12/10/2022
O coordenador do NEMO aproveitou, ainda, para indicar que este encontro irá permitir “rever a abordagem de síndromes médicas maternas na gravidez e destacar o papel da interdisciplinaridade na abordagem da mulher grávida e da puérpera”.
Healthnews (HN) – “Gravidez em estado de alerta”. Porquê a escolha deste tema para as 3.ªs Jornadas do Núcleo de Estudos de Medicina Obstétrica?
Pedro Correia Azevedo (PCA) – A gravidez é um momento muito importante no que toca à promoção e à educação para a saúde. Existe uma motivação extraordinária relacionada com o nascimento do futuro bebé. Por este motivo, a gravidez é um estado de alerta constante. Por outro lado, com a acuidade diagnóstica que hoje temos disponível e com as gestações cada vez mais tardias na idade materna, assistimos a um conjunto de patologias médicas durante a gravidez que são autênticos desafios diagnósticos. A interdisciplinaridade entre saberes médicos faz assim todo o sentido para estarmos alerta durante a gravidez, tratando patologias e prevenindo complicações.
HN – Quais os objetivos principais destas Jornadas?
PCA – Os objetivos destas jornadas são rever a abordagem de síndromes médicas maternas na gravidez e destacar o papel da interdisciplinaridade na abordagem da mulher grávida que tem o obstetra assistente como pivô. Pretende-se destacar o papel da Medicina Interna na abordagem destas doentes. A divulgação científica é também um dos objetivos, sendo que as dezenas de trabalhos submetidos são de elevada qualidade.
HN – Quais os critérios para a escolha dos temas que vão compor os dois dias destas Jornadas?
PCA – Na escolha dos temas houve a preocupação em abordar vários assuntos, desde patologia crónica prévia à gestação e patologia aguda da gravidez e puerpério, onde a Medicina Interna tem espaço de atuação em conjunto com os obstetras assistentes e também com os médicos de Medicina Geral e Familiar. Houve a preocupação de incluir temas como a Diabetes com prevalência reconhecida, mas também a Saúde Mental com condições tantas vezes subdiagnosticadas. Pela dificuldade e complexidade na gestão clínica, os temas da Patologia Neurológica, da Patologia Respiratória e da Hipocoagulação na gravidez serão também abordados. Teremos, ainda, uma palestrante sobre Segurança Farmacológica na Gravidez com a participação do INFARMED. Falaremos ainda sobre Fertilidade, Doença Médica e Gravidez numa encruzilhada entre as causas para a redução da fertilidade e as complicações médicas da reprodução medicamente assistida. Com o objetivo de discutir alguns mitos e sistematizar conhecimento, teremos uma mesa sobre Exames de Imagem na Gravidez. As Jornadas terminarão com uma Sessão Aberta ao Público sobre Tabagismo, Outras Adições e Gravidez, com a participação de médicos especialistas em Medicina Interna, Obstetrícia, Medicina Geral e Familiar e Psiquiatria.
HN – Atualmente, quais as principais preocupações a ter durante a gravidez?
PCA – Em Portugal, as mulheres cada vez engravidam mais tarde, existindo cada vez mais potencial para patologia crónica associada à gestação, nomeadamente com aumento do risco cardiovascular. Por outro lado, independentemente da idade, os avanços da ciência permitem que mulheres com patologias crónicas possam ter gestações bem-sucedidas. Estas situações colocam-nos desafios diagnósticos e farmacológicos, com a segurança farmacológica na gravidez sendo uma preocupação constante na gestão das patologias médicas associadas – nesta área a hipocoagulação e o tromboembolismo venoso são incontornáveis. Além disso, os temas da Saúde Mental são de capital importância – é urgente falar abertamente sobre depressão, ansiedade, comportamento alimentar, psicoterapia e ajuste a uma nova realidade.
HN – Quais as patologias que mais preocupam os profissionais de saúde?
PCA – Todas as patologias médicas maternas da gravidez são uma preocupação, contudo, a tónica deve ser aplicada na prevenção de complicações e no planeamento da gestação. As mulheres com patologias crónicas, nomeadamente Diabetes, devem pugnar por um controlo adequado da sua doença de base antes da conceção. Por outro lado, as mulheres que desenvolvem patologia aguda na gravidez devem ter assistência atempada e adequada o mais precocemente possível.
HN – De todas as sessões, qual a que considera mais pertinente/ não poderia deixar
PCA – Destaco as mesas de Hipocoagulação na Gravidez e Patologia Psiquiátrica na Gravidez. Dou destaque à palestra Perturbações Alimentares e Obesidade na Gravidez.
HN – Pode indicar alguns dos nomes que irão estar presentes?
PCA – Na área da Diabetes teremos a Dr.ª Joana Louro e a Dr.ª Sofia Mateus, duas internistas reconhecidas e dedicadas à diabetes. Na área da Saúde Mental contaremos com a participação da Dr.ª Dulce Bouça, psiquiatra dedicada à área do comportamento alimentar, entre outros colegas psiquiatras e uma psicóloga. Contaremos com a participação de vários obstetras, desde logo a Prof. Doutora Ana Campos (antiga diretora da Obstetrícia da MAC). De referir ainda contribuições de colegas de Medicina Geral e Familiar e de Radiologia. Destaco ainda a sempre pertinente contribuição da Dr.ª Augusta Borges (a primeira internista dedicada a tempo inteiro à Medicina Obstétrica).
HN – O que é que as Jornadas pretendem acrescentar a todos os participantes?
PCA – Pretendemos chamar a atenção para a prevenção de complicações e abordagem precoce de patologias maternas na gravidez. Conseguiremos assim deixar todos em alerta para uma gravidez com bom resultado.
AS/MM/HN
28/08/2022
A iniciativa conta com a participação de Marie-Claire Arrieta do departamento de de Fisiologia, Farmacologia e Pediatria da Universidade de Calgary, Canadá e de Ener Cagri Dinleyici, Presidente de Estudos Pediátricos, Probióticos, Prebióticos, Alimentos Funcionais e Microbiota na Turquia.
De acordo com os especialistas os “1000 primeiros dias de vida são cruciais para a saúde na vida adulta”. “Há diversos fatores que podem interferir com este desenvolvimento e afetar a composição da microbiota, como o tipo de parto, a alimentação, a idade gestacional, o ambiente e os tratamentos com antibióticos”.
O uso excessivo ou indevido de antibióticos é uma das principais causas do desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose).
O webinar visa explicar como se modula o ecossistema intestinal desde o nascimento, quais os fatores que podem alterar a microbiota infantil e por que é importante cuidar dela, principalmente no contexto de tratamento com antibióticos.
PR/HN/Vaishaly Camões
04/07/2022
Dezenas de participantes, incluindo administradores hospitalares, irão discutir a proposta da Comissão Europeia sobre o Espaço Europeu de Dados de Saúde (EEDS), nomeadamente no que se refere ao acesso e partilha. O objetivo passa também por criar um documento conjunto para apresentar à Comissão Europeia.
“Esta é uma oportunidade única para deixar um contributo neste tema crítico para a saúde digital e as políticas de saúde europeias de saúde nos próximos anos”, afirma Ricardo Cruz Correia, professor da FMUP que faz parte da organização do evento.
A sessão de abertura está prevista para as 10h00 e irá contar com intervenções do diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira, do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), Fernando Araújo, do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, da presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Sofia Nogueira da Silva, e da deputada europeia Maria Manuel Leitão Marques.
De acordo com o programa, a proposta da Comissão Europeia sobre o EEDS será apresentada pelas 10h30, seguindo-se uma mesa redonda com a participação de responsáveis de diferentes entidades e moderação de Paulo Nunes de Abreu, da Digital Health Portugal.
A partir das 11h45, serão discutidos os desafios e barreiras à implementação do Espaço Europeu de Dados de Saúde, particularmente do ponto de vista dos responsáveis dos hospitais portugueses. Filipa Fixe, administradora executiva da Glintt, será a moderadora desta sessão.
Os trabalhos prosseguirão à tarde, com debates “breakout rooms”, dos quais deverão sair contributos para o documento final a apresentar à Comissão Europeia.
As inscrições para participar neste evento devem ser realizadas aqui.
FMUP/HN
01/06/2022
A associação Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos disponibiliza grupos, com extensão de norte a sul do país e ilhas, que reúnem pessoas que têm em comum o facto de terem sofrido um AVC, que se encontram para encarar a situação pela positiva, partilhar mais informação, conhecer melhor a saúde e os direitos, prestando informações e esclarecimento de dúvidas a sobreviventes de AVC.
Os Grupos de Ajuda Mútua (GAMs) são uma forma de atuação para responder aos problemas de quem sofreu um Acidente Vascular Cerebral, sentindo o conforto de não serem os únicos a “lutar”. Pretendem ainda melhorar a capacidade de enfrentar situações difíceis, ajudar a sair do isolamento e solidão, aumentando a autoestima e colhendo ideias para facilitar a integração.
Em parceria com autarquias e unidades de saúde locais, a Associação Portugal AVC promove encontros para a integração e combate à exclusão social dos sobreviventes de AVC oferecendo a possibilidade de os interessados beneficiarem de um acompanhamento regular, comparecendo em reuniões mensais.
Dos primeiros dias até ao longo da vida do sobrevivente, os GAM’s apresentam-se como uma solução de apoio onde qualquer pessoa pode encontrar informações e respostas a dúvidas.
Para mais informações, os interessados em frequentar as reuniões promovidas por este GAM podem entrar em contacto para o email: [email protected].
Também através desta iniciativa, a Associação Portugal AVC compromete-se a promover a vida pós-AVC, melhorando a prevenção, reabilitação e integração do sobrevivente de AVC na comunidade.
Para mais informações contacte: www.portugalavc.pt; facebook.com/pt.avc ou [email protected]
PR/HN
11/03/2022
“Do levantamento de medidas resulta, por exemplo, o fim dos limites de lotação em estabelecimentos, equipamentos e outros locais abertos ao público. Deixa também de ser exigido teste negativo para acesso a grandes eventos, recintos desportivos, bares e discotecas”, revelou a Secretaria Regional da Saúde e Desporto, em comunicado de imprensa.
As novas medidas de controlo da pandemia de Covid-19, que colocam todas as ilhas dos Açores em situação de alerta, entraram em vigor às 00:00 de hoje.
Segundo a Secretaria Regional da Saúde, “no essencial, as medidas restritivas aplicadas agora […] resumem-se ao uso de máscara em espaços interiores e à obrigatoriedade de teste [de despiste do SARS-CoV-2] negativo para visitas a pacientes internados em estabelecimentos de saúde e estruturas residenciais para idosos”.
Os testes são dispensados a “portadores de certificado de recuperação ou de declaração médica de alta clínica por Covid-19” e a “pessoas de idade igual ou inferior a 12 anos”.
Na nota é ainda referido que, “nas viagens para os Açores, por via aérea ou por via marítima, passa a ser exigido certificado digital apenas a estrangeiros, nas viagens internacionais com entrada pelos aeroportos e portos dos Açores”.
“O controle passa a ser feito pelas autoridades aeroportuárias e portuárias, sendo desativados [a partir de esta sexta-feira] os dispositivos de controle e testagem nos aeroportos e portos açorianos”, é acrescentado.
De acordo com a tutela da Saúde, podem continuar a ser sujeitos à realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2 “os trabalhadores, utentes e visitantes de estabelecimentos de ensino, de prestação de cuidados de saúde, de estruturas residenciais para idosos, de unidades de cuidados continuados e de outras respostas dedicadas a pessoas idosas, bem como a crianças, jovens e pessoas com deficiência”.
Nestes casos, ficam igualmente dispensados os “portadores de certificado de recuperação ou de declaração médica de alta clínica por covid-19” e “pessoas de idade igual ou inferior a 12 anos”.
Também podem continuar a ser “realizadas medições de temperatura corporal por meios não invasivos” para acesso a determinados espaços.
Ficam em isolamento profilático “os infetados com o vírus SARS-CoV-2” e os “utentes a quem tenha sido determinada vigilância ativa, conforme determinação da Autoridade de Saúde Regional”.
Segundo uma circular normativa da Direção Regional da Saúde, atualizada na semana passada, apenas é exigido isolamento profilático às pessoas com resultado positivo de um teste de despiste do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença Covid-19.
Esse isolamento é de cinco dias, “independentemente da idade” e do “estado vacinal”, podendo ser prolongado, se o utente “apresentar sintomas moderados ou graves”.
Os contactos próximos de um caso positivo não têm de ficar em isolamento, devendo apenas “cumprir as medidas gerais” de proteção.
No caso de não terem vacinação de reforço contra a Covid-19, devem também “realizar, preferencialmente, [um] teste rápido de antigénio de uso profissional (TRAg) para SARS-CoV-2 ao 5.º dia”.
Os Açores registaram hoje 325 novos casos de infeção pelo SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19.
A região tem 2.071 casos ativos de infeção, sendo 948 em São Miguel, 555 na Terceira, 180 em São Jorge, 175 no Faial, 123 no Pico, 36 na Graciosa, 34 nas Flores, 19 em Santa Maria e um no Corvo.
Estão internados nos três hospitais da região 21 pessoas com Covid-19, incluindo duas em cuidados intensivos.
Até terça-feira, 89,9% da população residente arquipélago tinha vacinação primária completa contra a Covid-19 e 50,3% tinha a dose de reforço.
A Covid-19 provocou pelo menos 6.011.769 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 21.285 pessoas e foram contabilizados 3.380.263 casos de infeção, segundo dados de hoje da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN