30/05/2023
O estudo hoje divulgado, desenvolvido pela Dove em Portugal, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Brasil, Estados Unidos, Canadá, inquiriu 1.200 jovens e pais em Portugal.
Concluiu que 80% dos jovens prefere comunicar pelas redes sociais, em vez de pessoalmente, e considera que estas são para os seus pares uma parte de si mesmos. Admitem também ficar aborrecidos se não puderem aceder às plataformas.
Dois em cada cinco jovens reconhecem que as redes sociais têm impacto negativo na sua saúde mental “muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que assistem”, nomeadamente incentivos à automutilação (25%) e 90% já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos, revela o estudo.
Cerca de metade (45%) observou conteúdos que incentivam comportamentos de restrição ou distúrbio alimentar, 70% já consumiu informações que os incentivaram a utilizar de forma excessiva filtros nas suas fotografias e vídeos.
Três em cada quatro jovens viram conteúdos que mostravam “corpos perfeitos e irrealistas” e dizem concordar que as redes sociais têm o poder de os fazer querer mudar a sua aparência.
O trabalho agora conhecido é apoiado no lançamento de uma petição internacional em colaboração com a Mental Health Europe, uma rede europeia que trabalha na prevenção de problemas de saúde mental, que pretende levar o tema da segurança ‘online’ dos jovens ao Parlamento Europeu e legislar as redes sociais.
O estudo também analisou a visão dos pais sobre esta problemática, tendo concluído que 48% se sentem culpados por não estarem a proteger suficientemente bem os filhos daquilo que veem e ouvem diariamente ‘online’, 52% acredita que plataformas têm mais poder para moldar a autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles enquanto pais e 40% confirma que os conteúdos têm impacto negativo na saúde mental dos filhos.
Mais de 85% dos pais concorda que as redes sociais precisam de mudar para darem uma experiência mais positiva aos adolescentes e que é necessário adotar leis para responsabilizar as plataformas pelos danos que estão a causar à saúde mental dos jovens.
Comentando à agência Lusa estes dados, o psicólogo Eduardo Sá afirmou o estudo se limita “a tornar mais visível” aquilo que os pais, professores e os técnicos que trabalham com adolescentes observam, que é “um acesso franco, prolongado e ilimitado às redes sociais sem qualquer tutela por parte dos adultos”, que acaba por ter, em muitos aspetos, “um impacto francamente prejudicial na sua saúde mental”.
O porta-voz do estudo destacou o facto de os adolescentes reconhecerem ser viciados nas redes sociais e que “não encontram ninguém que, de alguma forma, os proteja ou regularize a sua relação com elas”.
O estudo realça também o modo como os adolescentes comunicam entre si, que já não é de “viva voz” como acontecia há uma geração, mas fundamentalmente através do digital e das redes sociais em que são expostos a uma realidade que deveria “dar que pensar”.
Por outro lado, disse o especialista em Saúde Familiar e Educação Parental o estudo “deixou claro” que aquilo que os adolescentes acham que é a realidade e aquilo que as redes sociais lhes trazem como realidade acaba por ser confundido para eles, o que traz “distorções significativas na sua formação”.
“[O impacto] que as redes sociais têm, muitas vezes, na deformação dos adolescentes, acaba por ser uma espécie de droga (…) e com o assentimento dos pais e com consequências que, nalguns casos, são manifestamente graves”.
“Eles acabam por ter contacto com conteúdos que são de uma toxicidade absolutamente fora do vulgar sobre a beleza. E esses conteúdos são tão massivos, tão imersivos, que quando eles se comparam com estes modelos que lhes chegam, evidentemente, que não têm como não se sentir piores”, vincou, considerando ser “uma situação muito preocupante”.
O psicólogo salientou o papel que os pais devem ter nesta matéria: “Nós, os pais, somos muito demissionários, muito mais do que era suposto, sem medirmos as consequências que tudo isto tem na saúde mental dos nossos filhos que, a curto, médio prazo, acaba por ficar comprometida e nós temos a obrigação de intervir de outra forma porque fica aqui todo um vazio que acaba por ser prejudicial”.
“Portanto, aquilo que me preocupa não são tantos os adolescentes, somos nós na definição de um conjunto de regras que eles precisam de ter para que o seu crescimento seja protegido”, rematou.
LUSA/HN
29/05/2023
A conversa entre o psicólogo Eduardo Sá, a artista Carolina Deslandes, e outros convidados, será moderada pela escritora e criadora de conteúdos digitais, Catarina Raminhos.
Além dos três participantes, esta conversa conta também com a presença inspiradora de professores, educadores e jovens que foram convidados a partilhar o seu testemunho do impacto das redes sociais na sua vida.
A iniciativa tem lugar na Praça Central do CascaiShopping e segue-se de uma atuação de Carolina Deslandes.
“É com enorme prazer que recebemos esta iniciativa da Dove e damos as boas-vindas a todos os seus participantes. O CascaiShopping recebe milhares de pessoas diariamente e, por isso, faz todo o sentido dar visibilidade a temas que são tão importantes e que certamente impactam a vida dos nossos visitantes” refere Carla Bonito, diretora do CascaiShopping.
PR/HN/
28/05/2023
“Entre a idade dos ‘porquês’ e o tempo da revolta: Como lidar com a DII em crianças e jovens?” foi o tema que marcou o segundo webinar promovido pela APDI.
A sessão, que juntou especialistas e o testemunho de uma doente, teve como objetivo dar a conhecer as manifestações clínicas na fase pediátrica, a forma como se vive o diagnóstico nas crianças e nos jovens, a importância do envolvimento dos doentes no tratamento, o papel da família e do psicólogo.
O encontro contou com a participação de Susana Almeida, Gastrenterologista pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra; Joana Pais, psicóloga clínica da APDI e Mariana Santulhão, jovem com DII.
Os primeiros sinais e sintomas, o diagnóstico e o estigma da doença foram alguns dos assuntos que marcaram o arranque do debate. A jovem contou que foi aos 14 anos que foi diagnosticada com Doença de Crohn, tendo sofrido “muito” antes de conhecer a sua condição clínica.
“Os meus sintomas eram extraintestinais. Tinha problemas articulares, oftalmológicos, dermatológicos e tinha um défice de crescimento. Houve uma fase de crise em que tinha muita diarreia, dores abdominais, vómitos e tive que ir às urgências, onde fiquei internada e recebi o diagnóstico”, explicou.
No entanto, reconheceu que foi após ter descoberto a causa dos seus problemas de saúde que passou a ter “qualidade de vida, graças à medicação”. Sob uma perspetiva otimista, Mariana garantiu ter sabido adaptar-se à doença sem nunca ter pensado em abandonar a medicação.
A importância do diagnóstico precoce e o envolvimento da criança no processo terapêutico foram os tópicos destacados por Susana Almeida. “Na DII é essencial fazer um diagnóstico precoce, sobretudo na sua variante de Crohn. Esta patologia tem muitas vezes sintomatologia que não é imediatamente reconhecida e isso faz com que infelizmente muitas crianças tenham vários anos de atraso no diagnóstico com perda de potencial crescimento (…) O nosso objetivo tem que ser tratar a criança, pensado no adulto que vem aí”.
“Na pediatria é muito importante falar para os pais, mas na adolescência não se pode falar com os pais… Tem que se falar, sobretudo, para o doente. Tem que se envolver desde cedo o jovem no processo. É preciso explicar a questão dos exames, o tempo de internamento e os objetivos da terapêutica”, acrescentou.
Na mesma linha de pensamento, Joana Pais fez questão de frisar a importância de explicar a doença aos doentes mais novos, pois “sabemos que a infância e a adolescência são as fases mais importantes do ser humano, funcionando como um ‘tubo de ensaio’ para as fases de vida subsequentes”
“Quando há um diagnóstico de DII é experienciado um estado de sofrimento e incerteza que tem repercussões a nível familiar, social e afetivo. Portanto, é essencial que a criança compreenda a doença”.
Na sessão, o “esquecimento propositado” da medicação foi um outro assunto trazido a debate. Segundo a Gastrenterologista pediátrica, há jovens que dizem ter “esquecido” a toma dos medicamentos, mas fazem-nos por se sentirem “muitas vezes cansados e diferentes dos outros”.
Sobre esta questão, Mariana garantiu não ter sido esse o seu caso, mas admitiu que durante muitos anos “calou” a doença por medo de ser considerada uma “vítima” por parte dos colegas da escola.
A psicóloga clínica sublinhou, assim, a importância de acabar com os tabus e de promover a “discussão aberta” da doença no ambiente escolar. “É importante que os professores sejam orientados para trabalhar nesta psico-educação dentro da turma para que a criança ou o adolescente com DII não seja discriminado e para que seja integrado.”
No webinar, foi ainda destacada a evolução que se tem operado na última década a nível da inovação terapêutica e da investigação na área das doenças inflamatórias do intestino. Hoje em dia os doentes contam com equipamentos mais avançados, exames menos invasivos e medicamentos altamente eficazes.
No encerramento, os especialistas alertaram para o facto de se estar a ser verificar um aumento significativo do número de casos complexos em idade pediátrica, tanto em Portugal, como a nível europeu.
Texto de Vaishaly Camões
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23/05/2023
Intitulado “Pas Gras” (‘não gorduroso’ em tradução literal), o projeto visa a “redução de riscos metabólicos, determinantes ambientais e comportamentais da obesidade em crianças, adolescentes e jovens adultos” e é coordenado por Paulo Oliveira, investigador e vice-presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC/UC), explicou a Universidade de Coimbra em comunicado enviado à agência Lusa.
Financiado pelo Horizonte Europa – programa-quadro de investigação e inovação da União Europeia -, o “Pas Gras” pretende “desenvolver, ao longo de cinco anos, estratégias interdisciplinares de investigação e inovação capazes de mudar o paradigma da prevenção e do tratamento da obesidade, fornecendo soluções práticas para uma vida saudável na sociedade contemporânea”.
Ainda segundo a UC, a investigação “vai clarificar o papel do estilo de vida, saúde mental, fatores familiares, socioeconómicos e do ambiente no desenvolvimento da obesidade, e a sua interação com as características genéticas e metabólicas de cada indivíduo”.
Com base na análise integrada daqueles múltiplos parâmetros, a Universidade de Coimbra argumentou que será possível “elaborar uma avaliação personalizada e robusta do risco acrescido de sofrer de obesidade e complicações associadas, que incluem, por exemplo, problemas cardiovasculares”.
O estudo terá como públicos-alvo crianças entre os 03 e os 09 anos, adolescentes entre os 10 e os 18 anos e jovens adultos até aos 25 anos, bem como as respetivas famílias, com excesso de peso ou obesidade.
“Paralelamente, o projeto vai estudar mecanismos celulares e moleculares subjacentes ao efeito protetor de componentes da dieta mediterrânica e atividade física. Além disso, vai criar uma campanha internacional que visa o aumento da literacia em saúde e a sensibilização da sociedade para os riscos da obesidade”, frisou a UC.
Citado na nota, o investigador Paulo Oliveira acrescentou que o projeto “vai preencher lacunas críticas no diagnóstico e prognóstico da obesidade e proporcionar um conjunto de ferramentas inovadoras e medidas que possam contribuir para adotar e manter escolhas de estilo de vida” que a contrariem.
Em Portugal, para além da Universidade de Coimbra (representada pelo consórcio Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia, que integra o CNC-UC, o Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra e o Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra), são entidades parceiras a Universidade Nova de Lisboa, Associação de Ginástica do Centro, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, o Instituto Pedro Nunes e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
A nível internacional, participam no projeto o Conselho Nacional das Pesquisas e Universidade de Bari (Itália), três entidades alemãs (Mediagnost, Universidade de Martin Luther Halle-Wittenberge e a Universidade Técnica de Munique), a Sociedade Europeia de Investigação Clínica (Países Baixos), Fundação EURECAT (Espanha), o Instituto Nencki de Biologia Experimental (Polónia), o King’s College de Londres (Reino Unido), a Universidade de Uppsala (Suécia).
LUSA/HN
19/05/2023
Na véspera da realização de três marchas, em Lisboa, Porto e Coimbra, contra a “degradação do SNS”, convocadas por vários sindicatos e com a participação de movimentos de utentes, três médicos ainda a realizar internato reconheceram perda de poder de compra e um “planeamento de recursos humanos mal feito”.
Em declarações à agência Lusa, José Rodrigues, médico interno de Ortopedia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, de 26 anos, diz que “gostaria de continuar no SNS” como especialista.
“Ainda que não seja um sim absoluto – é um sim condicional -, sim, gostaria de continuar”, realçou.
Considerando o SNS “uma das maiores conquistas” da democracia portuguesa, o jovem enaltece o seu papel na promoção da saúde pública, lembrando que atualmente “não se pode viver só do idealismo”.
“Esse é que é o grande problema no SNS neste momento. (…) Na verdade, há uma insuficiência cada vez mais gritante de recursos humanos, que é a mais-valia do SNS” disse, lamentando que o problema se agrave progressivamente, o que é “um sinal de doença do SNS”.
Para José Rodrigues, a saída dos especialistas coloca em causa a rapidez e a forma como os médicos conseguem prestar cuidados aos doentes.
“(…) A longo prazo também coloca, de certo modo, em causa a formação dos internos, porque são os especialistas que são o exemplo – os mestres – e também dão orientação na formação dos internos atuais e especialistas durante as próximas décadas”, acrescentou.
Também a médica interna em formação geral no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (sediado em Penafiel) Ana Diogo Coutinho, de 24 anos, contou à Lusa que “gostava muito de fazer carreira no SNS”, apesar de ainda não ter iniciado a especialidade.
“Eu acredito muito na missão do SNS e acho que temos um SNS que funciona”, disse, considerando, ainda assim, que o serviço público de saúde se encontra subfinanciado e que Portugal está “aquém do seu potencial”.
“Acredito que os profissionais que lá trabalham – não digo apenas médicos, enfermeiros, auxiliares de ação médica, fisioterapeutas, técnicos – não têm condições laborais” equiparáveis às de outros países da União Europeia, sustentou.
Assinalando falhas no planeamento de recursos humanos, Ana Diogo Coutinho sublinhou que os profissionais de saúde não estão satisfeitos com o SNS, “não pelo que ele representa, mas sim pelas condições que é possível dar aos doentes”.
“As listas de espera são intermináveis. As infraestruturas dos hospitais não estão preparadas para o número de doentes que têm à sua responsabilidade, portanto, acho que, de uma forma geral, o SNS está aquém do que poderia ser”, salientou.
Além disso, a médica lembrou que a saída de especialistas compromete a formação.
“Com a saída de especialistas, acabamos por não conseguir dar uma formação tão boa, porque claramente temos menos pessoas a ensinar, menos pessoas a tutelar (…). Com um número mais baixo de especialistas é mais difícil todos os médicos internos atingirem os seus requisitos essenciais para uma formação”, afirmou.
Por seu turno, Edgar Simões, médico interno de Saúde Pública no Agrupamento de Centros de Saúde Loures-Odivelas (ACES Loures-Odivelas), de 28 anos, adiantou que não sabe se vai exercer no SNS quando acabar o internato, dizendo que “ainda está numa fase de descoberta” daquilo que pretende.
“É óbvio que trabalhar no SNS é atrativo em muitas vertentes: A pessoa diferencia-se, aprende muito e acaba, pelo enquadramento atual, por ter muitas oportunidades de se destacar. Mas, por outro lado, as condições de trabalho são pouco competitivas”, observou.
Falando no seu caso pessoal, mas sem revelar as suas pretensões futuras, o jovem contou que já tem aprovação para fazer o segundo ano do internato no estrangeiro.
“Faço-o porque vou para uma universidade com muita credibilidade internacional, mas também, porque quero explorar opções lá fora”, disse.
Todavia, Edgar Simões perspetiva “um grande problema” quando os médicos que estão na casa dos 60 anos se reformarem, porque, segundo o próprio, “vai haver muitos desafios à qualidade do internato e à capacidade de formar médicos de Saúde Pública”.
“Na minha especialidade, não fazemos urgência e, portanto, (…) talvez não dê tantos títulos noticiosos, porque a falta de médicos de Saúde Pública não é tão óbvia. Os efeitos não são tão óbvios. Os efeitos negativos são insidiosos e mais lentos, mas sem dúvida que é uma das especialidades mais afetadas, porque há um grande problema de demografia”, acrescentou.
As marchas em defesa do SNS Profissionais de saúde, utentes e sindicatos do setor participam no sábado numa marcha em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma iniciativa que terá uma “forte participação”, perspetivam os seus promotores.
“Do nosso ponto de vista, o SNS, se nada for feito, corre o risco de implodir”, adiantou à agência Lusa o coordenador Federação dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS), uma das várias entidades que promovem a marcha que vai decorrer nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra.
Segundo Sebastião Santana, a “Marcha pelo Direito à Saúde” tem tido uma adesão “em linha com a importância do SNS”, o que quer dizer que vai registar uma “forte adesão” dos trabalhadores da saúde, dos utentes e dos seus movimentos representativos, dos sindicatos e até de outras entidades como associações de bombeiros.
“Estamos a viver um quadro muito difícil para quem trabalha no SNS, mas, mais do que isso, para o próprio serviço público. A falta de recursos é enorme e os profissionais estão exaustos”, adiantou o dirigente sindical, para quem, se não forem revertidas as atuais políticas para o setor, pode-se “chegar a um ponto de irreversibilidade”.
De acordo com Sebastião Santana, a situação de “degradação do SNS” vem-se acentuando há mais de 10 anos, “com um desinvestimento crónico e um subfinanciamento absurdo” das instituições de saúde públicas.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), apesar de não ser uma das entidades promotoras, vai também estar presente na marcha, assegurou à Lusa a sua presidente, alegando que o “SNS precisa mesmo de ser salvo”.
“Vamos participar no sentido da defesa da nossa profissão, mas também de todo o SNS”, adiantou Joana Bordalo e Sá, ao salientar que “existem médicos em Portugal, não existem é médicos suficientes” nos hospitais e centros de saúde públicos.
Segundo referiu, a solução para o SNS ter mais médicos “é apontada todos os dias” ao Governo, através das propostas que a FNAM apresenta ao ministério para a melhoria das condições de trabalho, algumas das quais não implicando mais recursos financeiros.
Joana Bordalo e Sá sublinhou ainda que os recém-especialistas “não veem qualquer perspetiva de um projeto profissional, de serem valorizados e de poderem progredir”, o que está a contribuir para que o SNS continue a ter dificuldades em reter médicos.
A marcha de sábado é organizada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional (CGTP-IN), Federação dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) e Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP).
Está prevista sair do Campo Pequeno, em Lisboa, às 15:00, do Hospital de São João, no Porto, também às 15:00, e do Centro de Saúde Fernão de Magalhães, em Coimbra, às 11:00.
LUSA/HN