30/01/2023
Através de um protocolo firmado com as farmácias do concelho, a autarquia comparticipa medicamentos sujeitos a receita médica, tendo como público-alvo munícipes em situação de carência económica comprovada ou com outros indicadores associados.
A atribuição dos apoios tem em conta os rendimentos dos destinatários, sendo o critério a atribuição de 35 euros a quem tem rendimentos até 211,79 euros e de 25 euros aos que auferem até 435 euros.
As candidaturas a este apoio podem ser feitas até ao dia 10 de cada mês, através de um requerimento a entregar no balcão de atendimento no edifício dos Paços do Concelho ou por correio eletrónico para apoio.medicamentos@cm-alenquer.pt
NR/HN
19/12/2022
No âmbito do protocolo assinado esta semana com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, nesses locais passará, ainda, a ser possível consultar resultados de exames ou fazer uma teleconsulta.
“Um serviço muito importante para todos nós e que vai permitir estar mais próximo das nossas populações”, afirma o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), em comunicado divulgado hoje.
LUSA/HN
02/12/2022
Numa nota introdutória ao estudo sobre o “Programa Nacional para a Diabetes – Desafios e Estratégias 2021”, Graça Feitas salienta que “esta epidemia acarreta importantes consequências para os próprios, as suas famílias e a sociedade em geral”, adiantando que o PND “constitui um dos programas prioritários da Direção-Geral da Saúde (DGS)”.
“Além dos desafios diários e constantes que a doença representa, as suas complicações podem levar à perda de visão, da função renal, amputações, doença cardíaca ou cerebral e morte prematura”, adianta.
A divulgação do relatório foi feita na sessão “Diabetes: Desafios e Estratégias”, organizada pela DGS.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), “Portugal apresenta a segunda maior prevalência padronizada de diabetes nos 27 países da União Europeia”. Na UE, a prevalência de diabetes em 2021 foi de 6,2%, na população entre os 20 e os 79 anos, enquanto em Portugal foi de 9,1%.
Além do ponto da situação da doença em 2020, o documento apresenta o resumo das principais atividades desenvolvidas pelo Programa Nacional para a Diabetes em 2021, bem como o plano de ação previsto para 2022-24.
Em 2020, “verificou-se uma redução da taxa de registo de novos casos de diabetes nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), possivelmente associada ao contexto da pandemia Covid-19”. A pandemia poderá estar também relacionada com “a redução na vigilância em consulta de enfermagem” e a “redução da taxa de rastreio das complicações da diabetes”.
No mesmo ano, seguindo a tendência, aumentou o consumo e os custos da medicação para a doença, que “foi responsável por 4110 mortes, correspondendo a 3,3%” das ocorridas em Portugal. “Cerca de 11% dessas mortes” foram de pessoas com menos de 70 anos.
O Plano de Ação para o triénio 2022-2024 tem como objetivos “reduzir o desenvolvimento de diabetes em utentes de risco, identificados através da avaliação do cálculo de risco de diabetes tipo 2”, bem como “o número de pessoas que desconhece ter a doença e o tratamento precoce”, além de “combater o estigma da diabetes”.
“Promover o acesso às novas tecnologias no tratamento de todas as pessoas com Diabetes tipo 1” e “a realização dos rastreios e tratamento precoce das complicações crónicas da diabetes”, assim como reduzir a incidência da doença e a mortalidade, são outros dos objetivos.
A diabetes tipo 1 é a antigamente denominada diabetes dependente de insulina ou de início juvenil e a tipo 2, a mais frequente, é a que se designava diabetes do adulto ou não dependente de insulina.
A prevalência desta doença tem aumentado a nível mundial, estimando a IDF que, em 2030, Portugal apresente “uma prevalência padronizada de diabetes na população entre os 20 e os 79 anos de 10,3%”.
LUSA/HN
30/11/2022
O alzheimer (e outras demências) é a patologia de base mais frequente nas pessoas que os cuidadores acompanham – representando quase 40% -, seguida da doença oncológica (19,6%).
O estudo, que será hoje apresentado, revela que a maioria dos farmacêuticos defende que a farmácia comunitária desempenha, ou deverá desempenhar, “um papel fundamental” no apoio à gestão da medicação dos doentes, apoiando os cuidadores neste processo.
Três em cada quatro dizem também que a farmácia comunitária pode ajudar na gestão de sintomas e dois em cada três consideram que deve assumir um papel enquanto “ponte na referenciação de doentes (e cuidadores) para os serviços de saúde adequados”.
Dados da Segurança Social indicam que há cerca de 11 mil cuidadores informais reconhecidos em Portugal e, desses, 2.689 têm subsídio atribuído. Contudo, estimativas europeias assumem que cerca de 10% da população deverá ser cuidadora.
Quase 90% dos farmacêuticos inqueridos neste estudo, que teve o apoio da farmacêutica Teva, considera a realização de ações de formação (para apoio a cuidadores) como algo fundamental que a farmácia deve disponibilizar e defendem a existência de programas de apoio a cuidadores.
Não obstante ser uma realidade transversal a todos os inquiridos, a verdade é que são os farmacêuticos mais jovens (idade inferior a 35 anos), que exercem na região Centro e em farmácias com elevado número de utentes/dia aqueles que tendem a reconhecer maior importância aos programas de apoio a cuidadores. Para 90% dos inquiridos, as farmácias comunitárias devem mesmo ter um papel e envolvimento ativo no apoio e concretização deste tipo de programas no terreno, principalmente pelo seu posicionamento privilegiado de proximidade com os utentes.
Questionados sobre os aspetos em que a farmácia comunitária pode ter um papel importante no acompanhamento aos cuidadores, apontam a capacidade de ensinar como melhor gerir a medicação dos doentes ou os sintomas, ajudar a aumentar a literacia em saúde e dar informação, a doentes e cuidadores, sobre os serviços disponíveis nas instituições de saúde.
Já as principais necessidades identificadas pelos cuidadores foram o apoio psicológico/emocional, a falta de ajuda técnica e/ou equipamentos de apoio (por ex.: camas articuladas), o apoio domiciliário (equipas de profissionais), a necessidade de informação sobre os apoios disponíveis e de conciliar as tarefas de cuidador com a vida laboral.
LUSA/HN
02/11/2022
Conforme explicou à Lusa a presidente da ANDAR – Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatoide, Ardisete Saraiva, esta portaria veio reforçar o papel das comissões de farmácia e terapêutica dos hospitais na “avaliação e decisão do protocolo terapêutico”, acabando por “atrasar o acesso dos doentes aos medicamentos”.
“Um dos doentes, que levanta a sua medicação na farmácia do Hospital Amadora-Sintra, esteve 44 dias sem medicação”, contou a responsável.
A Lusa contactou este doente, que relatou que “tem sido um suplício” conseguir a medicação na farmácia do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra, no distrito de Lisboa), considerando que a burocracia tem dificultado o acesso e que “os doentes com doença crónica não estão a ser respeitados”.
“Da última vez que fui levantar a medicação, já quase nem conseguia apertar os botões da camisa”, contou Manuel Valadas, que sofre de artrite reumatoide e teve de percorrer três hospitais até conseguir encontrar um que tivesse a medicação de que precisava.
A responsável da ANDAR explicou à Lusa que a portaria que pretende ver revogada define que cabe às comissões de farmácia dos hospitais decidir os termos da dispensa dos medicamentos, segundo as regras aplicadas a cada hospital. Isto faz com que cada unidade hospitalar decida o medicamento que dispensa.
“O hospital decide que medicamentos tem disponíveis e o doente é que tem de andar a percorrer quilómetros porque o hospital mais perto de si não tem?”, questionou.
Além disso, acrescentou, as farmácias hospitalares usam a portaria aprovada este ano, assim como uma orientações de junho da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica (órgão consultivo do Infarmed), para indicar que é ao médico que cabe preencher o registo mínimo – o documento exigido no início do tratamento e que contém informações do doente, da doença e do medicamento que levanta. Até aqui, essa tarefa era dos serviços farmacêuticos.
“A portaria não altera o anexo da portaria anterior que define que a responsabilidade do registo mínimo é dos serviços farmacêuticos e essa orientação é apenas isso, uma orientação, não tem força de lei”, considerou Ardisete Saraiva, para quem esta situação acabou por trazer mais entraves no acesso destes doentes aos medicamentos.
E prosseguiu: “Agora, quando o doente vai à farmácia hospitalar, se não leva o registo mínimo preenchido, muitas vezes não consegue trazer o medicamento.”
No caso de Manuel Valadas, o Hospital Amadora-Sintra sugeriu que fosse visto por outro médico, daquela unidade, para lhe preencher o registo mínimo. Respondeu que não, que só confiava no médico que o seguia e que o doente não tem culpa das burocracias exigidas neste processo.
Ardisete Saraiva contou igualmente que, em muitos casos, o pedido da comparticipação tem de ser avaliado pela comissão de farmácia do hospital, um processo que “demora muito”: “E o doente precisa da medicação, não pode esperar.”
A responsável referiu ainda o caso de um doente que mora em Montemor-o-Novo (distrito de Évora), trabalha em Portalegre e teve de levantar o medicamento à farmácia do hospital de Évora, mas só o conseguiu dois meses depois.
O doente esperou de março a maio e, após esse tempo, só conseguiu trazer uma das duas embalagens prescritas pelo médico.
“O médico acha que o doente apenas deve voltar à consulta dois meses depois e, por isso, passa uma receita com duas embalagens. Mas a farmácia decide entregar apenas uma ao doente, que é obrigado a perder o dia de trabalho e fazer quilómetros para ir levantar a segunda embalagem”, lamentou a representante.
A responsável da ANDAR dá o exemplo de uma outra doente de Sousel (distrito de Portalegre), que foi à consulta de reumatologia no Hospital de Santa Maria, na semana passada. Para evitar uma segunda ida a Lisboa, aproveitou para seguir para a farmácia do hospital.
“Eram 15:00, a farmácia fechava às 16:30 e já não me deixaram entrar, dizendo que estavam já 150 pessoas à espera”, contou à Lusa a doente, Isabel Pinto.
Isabel, que é professora, explicou que teve de faltar dessa vez e que, mesmo assim, não conseguiu levar o medicamento. Pediu ajuda e será a ANDAR a levar-lhe o medicamento a casa. O que ainda tem termina na quinta-feira.
Na semana passada, o ministro Manuel Pizarro anunciou que as farmácias de bairro iam poder distribuir os medicamentos prescritos nos hospitais para tratamento de algumas doenças e fazer a renovação automática da medicação para doentes crónicos prescrita pelo Serviço Nacional de Saúde.
Questionada pela Lusa, Arnisete disse que a medida, quando estiver a funcionar, será uma ajuda e vai facilitar a vida aos doentes, mas insistiu: é preciso ficar salvaguardado que, “nos medicamentos biotecnológicos que as farmácias hospitalares passam a entregar na farmácia comunitária […], o farmacêutico não poderá alterar [a medicação] sem consultar o médico prescritor, para saber se podia fazer essa mudança”.
LUSA/HN