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Integrado no projeto Run Up, que visa analisar e promover melhorias na saúde infantil no Alentejo, o estudo envolveu 1.322 crianças dos quatro agrupamentos escolares do município, das quais 845 participaram efetivamente.
Os resultados indicam que 32% das crianças apresentam excesso de peso ou obesidade, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde. No que diz respeito à alimentação, quase 39% consomem snacks doces e salgados, como bolos, chocolates ou batatas fritas, quatro ou mais vezes por semana, enquanto 18,6% ingerem refrigerantes ou sumos açucarados com a mesma frequência. Além disso, 57,5% consomem hortícolas de folha apenas três ou menos vezes por semana.
Relativamente à atividade física, 63% das crianças não cumprem as duas horas diárias de brincadeira ativa recomendadas durante a semana, e 23% não o fazem ao fim de semana. O sono também é uma preocupação: 18% dormem menos do que as nove a 12 horas recomendadas nos dias úteis, e 9% têm esta privação ao fim de semana. O tempo de ecrã excessivo foi constatado em 47% dos inquiridos, que passam mais de uma hora diária em frente a dispositivos eletrónicos, sendo que 8% ultrapassam as três horas diárias.
O estudo incluiu medições antropométricas e testes de competência motora realizados em contexto escolar, onde se observou que a competência motora média situa-se no percentil 50. No domínio da saúde mental, os problemas mais prevalentes foram a hiperatividade e as dificuldades emocionais. Foi também identificado que estilos de vida pouco saudáveis estão associados a níveis mais baixos de competência motora, com crianças com menor competência motora a apresentarem valores significativamente mais elevados de peso, índice de massa corporal e perímetro da cintura.
Este trabalho foi financiado pelo Comprehensive Health Research Centre (CHRC) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, enquadrado no projeto UIDB/04923/2020. Para além da investigação, o projeto Run Up estabeleceu protocolos de parceria entre a Câmara de Évora e a Administração Regional de Saúde do Alentejo, com vista a implementar medidas que possam reverter estas tendências negativas na saúde das crianças do concelho.
lusa/HN



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