03/01/2023
O diplomata português também expressou as “condolências às famílias daqueles que perderam a vida como resultado da explosão e ao povo e ao governo da África do Sul”, destaca a ONU um comunicado citado pela agência Europa Press.
“O secretário-geral deseja uma recuperação completa e rápida para os feridos e a rápida reconstrução da infraestrutura de saúde danificada”, sublinha ainda a nota de imprensa.
O mais recente balanço de mortos, divulgado esta sexta-feira, indicava que 34 pessoas morreram na explosão de um camião-cisterna na província de Gauteng, onde ocorreu o incidente, segundo dados do Ministério da Saúde.
O camião explodiu na cidade de Boksburg (noroeste), nas proximidades do hospital Tambo Memorial.
Devido à explosão, cerca de trinta pacientes e treze funcionários sofreram queimaduras graves num primeiro momento.
Depois, o ministro da Saúde do Estado de Gauteng, Nomantu Nkomo-Ralehoko, confirmou que entre os mortos havia uma dezena de profissionais de saúde.
O acidente com o veículo, que transportava 60.000 litros de gás GPL, utilizado em fornos e fogões, e que provinha do sudeste do país, ocorreu no dia 24 de dezembro, em Boksburg, quando o camião-cisterna ficou preso debaixo de uma ponte e a fricção contra a parte superior do veículo ter causado um incêndio.
Enquanto os bombeiros tentavam extinguir o fogo, ocorreu uma violenta explosão, que também afetou edifícios vizinhos, incluindo o Hospital Memorial Tambo, a 100 metros de distância do camião.
O acidente “causou uma fuga e deu origem a uma grande explosão, que causou danos significativos” num perímetro de 500 metros, explicaram as autoridades.
Na semana passada, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse que as autoridades iniciaram uma investigação do incidente e que o Governo está a tomar “todas as medidas necessárias para prestar auxílio às pessoas afetadas”.
LUSA/HN
26/04/2022
Após a visita a Moscovo, Guterres irá ser recebido a 28 de abril em Kiev pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Numa publicação na rede social Twitter a propósito destas deslocações, no sábado passado, António Guterres escreveu: “Precisamos de passos urgentes para salvar vidas, pôr fim ao sofrimento humano e trazer paz à Ucrânia”.
A viagem de Guterres à Rússia acontece num momento em que o secretário-geral da ONU tem sido alvo de críticas pela sua alegada passividade em tomar medidas concretas para travar a guerra na Ucrânia.
Na semana passada, mais de 200 antigos dirigentes da ONU dirigiram uma carta a António Guterres, com um apelo para que seja mais proativo em relação a esse conflito. Os signatários alertaram que, a menos que Guterres atue de forma mais pessoal para assumir a liderança na tentativa de mediar a paz na Ucrânia, as Nações Unidas arriscam não apenas a irrelevância, mas a sua existência continuada.
A confirmação da visita a Moscovo surgiu na sexta-feira e após um pedido feito na terça-feira passada pelo próprio secretário-geral, que, através de uma carta entregue à Missão Permanente da Federação Russa junto da Organização das Nações Unidas (ONU), pediu para ser recebido por Putin.
“O secretário-geral disse que, neste momento de grande perigo e consequências, gostaria de discutir medidas urgentes para trazer a paz à Ucrânia, e o futuro do multilateralismo com base na Carta das Nações Unidas e no direito internacional”, disse, após o pedido a Moscovo e a Kiev, o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric.
O porta-voz de António Guterres observou ainda que tanto a Ucrânia, quanto a Rússia, são membros fundadores das Nações Unidas e “sempre foram fortes apoiantes desta Organização”.
A ordem das visitas foi no sábado criticada por Zelensky, que considerou “ilógica” a decisão de Guterres de se deslocar a Moscovo dois dias antes de ir a Kiev. “É errado ir primeiro à Rússia e vir depois à Ucrânia. Não há justiça nem lógica nessa ordem”, afirmou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
LUSA/HN
24/03/2022
“Nenhum país se pode isolar de um colapso do sistema económico global, do efeito dominó do açambarcamento de alimentos ou combustíveis, ou do impacto a longo prazo do aumento da pobreza e da fome”, salientou o secretário-geral da ONU, António Guterres, citado pela agência de notícias EFE.
As declarações de António Guterres foram feitas na abertura da primeira reunião de uma equipa de crise criada pela ONU em março para coordenar uma resposta global à crise na Ucrânia.
O grupo inclui os líderes das principais agências e organismos da ONU, tais como o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio.
O secretário-geral da ONU salientou que, neste momento, a primeira prioridade é apoiar os ucranianos, mas também proteger as pessoas e países mais vulneráveis do mundo.
António Guterres recordou que muitos países em desenvolvimento já estavam a lutar para recuperar do impacto económico da pandemia da Covid-19 e “agora enfrentam uma subida em flecha das faturas de alimentos, energia e fertilizantes”.
Guterres lamentou ainda que alguns países ricos estejam a apostar na redução da sua ajuda humanitária: “Temos de reunir países desenvolvidos e em desenvolvimento para encontrar soluções globais”, defendeu, lembrando que o mundo tem alimentos, energia e financiamento suficientes para todos os países ultrapassarem esta crise.
Mas, defende o secretário-geral da ONU, é preciso “evitar o açambarcamento e a especulação” e fazer reformas que permitam “àqueles que precisam de dinheiro comprar coisas essenciais para os seus países acederem a esses fundos, revendo as regras e os critérios de elegibilidade sempre que necessário”.
A ONU tem alertado para os impactos da guerra para muitos países, devido ao aumento dos preços dos combustíveis e ao facto de a Rússia e a Ucrânia serem dois dos maiores produtores mundiais de cereais e fertilizantes.
Os dois países em conflito são responsáveis por mais de metade do fornecimento mundial de óleo de girassol e de 30% do trigo.
De acordo com a ONU, só a Ucrânia produzia, até agora, mais de metade do trigo utilizado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), a agência da ONU que apoia os países na luta contra a fome.
Além disso, existem 45 países que importam pelo menos um terço do seu trigo da Ucrânia ou Rússia e outros 18 que compram pelo menos metade do que consomem, incluindo o Egito, República Democrática do Congo, Líbano, Síria, Somália, Sudão e Iémen.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
LUSA/HN
28/02/2022
O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou esta segunda-feira a “abdicação criminosa” dos dirigentes mundiais na luta contra as alterações climáticas. face ao “sofrimento humano” que provocam.
Intervindo na apresentação do mais recente relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas, Guterres apontou o documento como um repositório do “sofrimento e uma acusação avassaladora ao falhanço dos líderes mundiais na luta contra as alterações climáticas”, sobretudo no que toca aos países com mais emissões poluentes.
“Quase metade da humanidade vive nas zonas de perigo, hoje e agora. Muitos ecossistemas atingiram o ponto de não retorno. Os factos estão aí e são inegáveis”, afirmou numa mensagem em vídeo, declarando que “esta abdicação de liderança é criminosa”.
António Guterres afirmou que “os culpados são os maiores poluidores mundiais, que pegam fogo à única casa” que a humanidade tem.
O responsável máximo das Nações Unidas referiu que o relatório contém duas verdades fundamentais: “o carvão e outros combustíveis fósseis estão a sufocar a humanidade” e “o investimento em adaptação às alterações climáticas está a resultar e salva vidas”.
No entanto, salientou que o volume de ajuda aos países em desenvolvimento é “claramente inadequado”, alertando que “perder tempo é morrer”.
“Sei que as pessoas em todo o lado estão preocupadas e zangadas. Eu também estou. É tempo de tornar esta zanga em ação”, defendeu.
LUSA/HN
02/11/2021
“Isto não são números numa página. São mães e pais. Irmãos e irmãs”, afirmou Guterres num comunicado em que sublinhou que enquanto os países ricos estão já a administrar uma terceira dose da vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença, “só cerca de 5% da população de África está completamente vacinada”.
“Isto é uma vergonha global”, disse Guterres, acrescentando que o facto de a pandemia já ter provocado cinco milhões de mortos é também uma “clara advertência” de que não é possível “baixar a guarda”.
O responsável máximo das Nações Unidas indicou igualmente que há vários fatores que poderão contribuir para que o coronavírus continue a propagar-se, entre os quais a desinformação, a concentração de vacinas e a falta de solidariedade global.
“Temos que injetar vacinas nos braços de 40% das pessoas de todos os países até ao final do ano, e de 70% até meados de 2022”, pediu Guterres, instando os líderes mundiais a apoiar a Estratégia de Vacinação Global, lançada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no mês passado.
“A melhor maneira de honrar esses cinco milhões de pessoas que perdemos, e de apoiar os trabalhadores da saúde que lutam contra este vírus todos os dias, é transformar a equidade de vacinas numa realidade, acelerando os nossos esforços e assegurando vigilância máxima para vencer o vírus”, sustentou o secretário-geral da ONU.
A Covid-19 já causou mais de cinco milhões de mortes em todo o mundo, entre mais de 246,62 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, com base em dados oficiais.
Em Portugal, morreram, desde março de 2020, 18.167 pessoas e foram contabilizados 1.091.142 casos de infeção, de acordo com dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
LUSA/HN