“Nós precisamos de ser valorizados, que nos deem realmente aquilo de que precisamos: tranquilidade e, obviamente, grelhas salariais condignas com a nossa profissão”, afirmou à agência Lusa a sindicalista, membro da comissão executiva da Fnam.
Carla Silva falava junto aos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), durante uma concentração de médicos realizada no contexto da greve de dois dias que a FNAM convocou para hoje e quinta-feira, para exigir melhores salários e condições de trabalho.
“Não estamos a pedir nada mais do que todas as outras profissões na área da saúde e da educação. Cada uma, obviamente, à sua medida e na sua especificidade”, acrescentou.
Isso é “fundamental para haver um estado social coeso”, em que sejam valorizadas as carreiras médicas e de outras profissões na área da saúde, bem como dos professores, por exemplo, sublinhou.
Em declarações aos jornalistas durante o protesto, que reuniu dezenas de manifestantes na entrada principal dos HUC, Carla Silva alertou que, frequentemente, os médicos estão a trabalhar “em sofrimento ético e ‘burnout’”, o que contraria a necessidade de “atenderem os doentes com segurança”.
“É preciso cuidar de quem cuida, somos pessoas também”, enfatizou.
Importa que o médico “seja capaz de ouvir as queixas do doente”, segundo a também dirigente do Sindicato dos Médicos da Zona Centro e coordenadora da Comissão Nacional de Medicina Familiar da FNAM.
“Estamos convictos de que a nossa luta vai trazer frutos” e que virão a ser asseguradas, pelo Governo, “as condições necessárias nos hospitais” e demais unidades de saúde do SNS, disse.
LUSA/HN
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