Sugerida medicação forçada para doente mental acusado de atear incêndio nos Estados Unidos

24 de Agosto 2021

Um psiquiatra recomendou na segunda-feira nos Estados Unidos que um indivíduo com doença mental, acusado de atear um incêndio que destruiu 149 casas, seja medicado à força, para permitir que seja considerado apto para ser julgado.

Esta proposta do especialista de um hospital psiquiátrico, divulgada na segunda-feira durante uma audiência no tribunal, não foi discutida em detalhe e tem ainda de ser aprovada por um juiz antes que qualquer medicamento seja dado a Jesper Joergensen, cidadão dinamarquês.

O dinamarquês tem sido repetidamente considerado incapaz de ir a julgamento, tendo sido diagnosticado com um transtorno delirante após o incêndio de Spring Creek, no Estado do Colorado, em 2018.

Este fogo queimou mais de 404 quilómetros quadrados a sul de Denver e destruiu 149 casas.

Segundo os advogados de Jesper Joergensen, este recusa-se a tomar medicação para tratar a sua condição porque os delírios fazem-no acreditar que está bem e que não precisa dela.

Um outro juiz irá realizar uma audiência sobre o pedido para medicação forçada a Joergensen, destacou Aaron Pratt, do gabinete do Procurador-Geral do Colorado, durante a audiência de segunda-feira.

O relatório do psiquiatra, que contém informações médicas sobre o suspeito, não está disponível publicamente mas foi entregue aos procuradores e advogados.

De acordo com processos judiciais anteriores, o dinamarquês alegou falsamente ter tido um relacionamento romântico com a cantora Alanis Morissette e que várias pessoas ligadas à artista o incriminaram.

Este caso tem sofrido vários atrasos e Joergensen só foi transferido para o Instituto de Saúde Mental do Colorado em junho, porque os internamentos estavam atrasados devido à pandemia de Covid-19.

Já no início do ano, o juiz Gergory Lyman parecia estar perto de retirar as acusações contra o suspeito com a expectativa que este fosse deportado para a Dinamarca por ter o visto fora de validade.

Esta abordagem, que tinha sido sugerida pelos advogados do dinamarquês, parecia ser uma opção porque um psiquiatra de uma prisão onde Joergensen esteve anteriormente detido referiu que este não se qualificava para receber medicação forçada por não ser um perigo para si mesmo ou para outros.

Em fevereiro, a procuradora disse ao juiz Gregory Lyman que Joergensen não seria deportado devido à chegada do novo Governo liderado por Joe Biden que introduziu mudanças na política de imigração.

Esta mudança fez com que o tribunal ordenasse o internamento do dinamarquês no hospital psiquiátrico.

LUSA/HN

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