Novos medicamentos genéricos antidiabéticos irão gerar poupança superior a 600 milhões de euros até 2025

15 de Novembro 2022

A APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares estima que o lançamento de novos medicamentos genéricos antidiabéticos irá gerar uma poupança para o Estado e para os utentes superior a 600 milhões de euros até 2025.

No Dia Mundial da Diabetes, a APOGEN alertou para a necessidade de aumentar o acesso da população às terapêuticas associadas à doença e diminuir a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos utentes.

A diabetes é a área terapêutica que representa maiores encargos para o Estado no mercado ambulatório, apesar de ser uma das principais áreas a que os medicamentos genéricos e biossimilares dão resposta, pelo que a associação considera existir margem para aumentar a penetração destas tecnologias da saúde no sentido de diminuir a despesa.

A APOGEN recorda que os medicamentos genéricos e biossimilares apresentam diferentes opções terapêuticas para o tratamento das pessoas diabéticas e têm permitido ganhos de saúde significativos. “A diabetes é uma doença crónica relevante, não só pela sua incidência, prevalência e riscos acrescidos como pelos encargos que representa. A indústria de medicamentos genéricos e biossimilares está atenta a esta realidade e à necessidade de disponibilizar soluções que ajudem a melhorar a vida das pessoas diabéticas, assim como de contribuir para a sustentabilidade do Estado e das famílias. Apesar das dificuldades que a indústria atravessa no âmbito da atual crise económica, novos medicamentos genéricos têm vindo a ser lançados este ano para esta área terapêutica dando-nos uma perspetiva de poupança para o doente e para o SNS muito positiva”, afirma a presidente da APOGEN, Maria do Carmo Neves.

Segundo os dados mais recentes do Infarmed, entre janeiro e abril deste ano, a despesa do SNS com antidiabéticos (insulinas não incluídas) no mercado ambulatório aproximou-se dos 117,7 milhões de euros, ou seja, 23,5% da despesa total, e apresenta um crescimento de +21,3%.

Também as insulinas, com encargos de cerca de 24,4 milhões de euros, segundo o mesmo relatório, têm alternativa através da utilização de insulina biossimilar cuja quota de mercado é de apenas 20,6%.

Maria do Carmo Neves sublinha: “Os medicamentos biossimilares são soluções terapêuticas alternativas eficazes para o tratamento de uma variedade de doenças, nomeadamente a diabetes. A insulina biossimilar tendo um preço mais acessível contribui para a redução da despesa com medicamentos, promove a sustentabilidade do sistema e a melhoria do acesso ao tratamento, ajudando a transformar uma doença crónica, debilitante e dispendiosa, associada a complicações graves, numa doença controlável.”

A diabetes é uma doença metabólica crónica e progressiva, que se caracteriza por níveis elevados de glicose no sangue quando o corpo não produz insulina suficiente ou não a consegue utilizar, o que conduz a complicações de saúde, aumentando o risco de morte prematura. Todos os anos, morrem mais de 4000 pessoas em Portugal devido à diabetes, sendo esta a quinta causa de morte no nosso país.

Segundo o relatório do Observatório Nacional da Diabetes, 2,7 milhões de portugueses sofrem da doença ou correm o risco de vir a desenvolvê-la. Dados da OCDE revelam que a prevalência da diabetes em Portugal triplicou nos últimos 20 anos, sendo hoje a segunda mais elevada da UE. Em média, são registados cerca de 60 mil novos casos de diabetes por ano em Portugal. É expectável que a crise de saúde pública devida à pandemia da Covid-19 tenha agravado o número de casos de diabéticos não diagnosticados.

PR/HN/RA

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