BE pede audição urgente de Pizarro sobre falta de meios no SNS e no INEM

BE pede audição urgente de Pizarro sobre falta de meios no SNS e no INEM

“Todos os meios clínicos e técnicos foram colocados à disposição’. Esta afirmação provém de fonte do Ministério da Saúde e é feita em reação ao óbito de uma criança, tragédia que lamentamos profundamente, ocorrido em Portimão no passado dia 19 de maio”, pode ler-se no requerimento dos bloquistas.

Segundo o mesmo texto, “a afirmação contrasta claramente com o que se passou nesse dia no Algarve, pelo que se exige esclarecimento e responsabilização por tudo o que sucedeu”.

O BE pede assim, com caráter de urgência, a audição do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, “sobre a falta de meios no SNS e no INEM, no Algarve e em várias regiões do país”.

“Temos ouvidos nos últimos meses, quer o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, quer o Diretor Executivo do SNS, Fernando Araújo, falar da necessidade de previsibilidade do SNS, argumento que têm usado para justificar o encerramento de urgências e outros serviços”, refere.

O problema, segundo o BE, é que “esta abordagem está a substituir um SNS que deveria ser universal, geral e gratuito, por um SNS previsível, mas onde a previsibilidade é a do encerramento de serviços e a inoperacionalidade de meios”.

“É público que a ambulância de transporte inter-hospitalar pediátrico de Portimão estava inoperacional por falta de médico especialista e que a pediatria do hospital de Faro se encontrava encerrada. É público que se tentou ativar a ambulância de transporte inter-hospitalar pediátrica de Lisboa e que, encontrando-se essa ocupada, se optou pela ativação do helicóptero de Loulé que não dispõe de equipa especializada”, descrevem os bloquistas.

De acordo com os bloquistas, “a falta de meios, nomeadamente em pediatria, é uma recorrência, assim como é a falta de meios no INEM”.

Na segunda-feira, foi anunciado que a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriram, respetivamente, um processo administrativo e uma inspeção para esclarecer a morte de um bebé que aguardava por transferência no hospital de Portimão.

Numa resposta conjunta enviada à agência Lusa, as duas entidades informaram que a decisão de abrir os procedimentos foi adotada “no quadro das suas competências”, após terem tido conhecimento do falecimento de um bebé no hospital de Portimão, enquanto aguardava por uma transferência inter-hospitalar.

A decisão surgiu depois de um bebé de 11 meses ter morrido na sexta-feira, ao final de tarde, no hospital de Portimão, enquanto aguardava transferência para a unidade de cuidados intensivos pediátrica do hospital de Faro.

Questionada pela Lusa, fonte do Ministério da Saúde disse que todos os meios foram colocados à disposição no caso do bebé e que o transporte falhou devido ao agravamento do seu estado.

LUSA/HN

Utentes enviam seis mil postais ao ministro contra falta de médicos

Utentes enviam seis mil postais ao ministro contra falta de médicos

“Foram recolhidos seis mil postais escritos e três mil assinaturas num abaixo-assinado que circulou na freguesia de A-dos-cunhados e Maceira que vão ser entregues ao Ministério da Saúde”, afirmou Jorge Humberto, do PCP, em declarações à Lusa.

Com os postais, os subscritores dos cinco concelhos, todos no distrito de Lisboa, pretendem “denunciar o problema da falta de médicos de família” na região.

Os postais vão ser colocados dentro de uma seringa gigante que será depois entregue no Ministério da Saúde a “exigir medidas necessárias para um melhor acesso ao único serviço público e universal que permite o acesso a todos em condições de igualdade”.

A recolha de postais, iniciada em março, visa “dar continuidade à luta por melhores cuidados de saúde no Oeste”, depois de várias concentrações e protestos nos concelhos do Cadaval, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.

Segundo os comunistas, nos cinco concelhos, integrados no Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul, existem cerca de 70 mil utentes sem médico de família num universo de mais de 200 mil habitantes.

“Numa altura em que se acentuam os problemas no acesso ao Serviço Nacional de Saúde, é necessário reverter a crescente falta de médicos de família e garantir mais contratações de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde”, sublinharam.

Para o PCP, “não é aceitável que para os utentes do Oeste a solução venha a ser a entrega dos utentes a equipas contratadas por instituições sociais em vez de médicos e enfermeiros no centro de saúde da sua área de residência”.

LUSA/HN

Localização do novo hospital do Oeste deverá ser anunciada nos próximos dias

Localização do novo hospital do Oeste deverá ser anunciada nos próximos dias

“Ao que sabemos o Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde já entregou o relatório final ao ministro [da Saúde, Manuel Pizarro]”, disse o presidente da Assembleia Intermunicipal do Oeste, Rui Prudêncio (PS), numa audição na comissão parlamentar de Saúde, manifestando a convicção de que a decisão sobre a localização do novo hospital do Oeste “estará por dias”.

O Grupo de Trabalho foi constituído no início do ano para proceder a uma análise técnica com vista à decisão sobre a localização do futuro Hospital do Oeste e respetivo perfil funcional, bem como a calendarização, o modo de operacionalização e de financiamento da sua construção.

A decisão deveria ter sido anunciada até final de março, tendo por base um estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim).

Contudo, segundo Rui Prudêncio (PS), “esse prazo não foi cumprido porque as câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos apresentaram pedidos para serem considerados outros critérios”, sustentados num segundo estudo, encomendado pela autarquia caldense.

Os dois estudos entregues ao Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde apontam conclusões diferentes sobre a localização do futuro hospital.

O documento encomendado pela OesteCim aponta como local o Bombarral, enquanto o dossier entregue pela Câmara das Caldas da Rainha sustenta que, se for cumprido o Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT), o hospital só poderá ser construído em centros urbanos de maior dimensão. Nesse caso, apenas Caldas da Rainha e Torres Vedras seriam localizações elegíveis.

Questionado pelo PCP durante a audição, o presidente da Assembleia Intermunicipal defendeu que o novo hospital “é uma estrutura demasiado importante para ser condicionada por qualquer plano de ordenamento do território” e que, sendo o PROT “um documento orientador, com certeza, que haverá soluções”.

Rui Prudência entregou hoje aos membros da comissão de Saúde o estudo encomendado pela OesteCim, e que foi remetido ao ministro da Saúde em novembro de 2022, para dotar os deputados “de todos os elementos que os possam ajudar a decidir” quando forem discutidas em plenário duas petições contraditórias sobre a localização do novo hospital.

A primeira petição, entregue fevereiro, com 11.920 assinaturas, defende a construção nas Caldas da Rainha. O segundo documento, entregue em março, com 29.029 assinaturas, defende a construção de um hospital para todo o Oeste, com base na posição defendida pelas assembleias municipais da maioria dos municípios da região, que aprovaram moções a apoiar a localização no Bombarral.

Na audição PCP, PSD e PS reconheceram a urgência na construção do novo hospital, considerando o deputado socialista Jorge Gabriel que “estão reunidas todas as condições para ser tomada uma decisão”.

No início de abril, o Ministério da Saúde esclareceu que decidiu adiar a decisão quanto à localização e ao perfil assistencial do futuro hospital do Oeste até analisar os contributos recebidos, nomeadamente pelas câmaras das Caldas da Rainha e Óbidos, e receber o relatório do grupo de trabalho.

O novo hospital deverá substituir o atual Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

A OesteCim é composta pelos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos, Peniche, do distrito de Leiria, e por Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, do distrito de Lisboa.

LUSA/HN

Inaugurada em Lisboa Casa de acolhimento para doentes adultos com Leucemia

Inaugurada em Lisboa Casa de acolhimento para doentes adultos com Leucemia

“Queremos que seja um porto seguro para os doentes e cuidadores que, tendo uma doença de sangue grave, precisem de ser tratados em Lisboa por períodos de tempo prolongados sem que necessitem de internamento hospitalar”, disse à agência Lusa o presidente da APCL, Manuel Abecasis.

A Casa Porto Seguro, inaugurada após mais de dois anos desde a aprovação do projeto, tem oito quartos, cozinha e áreas de lazer e vai permitir a um familiar cuidador coabitar com o doente durante o período de tratamentos.

Localizada na Praça de Espanha, a casa de acolhimento nasceu da recuperação de um edifício da Câmara Municipal de Lisboa.

“Sentíamos a necessidade de as pessoas terem um alojamento que fosse confortável e em que se sentissem bem. Essa ideia foi germinando e acabámos por estabelecer contactos com a Câmara Municipal de Lisboa, que nos cedeu este imóvel que estava bastante degradado e que a associação recuperou”, adiantou Manuel Abecasis.

O presidente da APCL apontou ainda “várias dificuldades na execução do projeto”, recordando que começou em 2019 e depois parou devido à pandemia de covid-19.

“Na recuperação [do edifício], a associação gastou cerca de 700 mil euros. Parte foi com fundos próprios, outra parte foi com apoios que fomos tendo ao longo do tempo, de empresas, de particulares e de mecenas, que contribuíram para que a casa se tornasse uma realidade”, salientou.

Manuel Abecasis disse à Lusa que a associação encontrou junto de patrocinadores forma de “subsidiar cada um dos quartos, de modo que a casa possa funcionar, uma vez que as pessoas vão estar de forma gratuita”.

“Os ocupantes da casa vão ser pessoas com recursos económicos escassos. Pessoas que não têm condições económicas para poderem permanecer em Lisboa por tempos prolongados e em que o apoio que a Segurança Social dá muitas vezes só permite o alojamento em habitações ou em situações que não são muito confortáveis”, realçou.

“Estamos em conversações com a Segurança Social no sentido de conseguir estabelecer um acordo, de modo a que aquilo que pagam para os doentes ficarem passem a pagar à associação, para que casa possa ter sustentabilidade, uma vez que a associação não tem recursos que permitam manter a casa a funcionar”, sublinhou.

A sua localização, próxima do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e do Hospital de Santa Maria, vai facilitar o acesso aos doentes daquelas duas unidades hospitalares, de acordo com a APCL.

A Casa Porto Seguro vai estar também disponível para receber doentes hemato-oncológicos do Hospital de Santo António dos Capuchos.

Autarca vai apelar à tutela criação de radioterapia em Viana do Castelo

Autarca vai apelar à tutela criação de radioterapia em Viana do Castelo

Em comunicado enviado às redações, a propósito de uma audiência que o autarca socialista concedeu à Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo (LAHVC), que já reuniu 30 mil assinaturas num abaixo-assinado a reclamar a instalação daquele serviço no hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, Luís Nobre assegurou ainda que irá reportar esta “necessidade” à Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.

Segundo a nota, Luís Nobre manifestou-se “sensibilizado com os argumentos do abaixo-assinado para a criação de um serviço de radioterapia e garantiu que irá apresentar junto da tutela e da CIM do Alto Minho aquelas preocupações”.

“Tanto mais que o ministro da Saúde é um profissional da área e, certamente, entenderá a necessidade registada pela LAHVC, que precisa de enquadramento técnico por se tratar de uma área muito específica”, sustenta a nota.

Luís Nobre “comprometeu-se a levar o assunto à tutela, de forma a reforçar as diligências recentemente tomadas pela LAHVC junto do próprio ministro”.

Em março, a LAHVC apelou a Manuel Pizarro para a criação daquele serviço, sendo que o governante deixou a promessa de que iria estudar o assunto.

Na altura, o presidente da Assembleia Geral da LAHVC, Defensor Moura, entregou “em mãos” ao ministro da Saúde uma exposição com três páginas a reivindicar a instalação do serviço de radiologia no hospital de Santa Luzia, na capital do Alto Minho.

No documento refere-se que “o hospital de Viana do Castelo carece de dois aparelhos para tratar adequada e atempadamente os 400 novos doentes oncológicos que surgem no distrito todos os anos”.

Segundo a LAHVC, por ano, surgem 400 novos doentes oncológicos no distrito de Viana do Castelo que fazem, em média, 25 sessões de radioterapia.

“São 10 mil tormentosas viagens de ida e volta ao Porto ou a Braga (…). Cerca de mais 1.400.000 quilómetros de viagem, realizados em transporte individual ou em veículos coletivos (…) São, também, mais 1.400.000 quilómetros de transportes com muito elevados custos suportados pelo orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS). São malefícios demais para os doentes e familiares, para o erário público e para o meio ambiente, que podem ser minimizados com a instalação de um Serviço de Radioterapia no Hospital de Viana do Castelo”, defende a direção da LAHVC.

A ULSAM gere os hospitais de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, servindo uma população residente de 231.488 habitantes nos 10 concelhos do distrito e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.