Diretor nacional de Saúde lidera comissão para vacinação em Cabo Verde

21 de Dezembro 2020

O diretor nacional de Saúde de Cabo Verde vai liderar a Comissão Nacional de Coordenação (CNC) da introdução da vacina contra a Covid-19 no arquipélago, criada pelo Governo, conforme legislação a que a Lusa teve hoje acesso.

A criação desta comissão foi feita por uma resolução do Conselho de Ministros, de 18 de dezembro, que surge depois de o primeiro-ministro ter anunciado que a vacinação contra o novo coronavírus deverá arrancar no primeiro trimestre em Cabo Verde.

Além de ser presidida pelo diretor nacional de Saúde, cargo ocupado desde o início de novembro por Jorge Noel Barreto, integra quase 20 representantes de várias instituições e do Governo. Também do setor da saúde, responsáveis empresariais e de confissões religiosas, entre outras, e terá a missão de coordenar o processo de introdução da vacina em Cabo Verde, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde.

Esta comissão será assistida por uma comissão técnica multidisciplinar, constituída por cinco “peritos nacionais responsáveis pela formulação de pareceres independentes, baseados em dados factuais, destinados aos decisores políticos e gestores de programas sobre questões políticas relacionais com as vacinas e vacinação”.

Esta comissão técnica vai ainda “aconselhar os decisores do Ministério da Saúde sobre os grupos prioritários que devem ser vacinados com base nos dados recolhidos”.

Cabo Verde vai iniciar a vacinação contra a covid-19 no primeiro trimestre de 2021, anunciou em 15 de dezembro o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, numa mensagem ao país.

“Estamos a envidar todos os esforços para que a vacinação contra a covid-19 se inicie durante o primeiro trimestre do próximo ano. O Plano Nacional de Vacinação já foi aprovado pelo Governo e será apresentado publicamente brevemente”, afirmou o chefe do Governo.

Cabo Verde conta atualmente com uma taxa de incidência acumulada de covid-19, provisória (14 dias, até 13 de dezembro), de 110 casos por 100.000 habitantes.

Este registo, sublinhou Ulisses Correia e Silva na mensagem, é inferior a vários países europeus, representando uma progressiva melhoria, com a descida de novos casos sobretudo desde outubro.

“A vacinação é uma porta de esperança que se abre para a retoma progressiva da vida normal e para o relançamento da economia. E vai acontecer em Cabo Verde”, enfatizou o chefe do Governo.

O plano de vacinação contra a covid-19 em Cabo Verde definirá o tipo de vacinas, a calendarização e cronograma e os grupos prioritários, mas Ulisses Correia e Silva sublinha que continuará a ser necessário respeitar as normas e medidas de proteção.

Numa declaração anterior, no início de dezembro, Ulisses Correia e Silva tinha avançado que o Governo já começou o processo de seleção das várias vacinas no mercado. O arquipélago conta com uma população estimada de cerca de 600 mil habitantes.

“Aquilo que temos já mais adiantado é o processo de financiamento”, apontou Ulisses Correia e Silva, referindo-se aos cinco milhões de dólares (4,18 milhões de euros) do Banco Mundial, anunciados em 27 de novembro pelo vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia.

Além desse valor, o também ministro das Finanças disse que o Governo está a analisar a possibilidade de mobilizar mais 15 milhões de dólares (12,5 milhões de euros) ao nível de um programa da sub-região da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

“Com esses montantes, 20 milhões de dólares americanos, vamos conseguir garantir a vacinação para todos os cabo-verdianos”, garantiu o ministro na altura.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

SNS: Erros do Passado, Desafios do Futuro

Sérgio Bruno dos Santos Sousa
Mestre em Saúde Pública
Enfermeiro Especialista de Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública na ULSM
Gestor Local do Programa de Saúde Escolar na ULSM

Nomeados por Trump representam perigo para Saúde e Segurança

Se forem confirmados pelo Senado, vários dos nomeados pelo presidente eleito Donald Trump para o seu governo representam perigos para a Saúde e Segurança dos Estados Unidos, devido à falta de formação, experiência e promessas alarmantes, disseram à Lusa analistas políticos. 

MAIS LIDAS

Share This