10/04/2023
A iniciativa, marcada para as 21:00, conta com a participação do Coro Ateneu Comercial do Porto, Coro Corpus Christi, Ensemble Instrumental, Escola de Dança Sabor Latino e com a Orquestra de Guitarras e Bandolim do Conservatório de Música da Maia.
A Direção Musical é da Maestrina Lígia Castro e da Direção Pedagógica do Conservatório de Música da Maia, Professor Nuno Rocha
A Associação “Testemunhar é Ajudar” tem como finalidade apoiar o doente oncológico, familiares e amigos, desde o momento em que é diagnosticado o cancro.
LUSA/HN
03/04/2023
É um procedimento de neuromodulação não invasiva, que consiste na aplicação de campos magnéticos pulsados capazes de gerar correntes elétricas de baixa intensidade no cérebro.
Segundo Miguel Bragança, diretor do Serviço de Psiquiatria: “Este método tem-se mostrado eficaz no tratamento de algumas patologias psiquiátricas, estando o Serviço de Psiquiatria focado, nesta fase inicial, nas situações de perturbação depressiva major resistente ao tratamento e de perturbação obsessivo-compulsiva”. A EMT será apenas utilizada em casos graves de patologia psiquiátrica, sendo por isso um tratamento de segunda linha.
“O tratamento consiste na aplicação de uma pequena bobine que aplica campos magnéticos sobre o couro cabeludo, nas zonas correspondentes a áreas do córtex cerebral envolvidas nas patologias acima mencionadas. Através da EMT, é possível estimular ou inibir regiões específicas do cérebro, de forma segura, bem tolerada e sem impacto na cognição. Durante o tratamento, a pessoa encontra-se consciente, não havendo necessidade de utilização de anestésicos”, explica.
Esta técnica, utilizada em vários centros internacionais, iniciou-se no CHUSJ com três utentes submetidos a sessões de vinte minutos, ao longo de seis semanas.
“Para receber este tratamento, os utentes são inicialmente encaminhados pelo seu médico psiquiatra e passam depois por uma avaliação prévia, para determinar a sua elegibilidade para este procedimento”, conclui Miguel Bragança.
PR/HN/RA
07/02/2023
Num estudo que pretendeu mapear e otimizar o percurso clínico dos doentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) após um primeiro enfarte, os especialistas concluíram que apenas alguns hospitais portugueses possuem um centro especializado de reabilitação cardíaca, que esta rede “não é bem conhecida” e que a referenciação dos doentes “não está organizada a nível nacional”.
Já em hospitais menos especializados, “a reabilitação cardíaca não existe e o acompanhamento após o evento agudo é mais frágil, com menos médicos disponíveis ao nível hospitalar e uma grande distância das populações ao hospital de referência”, acrescentam.
O trabalho, que contou com a orientação e validação técnica de um conjunto de especialistas do Centro Hospitalar Universitário São João, Hospital Garcia de Orta, Hospital dos Lusíadas e do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia-Espinho, concluiu ainda que, onde existe reabilitação cardíaca, “a adesão dos doentes a estes programas está dependente da sua facilidade em compatibilizar o acompanhamento com o regresso à normalidade”.
Quanto à falta de orientações atualizadas para o seguimento dos doentes pós-enfarte agudo do miocárdio, referem que “alguns hospitais possuem protocolos próprios para o tratamento destes doentes e outros não” e apontam a existência de “grandes desafios na disponibilidade e alocação de recursos (profissionais de saúde, equipamentos, infraestrutura, etc.) à prevenção secundária”.
Neste trabalho foi realizado um mapeamento dos hospitais a nível nacional, tendo sido selecionados sete unidades de diferentes realidades e níveis de diferenciação, para se conseguir comparar o seguimento dos doentes no pós-enfarte agudo do miocárdio. Foram igualmente realizadas entrevistas a profissionais de saúde.
Para responder ao cenário encontrado, e de forma a prevenir a reincidência, o grupo de peritos identificou um conjunto de recomendações a seguir, sublinhando a importância de desenvolver um programa de reabilitação cardíaca estruturado em duas fases e considerando essencial, após a alta do doente, o seguimento por telefone e o encaminhamento para a Medicina Geral e Familiar.
Defendem igualmente que o acompanhamento em cardiologia no hospital “deve definir a direção dos cuidados a serem prestados ao doente” e que a gestão diária do período pós-agudo deve ser coordenada pelo médico de medicina geral, “com forte envolvimento dos doentes”.
Recomendam ainda que sejam disponibilizados aconselhamento dietético e psicológico e consultas de especialistas para cessação tabágica.
Os resultados deste consenso estratégico para diminuir reincidência do enfarte de miocárdio vão ser hoje apresentados e discutidos em Lisboa, no Auditório da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte a nível global. Em Portugal, são responsáveis por cerca de 33 mil mortes por ano, um terço do total de óbitos. Só o enfarte do miocárdio mata, em média, 12 pessoas por dia.
LUSA/HN
10/10/2022
As especialidades que fazem parte do plano de redução do tempo de espera por cirurgia através de operações ao domingo são obesidade, cirurgia vascular, estomatologia e cirurgia geral.
Em declarações à agência Lusa, a diretora da Unidade Autónoma de Gestão (UAG) de Cirurgia do CHUSJ apontou como meta operar mais 64 doentes da especialidade de obesidade, 32 de cirurgia vascular e outros tantos de cirurgia geral, bem como 12 que aguardam vaga em estomatologia.
“Este modelo ajudará a diminuir as listas de espera”, afirmou Elisabete Barbosa.
A diretora apontou que em Portugal esta iniciativa em hospitais “não tem paralelo”, mas, por exemplo, no Reino Unido o conceito do ‘hospital/sete dias’ é comum.
“E é um conceito com o qual eu estou de acordo. A ideia passa por aproveitar a capacidade instalada e o hospital funcionar os sete dias da semana para tratar doentes. Claro que este esforço obriga a criar vagas de fim de semana para recobro, ainda que algumas cirurgias sejam feitas em regime de ambulatório [recuperação em casa]”, descreveu.
O programa de produção adicional ao domingo do CHUSJ – que é centro de referência de cirurgia oncológica Hepato-Bilio-Pancreática do reto e do esófago e tem um Centro de Responsabilidade Integrada (CRI) de obesidade – começou na segunda quinzena de setembro e foram até agora operados mais 40 doentes.
“O objetivo é chegar às 140 cirurgias ao domingo até ao final do ano”, disse Elisabete Barbosa sobre um programa com “possibilidade de alargamento a outras especialidades”.
Quanto ao escalamento de equipas cirúrgica, de enfermagem e anestésica, esse é voluntário e remunerado, ou seja o profissional é convidado a trabalhar ao domingo e caso o aceite recebe pelo exercício desta produção adicional.
À Lusa, a diretora da UAG de Cirurgia contou que após a pandemia, o CHUSJ começou a ter uma grande referenciação por parte dos cuidados de saúde primários, atingindo até valores superiores a 2019.
A referenciação para consulta cresceu mais 15% em relação ao ano passado e, consequentemente, a lista de doentes inscritos para cirurgia aumentou 7% também em relação a 2021 (dados de agosto).
“Se realizamos mais consultas, naturalmente a lista de doentes para cirurgia também aumenta. Se temos salas otimizadas seis dias por semana [o bloco operatório do CHUSJ funciona das 08:00 às 20:00 de segunda-feira a sábado e agora das 08:00 às 17:00 ao domingo] porque não usá-las os sete dias?”, analisou a responsável.
Elisabete Barbosa admitiu que, por exemplo, em obesidade eram já “muitos” os doentes “quase a ultrapassar” o Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG) que ronda, nesta especialidade, os 180 dias.
A TMRG é o tempo considerado clinicamente aceitável para a prestação dos cuidados de saúde adequados à condição de cada utente do Serviço Nacional de Saúde, indicador definido por lei e publicado em Diário da República.
LUSA/HN
23/09/2022
Fernando Araújo será o primeiro diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, previsto no estatuto do SNS, aprovado no início de agosto, e que tem como objetivo reforçar o papel de coordenação operacional das respostas assistenciais.
Já depois de pedir a demissão do cargo de ministra da Saúde, Marta Temido explicou em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros no dia 08 de setembro, onde foi aprovada a orgânica daquela entidade, que “a direção executiva do SNS visa responder àquilo que se revelou um papel essencial no combate à pandemia, a necessidade de uma melhor coordenação operacional das respostas assistenciais”.
Na altura, Marta Temido disse que a nomeação do líder da direção executiva, que será composta também por um conselho de gestão, conselho estratégico, assembleia de gestores, e fiscal único, deveria ser feita por resolução de Conselho do Ministros.
O até aqui presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, cargo que exercia desde abril de 2019, e antigo secretário de Estado Adjunto da Saúde, cargo que deixou na remodelação governamental, que ditou a saída do ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, em 2018, vai desempenhar uma função que gerou dúvidas e críticas por parte da Ordem dos Médicos, sindicatos e partidos políticos.
Médico especialista, exerceu medicina no CHUSJ até ser encaminhado no cargo de presidente daquele centro hospitalar onde se notabilizou como diretor de serviço de imuno-hemoterapia e do Centro de Medicina Laboratorial (de 2012 a 2015), mas nunca escondeu o seu gosto pela área da gestão.
Do seu currículo consta, aliás, uma pós-graduação em Gestão de Serviços de Saúde pela Universidade Católica do Porto (2002) classificada com 17 valores, a mesma classificação que alcançou, em 1990, quando se formou em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Fernando Araújo assume o cargo de diretor executivo do SNS num Governo com maioria absoluta do Partido Socialista e numa altura em que o executivo de António Costa vive um ambiente de atrito diário com os profissionais de saúde e entidades ligadas ao setor, nomeadamente devido a encerramentos de serviços de urgência ou falta de profissionais para assegurar escalas.
E foi exatamente sobre este tema que Fernando Araújo escreveu a 31 de agosto – um dia depois da demissão de Marta Temido – na habitual secção de opinião que assinava no Jornal de Notícias.
“Reduzir o trabalho no SU [Serviço de Urgência] é um objetivo relevante. Não apenas em função do desgaste dos profissionais, mas porque limita a capacidade de atender os restantes doentes em tempo e qualidade. Um pequeno número de pessoas resulta num largo número de episódios de urgência e internamento, com impacto desproporcionado de custos”, defendeu.
Antes, a 03 de maio, quando estava na ordem do dia o fim das taxas moderadoras, Fernando Araújo chamava a atenção para o risco de colocar o “foco mediático” nesta dimensão, quando existem, dizia, “um conjunto enorme de problemas sérios e graves no SNS”.
No artigo, o médico e gestor falava em “saturação” de um sistema “já de si esgotado”, isto depois de, em junho de 2021, em entrevista ao Diário de Notícias, em jeito de balanço do período pandémico que o país atravessou, ter referido que “a exigência e complexidade na saúde exigem os melhores à frente nas instituições”.
Fernando Araújo despediu-se entretanto da coluna que assinava semanalmente no Jornal de Notícias, afirmando que “foram 20 semanas de crónicas reais, escritas com alma, sobre os problemas de milhares de portugueses.
Nascido no Porto em 1966 e até aqui líder do hospital considerado “farol” da pandemia covid-19 em Portugal, Fernando Araújo também se mostrava crítico do chamado centralismo e apontava ao dedo à capacidade do país – “bom a tratar” – de prevenir e reabilitar.
Fernando Araújo, que foi membro do Conselho Nacional para o SNS da Ordem dos Médicos, entidade na qual também presidiu ao Colégio da Especialidade de Imuno-hemoterapia da Ordem dos Médicos, exerceu múltiplas responsabilidades ao nível da gestão intermédia e gestão de topo em instituições de saúde, presidindo a diversas entidades e instituições na área da saúde.
LUSA/HN