Angola deverá crescer 3% este ano e produção petrolífera aumenta 5,4%

10 de Abril 2022

A consultora Oxford Economics Africa considerou hoje que Angola deverá crescer 3% este ano, depois de cinco anos de recessão, com a produção de petróleo a crescer 5,4%, para 1,18 milhões de barris diários.

“Os últimos números do PIB, apesar de serem ainda relativos a 2021, mostram os primeiros sinais de uma recuperação económica mais consistente que se está a formar em 2022”, escrevem os analistas numa nota sobre a evolução do PIB no ano passado, que subiu 0,7% e saiu da recessão em que estava desde 2016.

“Antevemos que o PIB real acelere para perto de 3% este ano, sustentado na recuperação da produção petrolífera e no contínuo crescimento robusto dos setores da manufatura e agricultura”, diz a consultora.

“Esperamos que o prolongado declínio na produção de petróleo vá finalmente parar este ano; a nossa projeção para a produção de crude mostra uma ligeira melhoria, para 5,4%, o que representa 1,18 milhões de barris diários, devido à entrada em funcionamento de vários poços, mas continua bem abaixo do potencial devido às dificuldades técnicas no processo de extração”, escreve a Oxford Economics Africa.

No comentário a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que “o impacto das reformas implementadas desde 2017 tem sido lento e escondido pela queda da produção petrolífera e pelos efeitos da pandemia de covid-19, mas é agora mais visível na diferença entre a taxa de crescimento da economia não petrolífera e a da economia petrolífera”.

Sobre o impacto da guerra na Ucrânia, a Oxford Economics diz que “o impacto deve ser negligenciável, já que a grande exposição da economia angolana a possíveis perturbações no comércio é apenas em contratos de armas da Rússia e importações de malte da Ucrânia, principalmente para a produção de cerveja”.

No entanto, acrescentam, “o conflito mudou as previsões para os preços dos combustíveis e dos alimentos, o que terá efeitos indiretos na economia angolana, principalmente devido à grande dependência de importações de cereais, óleos e fertilizantes, o que poderá acelerar a subida de preço dos alimentos”.

A boa notícia, concluem, é que “o elevado preço do petróleo está a originar uma entrada de petrodólares, o que não só está a aumentar as receitas do Governo, mas também ajudou a fortalecer o kwanza para o melhor nível face ao dólar desde setembro de 2019”.

No primeiro trimestre, a moeda nacional angolana valorizou-se em 23% face ao dólar, sendo a moeda que mais se apreciou a nível mundial.

LUSA/HN

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