Interrupção da gravidez deve regressar a hospital de Ponta Delgada no segundo semestre

Interrupção da gravidez deve regressar a hospital de Ponta Delgada no segundo semestre

Numa nota publicada no ‘site’ do executivo açoriano, a secretária regional da Saúde e Desporto, Mónica Seidi, disse que o Governo dos Açores está a trabalhar “para que no segundo semestre deste ano seja de novo possível” realizar estes processos.

A titular pela pasta da Saúde explica que a equipa já está devidamente formada, sendo “composta por quatro médicos e seis enfermeiros não objetores de consciência”.

“A portaria que definiu as medidas a adotar nos estabelecimentos de saúde oficiais ou oficialmente reconhecidos com vista à realização da interrupção da gravidez nas situações previstas no Código Penal, foi aplicada à região em 2007 e, desde então, a Região Autónoma dos Açores tem cumprido na íntegra, como a tal está legalmente obrigada, o disposto no normativo em vigor”, lê-se na nota.

Atualmente, a IVG ocorre apenas no hospital da Horta (ilha do Faial), mediante a disponibilidade de um médico especialista (prestador externo).

Todas as restantes utentes são referenciadas, pelos Hospitais da região, para a Clínica dos Arcos, uma unidade de saúde privada no continente.

A criação da valência em Ponta Delgada, em complementaridade com o hospital da Horta, acrescenta Mónica Seidi, é um importante passo “na celeridade destes processos”, passando a existir duas instituições de saúde a prestar este serviço.

“Há sempre uma primeira consulta informativa; a assinatura do consentimento, a ecografia, a consulta de psicologia a realizar no período de reflexão e a disponibilidade de acompanhamento por um técnico de serviço social”, refere-se na mesma nota.

LUSA/HN

Hospital do Divino Espírito Santo teve dívida de 145 ME a fornecedores

Hospital do Divino Espírito Santo teve dívida de 145 ME a fornecedores

“Em 2021 e 2022, o HDES já pagou cerca de 16 milhões de euros a fornecedores”, disse a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, durante uma sessão de perguntas no parlamento regional, reunido na Horta, admitindo que “há ainda um caminho a percorrer”, no sentido da regularização da dívida.

A governante, que integra o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, indicou que a herança deixada pelo anterior governo socialista era de “145 milhões de euros”, a 31 de dezembro de 2020.

A questão foi levantada por Nuno Barata, deputado da Iniciativa Liberal, no âmbito de uma sessão de perguntas sobre os problemas verificados em São Miguel, a maior ilha dos Açores, referindo-se, em especial, ao acesso aos cuidados de saúde e ao pagamento de dívidas a fornecedores.

“Qual é o prazo de atraso nas faturas do HDES em relação a fornecedores?”, perguntou o parlamentar liberal, adiantando que há empresários que dizem que “desde 2020 têm faturas atrasadas”, que continuam, atualmente, ainda por pagar.

Célia Pereira, deputada socialista, criticou, por outro lado, a falta de investimento do atual governo de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), em matéria de recursos humanos, na ilha de São Miguel, não apenas no setor das Saúde, mas também em outras áreas sociais.

“Faltam técnicos e recursos no terreno. Falta um trabalho integrado e articulado entre os atores locais, faltam políticas sociais e sócio-sanitárias inovadoras e adequadas que São Miguel e os seus territórios prioritários, enfrentam”.

A secretária regional da Saúde garantiu que a taxa de cobertura de médicos de família aumentou na maior ilha dos Açores, desde que o atual governo de direita assumiu funções na região, passando de 85% para 95% em apenas dois anos e meio.

António Lima, do Bloco de Esquerda, entende que o executivo devia também investir na modernização dos centros de saúde da ilha, que considera “estarem na mesma”, a necessitar de “forte investimento” em matéria de conservação das infraestruturas.

José Pacheco, do Chega, manifestou preocupação com a dificuldade sentida por muitas famílias micaelenses, no acesso à habitação própria, devido à especulação imobiliária, resultante, em parte, do grande crescimento do setor turístico na ilha.

“Um casal que ganha o ordenado mínimo, neste momento, não consegue ter acesso ao crédito à habitação. Não conseguem comprar uma casa a um preço justo, a um preço que eles consigam pagar!”, lamentou José Pacheco, adiantando que esse problema constitui, hoje em dia, “um drama” para muitas famílias.

Pedro Neves, do PAN, criticou também a preferência que é dada aos turistas que visitam São Miguel, em detrimento da população residente, dando como exemplo os navios de cruzeiro, que têm prioridade no desembarque no porto de Ponta Delgada, enquanto os navios que transportam cereais têm de aguardar ao largo do porto, para poderem descarregar.

Délia Melo, deputada do PSD, referiu-se aos problemas verificados no setor da Educação, em concreto ao aumento do quadro de pessoal das escolas protagonizado pelo governo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, que permitiu garantir mais estabilidade entre professores e maior sucesso educativo.

Paulo Estêvão, do PPM, contestou o discurso “populista”, “demagógico” e “falso” que o deputado do IL trouxe ao parlamento sobre a ilha de São Miguel, lembrando que a maior ilha dos Açores é também “a locomotiva” do arquipélago, cuja população “não se revê” neste tipo de “ataques”.

Nuno Barata considera que a “locomotiva” responsável pelo crescimento dos Açores “tem arrastado vagões cada vez mais pesados”, numa alusão às restantes ilhas do arquipélago, que, alegadamente, crescem “à custa” de São Miguel, visam que é criticada, porém, por Rui Martins, do CDS.

“A locomotiva do senhor deputado Nuno Barata está desejosa de largar vagões por essa linha fora”, ironizou o parlamentar centrista, lamentando que, para a representação parlamentar do IL, “o arquipélago seja apenas São Miguel! O resto, é paisagem!”

LUSA/HN

Economista e docente universitária Manuela Menezes é a nova presidente do hospital de Ponta Delgada

Economista e docente universitária Manuela Menezes é a nova presidente do hospital de Ponta Delgada

A indicação da nova administradora, nascida em 25 de março de 1976 (46 anos), foi divulgada em comunicado pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) após uma reunião do Conselho do Governo, realizada em Ponta Delgada na quinta-feira.

Em 02 de dezembro de 2022, a presidente do HDES, Cristina Fraga, demitiu-se na sequência da demissão de 21 dos 25 diretores de serviços, que denunciaram problemas nas escalas da unidade.

Já perto do Natal, o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, indicou que o hospital estava a funcionar “normalmente”, com as escalas da urgência já garantidas para janeiro e com a retirada dos pedidos de demissão por parte dos diretores de serviço.

Em novembro, cerca de 400 médicos da região (191 do Hospital do Divino Espírito Santo) tinham manifestado indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas de trabalho extraordinário obrigatórias por lei, reclamando um pedido de desculpas do vice-presidente do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.

Artur Lima (CDS-PP) tinha afirmado em 11 de novembro que os médicos “não podem usar o dinheiro como moeda de troca para dispensar” a prestação de cuidados.

Segundo informação divulgada pelo Governo Regional, Manuela Gomes de Menezes é desde 2018 docente convidada na Universidade dos Açores, lecionando nas áreas de Economia, Gestão, Turismo e Relações Públicas.

Desde o mesmo ano é economista consultora na MM Business Consulting e sócia e ‘business developer’ da empresa de biotecnologia Azores Life Science.

Foi coordenadora geral da associação de solidariedade social Mãe de Deus, que, entre outras valências, gere seis lares de acolhimento de crianças e jovens em risco.

Licenciada em Economia pela Universidade Nova de Lisboa e em Psicologia pela Universidade dos Açores, a nova administradora hospitalar fez também o mestrado na academia do arquipélago (Ciências Económicas e Empresariais, especialização em Gestão de Recursos Humanos) e frequentou uma pós-graduação na área de Recursos Humanos na universidade norte-americana de Harvard.

Em setembro passado iniciou o doutoramento em Ciências Económicas e Empresariais nos Açores.

Além de Manuela Gomes de Menezes, o Conselho do Governo nomeou Sandra da Conceição Silva para presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel (USISM).

De acordo com a informação disponibilizada pelo Governo Regional, Sandra Silva, nascida em 04 de dezembro de 1975 (47 anos), é já vogal executiva desta administração, tendo desempenhado várias funções na USISM.

Tem formação em Enfermagem, inclusive Enfermagem Comunitária, pela Universidade dos Açores, e possui o título de especialista do Ensino Superior nesta área. Tem um mestrado em Ciências de Enfermagem pela Universidade do Porto.

LUSA/HN

Economista e docente universitária Manuela Menezes é a nova presidente do hospital de Ponta Delgada

Secretário da Saúde dos Açores admite “alguma demora” nas urgências do HDES

“Há dias em que há maior procura do que outros e, de facto, tem havido alguma demora, para além daquilo que são os tempos mínimos e médios de espera. De qualquer forma, não nos é reportada nenhuma situação absolutamente anormal, que tenha posto em causa a prestação do cuidado de saúde. Isto é que nos preocupa”, afirmou o titular das pastas da Saúde e Desporto nos Açores, Clélio Meneses.

O governante da coligação PSD/CDS-PP/PPM falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com o presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA), José António Soares.

Questionado sobre constrangimentos nas urgências do HDES, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o governante reconheceu alguma demora no tempo de atendimento.

“No hospital de Angra, em regra, estão a ser cumpridos os tempos médios, na Horta de igual modo. Em Ponta Delgada, nalguns dias foram ultrapassados esses tempos médios, mas a nossa preocupação era manter os serviços de urgência abertos, de modo a assegurar a resposta de saúde que as pessoas precisam”, apontou.

Em novembro, cerca de 400 médicos (191 do Hospital do Divino Espírito Santo) manifestaram indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas de trabalho extraordinário obrigatórias por lei.

Numa visita às urgências do HDES, em 21 de dezembro, o secretário da Saúde assegurou que as escalas de urgência do hospital de Ponta Delgada estavam garantidas em janeiro.

Clélio Meneses reiterou hoje que foi possível “estabilizar a resposta” em termos de recursos humanos, para assegurar “que o serviço de urgência mantivesse os níveis que tinha”, mas disse que no inverno “há dias em que, de facto, há um aumento da procura”.

“Infelizmente, a nível nacional o que temos são serviços encerrados e tempos de espera de horas e horas e horas, em situações urgentes, o que não acontece, nos Açores, felizmente”, frisou.

Em 02 de dezembro, a presidente do conselho de administração do HDES, Cristina Fraga, demitiu-se na sequência da demissão de 21 dos 25 diretores de serviços.

Questionado sobre a nomeação do novo conselho de administração, Clélio Meneses reiterou que o assunto “está a ser liderado” pelo presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, e que será o Conselho de Governo a fazer a nomeação.

“O que foi sempre dito é que será durante o mês de janeiro. O mês de janeiro ainda agora começou, mas durante o mês de janeiro será anunciado o novo conselho de administração”, adiantou.

LUSA/HN

Economista e docente universitária Manuela Menezes é a nova presidente do hospital de Ponta Delgada

Hospital de Ponta Delgada passa a realizar cirurgias da patologia hipofisária

De acordo com o HDES, as cirurgias surgem na sequência de uma parceria dos Serviços de Endocrinologia e Nutrição e de Neurocirurgia com o Hospital Egas Moniz – Serviço de Neurocirurgia e o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

As cirurgias, realizadas pelas cirurgiãs Conceição Marques e Joana Tavares, tiveram lugar a 06 e 08 de dezembro, a tumores da hipófise, que “decorreram sem complicações, tendo os doentes tido já alta com devido seguimento posterior”.

Segundo o hospital, foram igualmente “realizadas 10 consultas de avaliação e seguimento, visto que a maioria dos doentes já se haviam deslocado anteriormente ao Hospital de Egas Moniz, sendo assim mais cómodo e vantajoso, para os utentes com esta patologia, a vinda das especialistas ao HDES”.

Estão previstas mais duas cirurgias no início de 2023, segundo o hospital.

De acordo com o HDES, “antes da entrada em vigor deste projeto, os doentes açorianos tinham de ser operados no continente, o que envolvia estadias bastante longas, no mínimo de três semanas, por vezes superiores a um mês”.

Existem neste momento 12 doentes em lista de espera para este tipo de cirurgia.

O HDES anunciou também que “está em fase de instalação um novo equipamento adquirido para a realização das chamadas ‘provas de esforço’, no âmbito da especialidade de cardiologia”.

O novo equipamento foi adquirido ao abrigo do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), por cerca de 45 mil euros, sendo que “irá permitir maior precisão nos resultados, utilizando tecnologia de ponta neste domínio, consistindo num importante reforço dos serviços do HDES”.

Entretanto, o número de utentes em espera para cirurgia nos Açores “baixou em novembro para 9.830, o valor mais baixo registado em fim de período desde 2018”, tendo sido realizadas 866 cirurgias, o que resultou numa redução de 126 propostas na lista de inscritos no arquipélago.

Com 451 cirurgias realizadas em novembro, o HDES atingiu uma redução da lista de espera para a cirurgia de 170 propostas, enquanto o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira “não registou alteração e o Hospital da Horta aumentou 44”.

“É evidente a alteração significativa na proporção de utentes operados dentro do tempo máximo de resposta garantida no HDES: de 30,9% em outubro passou para 35% em novembro”, enquanto “nos outros dois hospitais do arquipélago a proporção baixou”.

De acordo com o HDES, a média regional “ultrapassou pela primeira vez os 50%, fixando-se em 51% em novembro”, sendo que “o tempo médio de espera voltou a baixar e encontra-se neste mês em 365 dias, ou seja, é a espera mais baixa registada nos últimos cinco anos”.

O HDES destaca a “enorme pressão sobre estes indicadores, que continua em alta, registando-se a entrada em lista de espera para cirurgia de mais 1.136 propostas, um valor que é superior às 866 cirurgias realizadas na região”.

LUSA/HN