A FNAM convocou uma greve de dois dias que arrancou esta quarta-feira. Trata-se da primeira greve dos médicos após a pandemia da Covid-19.
Em declarações ao nosso jornal, a dirigente da FNAM admitiu que as “propostas de perda de direitos dos médicos” foram “a gota de água”. “Vimos pela terceira vez no documento uma proposta que não chegou a ser discutida, mas que acarreta perda de direitos. Falo nomeadamente da alteração que pretendem relativamente ao número de utentes por médico de família e o aumento da idade dos médicos para deixar as urgências.”
Após a federação ter falado num “retrocesso absoluto nas negociações”, o ministério da Saúde emitiu um comunicado onde garantia que tais assuntos não teriam sido discutidos na última reunião.
Questionada sobre o assunto, Joana Bordalo e Sá disse que “mesmo que digam que não foi discutido e que se trata de uma matéria para ser balanceada no fim do processo (…) isto não pode ser moeda de troca. Isto demonstra que não é uma negociação séria.”
Para a FNAM é preocupante assistir à saída de médicos do SNS. “Aquilo que nos preocupa é o facto de os médicos do SNS estarem a sair todos os dias, de não terem condições dignas de trabalho, de não verem as suas grelhas salariais revistas e de estarmos a ter uma negociação com o ministério da Saúde pouco séria e muito lenta.”
No dia em que se inicia a greve de médicos, o sindicato alerta que “urge que as negociações decorram de forma mais célere”.
Ao HealthNews, Joana Bordalo e Sá garantiu que as negociações continuam “de pé” e que estas “nunca foram suspensas”, estando já agendada uma próxima reunião com a tutela a 16 de março.
“Pretendemos que o ministério mude de estratégia e que nos oiça. Se nos ouvirem e atenderem a alguma das nossas propostas seguramente os médicos vão deixar de sair do SNS”, garantiu.
A FNAM ainda não avançou com nenhum balanço sobre a adesão da greve.
HN/MMM/VC
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