A discussão começou com uma reflexão sobre a responsabilidade de garantir que os recursos disponíveis sejam suficientes não apenas para o presente, mas também para as gerações futuras. Carlos Lima Alves enfatizou que a questão não pode ser resolvida simplesmente aceitando que os medicamentos têm valor a qualquer preço. É crucial considerar que os recursos são finitos e que a alocação destes deve ser feita de maneira responsável, garantindo acesso equitativo aos tratamentos.
O orador destacou que nem os cidadãos nem as empresas farmacêuticas estão interessados em comprometer a sustentabilidade do sistema de saúde. A indústria farmacêutica desempenha um papel vital na economia, e é do interesse de todos que haja um equilíbrio entre o preço dos medicamentos e o seu valor terapêutico. O valor deve ser avaliado com base em critérios claros, incluindo eficácia e segurança, além de considerar o impacto financeiro nas políticas de saúde pública.
Alves também abordou a importância da avaliação das tecnologias de saúde, que é fundamental para determinar o valor dos medicamentos. A avaliação deve ser baseada em evidências robustas e levar em conta não apenas os resultados clínicos, mas também as necessidades dos pacientes e as implicações económicas. O responsável, alertou para os desafios associados à comparação entre diferentes tratamentos, sublinhando que muitas vezes é difícil estabelecer quais são os melhores medicamentos devido à diversidade das condições tratadas e às diferentes respostas dos pacientes.
Outro ponto importante levantado foi a necessidade de envolver todos os stakeholders no processo de avaliação. A colaboração entre autoridades reguladoras, profissionais de saúde e a indústria é essencial para garantir que as decisões sobre financiamento e reembolso sejam justas e informadas. Carlos Lima Alves fez um apelo à reflexão sobre o verdadeiro valor dos tratamentos, questionando se os pacientes prefeririam viver mais tempo com efeitos adversos significativos ou ter uma qualidade de vida melhor mesmo que isso implicasse em menos tempo.
No final da sua intervenção, Carlos Lima Alves reconheceu que o futuro apresenta desafios significativos. Com os custos crescentes dos novos tratamentos, é imperativo encontrar soluções inovadoras que permitam ao sistema de saúde manter-se sustentável enquanto continua a oferecer acesso a medicamentos inovadores. E concluiu, enfatizando que a determinação do valor dos medicamentos deve ser um esforço conjunto, onde todos têm um papel a desempenhar na construção de um sistema de saúde mais eficiente e equitativo.
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