“Algumas maternidades encerrarão definitivamente já a partir de janeiro. Nos últimos dias, as medidas do Governo para o SNS resumem-se a encerramentos de serviços, ora temporários, ora permanentes. Nada foi debatido e o anúncio sorrateiro, feito por Fernando Araújo, acontece na pausa natalícia”, escreveu Catarina Martins numa publicação nas redes sociais na qual deixa muitas críticas ao Governo.
Para a líder do BE, “quem sempre se levantou pelo SNS não pode calar-se agora” porque “o que está a acontecer é grave demais e não é só sobre maternidades”, mas sim “sobre todo o SNS”.
“Ao longo dos anos, houve debates acalorados sobre encerramento de serviços em regiões onde a população estava a diminuir. (…) Este é um debate importante, mas agora está em causa algo maior, está em causa o princípio do fim do SNS”, alertou.
Catarina Martins considerou que “os serviços são fechados não por falta de utentes, mas por falta de profissionais”, acusando o Governo socialista de ter recusado “todas as medidas que a esquerda propôs para reforçar os profissionais no SNS”.
“Falta de dinheiro? Não. Hoje mesmo é notícia que Portugal teve um excedente orçamental de 2,8% até setembro. A falta de investimento nos serviços públicos é, como sempre foi, uma escolha”, acusou.
A possibilidade “destes encerramentos definitivos”, na opinião da coordenadora do BE, deixa claro que “o Governo desistiu de fixar profissionais no SNS”.
“E, sem profissionais, encerra. Agora serão as maternidades. E depois?”, questionou.
Em entrevista à RTP na quinta-feira, o diretor executivo do SNS admitiu que há maternidades que podem vir a fechar já a partir do próximo ano.
“Algumas [maternidades] poderão vir a ser encerradas. Tudo também depende dos resultados que este plano [Nascer em Segurança no SNS] nos puder trazer para nós analisarmos. É verdade que no início do próximo ano teremos que tomar algumas decisões nesse sentido”, referiu Fernando Araújo.
A Direção Executiva do SNS lançou na quinta-feira a operação ‘Nascer em segurança no SNS’, com o objetivo de promover a segurança e confiança de grávidas, crianças e profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde.
Em comunicado, refere que, “tendo sido identificadas contingências à plenitude de funcionamento da rede de maternidades no período de Natal e Ano Novo, e de acordo com as recomendações da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos (…) foi organizada uma resposta articulada a nível regional para este período, garantindo-se a prestação de informação de forma proativa à população para informar sobre as melhores opções em saúde”.
LUSA/HN
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