“Eu acho que a situação está a mudar, felizmente, já se respira melhor. Creio que é possível flexibilizar algumas medidas sanitárias que estão em vigor, embora continuando a considerar que é importante que os portugueses mantenham essa vigilância e autovigilância para conseguirmos ultrapassar este drama da pandemia”, afirmou.
O líder comunista falava aos jornalistas à margem de uma ação de contacto com trabalhadores da empresa Saint-Gobain Sekurit, em Santa Iria da Azoia, no concelho de Loures (distrito de Lisboa).
Questionado sobre o fim da obrigatoriedade do uso de máscara na rua, a partir de domingo, Jerónimo afirmou que “essa medida será uma pequena medida”.
“Porque nós consideramos que o fundamental é que a nossa proposta de reforço do Serviço Nacional de Saúde, isso sim é que era uma grande medida, com mais profissionais, com mais meios, com mais equipamentos”, sublinhou, apontando que é necessário dar resposta a “outras doenças, adiamento de consultas, de exames, intervenções cirúrgicas”.
Para o comunista, “a máscara é um elemento, mas é apenas um elemento e não é estruturante como o reforço do Serviço Nacional de Saúde”.
Na segunda-feira, fonte da bancada parlamentar do PS disse à Lusa que o partido não vai propor no parlamento a renovação da obrigatoriedade do uso de máscara nos espaços públicos exteriores, diploma cuja vigência cessa no próximo dia 12.
No mesmo dia, em declarações à TSF, o presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Adão Silva, afirmou que só um agravamento súbito da pandemia da Covid-19 nos próximos dias impediria os sociais-democratas de defender o fim das máscaras na rua.
A questão da renovação ou não da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços públicos exteriores é um dos assuntos que poderá ser objeto de análise na próxima quarta-feira, durante a reunião da conferência de líderes parlamentares, a qual fixará os primeiros agendamentos da nova sessão legislativa.
O diploma que se encontra em vigor sobre obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos foi promulgado pelo Presidente da República em 11 de junho, por um período de 90 dias.
Na Assembleia da República, este diploma foi aprovado na generalidade, especialidade e votação final global com votos contra do Chega e da Iniciativa Liberal, abstenção do BE, PCP, PAN e Verdes e deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, tendo contado com votos favoráveis do PS, do PSD, do CDS-PP e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.
Nesta terceira renovação do diploma, o PS foi o autor do projeto-lei, ao contrário das duas vezes anteriores, em que a iniciativa tinha partido do PSD.
LUSA/HN
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