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A organização revelou que a ajuda internacional para a saúde deverá sofrer uma redução superior a 30% em 2025, em comparação com 2023. Dados de março deste ano indicam que aproximadamente 70% dos países de baixo e médio rendimento já registam interrupções imediatas nos seus serviços de saúde. Estes cortes severos têm provocado uma escassez crítica de medicamentos essenciais e a diminuição dos planos de saúde em um terço destes países.
A crise atual agrava ainda mais os efeitos da pandemia de Covid-19, que já tinha causado um aumento significativo das dívidas nacionais e limitado os orçamentos para a saúde, num contexto de subinvestimento crónico ao longo das últimas décadas. A OMS vê, porém, nesta conjuntura uma oportunidade para que os países avancem para uma nova era de soberania, autossuficiência e solidariedade, reduzindo a dependência da ajuda externa.
No continente africano, os sistemas de saúde são particularmente vulneráveis face a esta conjuntura. Muitos países têm procurado aumentar os seus investimentos na saúde para mitigar o impacto dos cortes externos. A Nigéria, por exemplo, aumentou o seu orçamento para a saúde em 200 milhões de dólares este ano, enquanto o Gana eliminou o teto do imposto sobre o consumo destinado ao seu sistema nacional de seguro de saúde, resultando num aumento de 60% do seu orçamento para esta área.
A OMS recomenda que os países protejam os orçamentos da saúde mesmo em períodos de restrições financeiras e utilizem avaliações rigorosas para priorizar os serviços e produtos que proporcionam maior impacto em saúde. A organização sublinha que o aumento das despesas em saúde deve ser encarado não como um custo, mas como um investimento altamente rentável.
Esta situação evidencia a necessidade de uma ação urgente e coordenada para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde globais e a continuidade dos serviços essenciais, especialmente nos países mais vulneráveis.
lusa/HN



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