovens investigadores da Universidade de Coimbra, reforçando o contributo da instituição para o avanço do conhecimento científico em áreas cruciais para a saúde pública.

NR/PR/HN

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