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Estes nanomotores representam um avanço significativo na luta contra o cancro, ao ultrapassarem uma das principais limitações da quimioterapia: a penetração insuficiente dos medicamentos nas camadas internas dos tumores, que reduz a eficácia do tratamento e permite a sobrevivência de células malignas.
O estudo, publicado na revista ACS Nano, foi testado com sucesso em modelos animais, culturas celulares, esferóides e organoides derivados de doentes com cancro da mama. Os resultados demonstraram uma redução significativa do tamanho dos tumores e um aumento na quantidade de fármaco que atinge o núcleo tumoral, evidenciando o potencial desta tecnologia para terapias personalizadas.
Os nanomotores possuem um design inovador, composto por nanopartículas com duas faces, uma de sílica e outra de platina, que utilizam a glicose do ambiente tumoral para ativar o movimento. Este processo não só melhora a penetração dos nanomotores no interior do tumor, como também priva as células cancerígenas da energia necessária para a sua sobrevivência, ao consumirem a glicose. Além disso, a sua atividade gera oxigénio, contribuindo para a redução da hipoxia, um problema comum que limita a eficácia de muitos tratamentos oncológicos. Também produzem espécies reativas de oxigénio que aumentam os danos nas células malignas, reforçando o impacto terapêutico.
Esta investigação contou com a colaboração do Instituto de Investigação em Saúde La Fe (IIS La Fe), do CIBER nas áreas de Bioengenharia, Biomateriais e Nanomedicina (CIBER-BBN) e Cancro (CIBERONC), do Instituto de Investigação em Saúde INCLIVA, e do Centro de Investigação Príncipe Felipe (CIPF).
Os avanços obtidos com estes nanomotores prometem transformar o tratamento do cancro, oferecendo uma estratégia mais eficaz e direcionada para a administração de medicamentos em tumores sólidos, abrindo caminho a novas abordagens em terapias personalizadas contra o cancro.
lusa/HN



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