A Saudi Aramco registou um lucro líquido de 412,4 mil milhões de riais sauditas (99 mil milhões de euros) em 2021, acima dos 183,8 mil milhões de riais sauditas (44,2 mil milhões de euros) em 2020, de acordo com um comunicado do grupo.
O gigante da energia tinha anunciado um lucro líquido de 88,2 mil milhões de dólares (80 mil milhões de euros) em 2019, antes da pandemia de covid-19 ter impacto nos mercados, com perdas consideráveis para os setores do petróleo e da aviação, em particular.
O anúncio dos ganhos da Aramco surge horas depois de um novo ataque dos rebeldes iemenitas outhi a instalações da companhia no sul da Arábia Saudita, o maior exportador mundial de crude, mas também num momento em que se verifica um aumento acentuado dos preços do petróleo, na sequência da invasão russa da Ucrânia.
O administrador executivo da Aramco, Amin Nasser, saudou os resultados num comunicado, destacando “um 2021 excecional para a Aramco em termos de iniciativas, realizações e investimentos financeiros, operacionais e futuros, apesar dos desafios e do difícil ambiente global devido à pandemia de covid-19”.
“Embora as condições económicas tenham melhorado consideravelmente, as perspetivas permanecem incertas devido a vários fatores macroeconómicos e geopolíticos. Mas o nosso plano de investimento visa explorar a procura a longo prazo de energia fiável, acessível e cada vez mais segura e sustentável”, disse Nasser.
Desde que Mohammed bin Salmane foi nomeado príncipe herdeiro em 2017, o reino tem procurado diversificar a sua economia excessivamente dependente do petróleo.
Em fevereiro, o reino “transferiu” 4% das suas ações para o Fundo de Investimento Público, o fundo soberano da monarquia do Golfo. Estas ações representam 80 mil milhões de dólares (70 mil milhões de euros) e a operação tem como objetivo “apoiar a reestruturação da economia nacional”.
O príncipe herdeiro disse em abril de 2021 que a Aramco estava em negociações para vender 1% das suas ações a um gigante da energia estrangeiro.
Os preços do petróleo bruto são superiores a 100 dólares por barril, impulsionado com a invasão russa da Ucrânia, que afetou o abastecimento mundial de petróleo, uma vez que Moscovo é atingida por sanções ocidentais.
As monarquias árabes do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, estão a resistir à pressão ocidental para aumentar a produção, afirmando o seu compromisso com a aliança da OPEP+ de países exportadores liderada por Riade e Moscovo, o maior produtor de gás e um dos maiores produtores de petróleo.
NR/HN/LUSA
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