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Durante a discussão do Orçamento de Estado e nas audições com o Grupo da Saúde não houve qualquer referência à dádiva de sangue, situação que a Federação considera preocupante.
O Relatório de Atividade Transfusional e Sistema Português de Hemovigilância de 2024 revela uma diminuição no número de dadores, de dádivas por mil habitantes e também no número de dadores de primeira vez. Em contrapartida, verifica-se um aumento da proporção de dadoras do sexo feminino. A distribuição etária da população de dadores evidencia um envelhecimento progressivo, com aumento da idade média nos grupos entre os 24 e os 44 anos e entre os 45 e os 65 anos, e uma diminuição nos grupos etários entre os 18 e os 24 anos e entre os 25 e os 44 anos.
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), através dos seus três centros, foi responsável por 58,36% das dádivas nacionais em 2024, totalizando 175 040 dádivas, valor ligeiramente superior ao do ano anterior, resultado do trabalho e dedicação das Associações, Grupos e Núcleos de Dadores de Sangue.
Alberto Mota, presidente da FEPODABES, sublinha que, num momento em que todos os partidos políticos demonstram preocupação e apresentam medidas para o Serviço Nacional de Saúde, existe um silêncio preocupante em relação à dádiva de sangue. “É urgente alterar algo na dádiva de sangue, com mais incentivos, mais promoção, melhor planeamento, mais profissionais de saúde para responder aos muitos pedidos de colheitas e para diminuir o tempo de espera nas sessões de dádiva, assim como uma alteração dos horários de atendimento aos dadores, nomeadamente nos hospitais”, afirmou.
O presidente da Federação destacou ainda que os dadores e as associações são indispensáveis para responder às necessidades diárias do sistema de saúde, que requerem cerca de 1000 a 1100 unidades de sangue todos os dias, salientando a necessidade de mobilização de toda a sociedade para a dádiva.
Alberto Mota expressou também incompreensão face ao silêncio do IPST, que apesar de alertar nas redes sociais para a necessidade urgente de sangue, sobretudo dos grupos sanguíneos O positivo e O negativo, não tem contactado os seus parceiros, nomeadamente a FEPODABES e as associações de dadores. “É um problema recorrente, agravado pelo não cumprimento do planeamento aprovado no final do ano passado, devido à falta de profissionais e a algumas greves dos profissionais de saúde, o que tem levado ao cancelamento de colheitas de sangue”, referiu.
O presidente da FEPODABES lamentou ainda que as pessoas doem cada vez menos e que os dadores regulares estejam a envelhecer, ficando impossibilitados de doar a partir dos 65 anos. “Isto é uma luta diária para que os mais jovens venham a doar sangue”, concluiu Alberto Mota
NR/PR/HN



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