27/12/2022
A cerimónia, organizada pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) tem “caráter nacional e será difundida para todo o país, a partir do auditório do CHUCB, às 11:00 (Receção Internato Médico 2023) e às 15:00 (Receção Residência Farmacêutica 2023)”, refere o Centro Hospitalar e Universitário da Cova da Beira, numa nota enviada à agência Lusa.
De acordo com o comunicado, a sessão contará com a presença, designadamente, do secretário de Estado da Saúde, dos bastonários das ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos, do diretor executivo do SNS, do Presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e dos presidentes do Conselho Nacional do Internato Médico e Comissão Nacional de Residência Farmacêutica.
A sessão nacional de boas-vindas será transmitida em direto, via ‘streaming’, através dos canais oficiais do CHUCB, Facebook e Youtube.
LUSA/HN
04/11/2022
Promovido pelo Conselho Nacional do Médico Interno da Ordem dos Médicos (CNMI), o Inquérito de Satisfação do Internato Médico relativo a 2021 envolveu uma amostra de 2.018 médicos, com uma média de idade de 30 anos.
O objetivo foi avaliar e quantificar o nível de satisfação global dos médicos internos com a formação especializada.
“O ponto de maior insatisfação manifestada, de forma global, pelos médicos internos, diz respeito à ausência no horário laboral de tempo protegido para o estudo autónomo (1.99 – numa escala de 1 a 5)”, refere o estudo a que a agência Lusa teve hoje acesso.
Relativamente à Área Médica, a maior insatisfação relaciona-se com o acompanhamento adequado no Serviço de Urgência (3.5), enquanto nas áreas Cirúrgica e Médico-Cirúrgica a menor satisfação relaciona-se com a possibilidade de realizar técnicas ou procedimentos cirúrgicos (3.47 e 3.31, respetivamente).
Nos Cuidados de Saúde Primários e Saúde Pública os menores graus de satisfação encontram-se nas questões relacionadas com estágios em locais externos às unidades de formação e com a integração e formação direcionadas adequadas naqueles locais pelos médicos internos de Medicina Geral e Familiar (3.17).
Os aspetos “mais notórios” relacionados com a menor satisfação com o serviço prendem-se com o pouco apoio financeiro e/ou logístico à realização ou participação em atividades formativas (2.55) ou científicas (2.08), além da inexistência de recursos científicos, como biblioteca e acesso a literatura atualizada em quantidade suficiente para a promoção de uma formação adequada (2.77), e da inexistência de um sistema de reporte de incidentes (3.15)”.
De um modo global, a maioria dos inquiridos diz estar satisfeita com o internato, mais concretamente com a especialidade (4.12) e com o orientador ou responsáveis de formação (4.15), enquanto a satisfação com o serviço de formação é mais reduzida, embora também positiva (3.57).
Da análise do “ranking” de especialidades, as que reúnem maior nível de satisfação são algumas das habitualmente escolhidas por internos com melhor classificação no concurso de ingresso na formação especializada, como Medicina Nuclear (4,83), Angiologia e Cirurgia Vascular (4.8) e Oftalmologia (4.76).
Já duas das especialidades com pior avaliação – Imuno-hemoterapia (3,46) e Medicina Interna (3,43) – não viram ocupadas a totalidade das vagas disponíveis para ingresso na formação especializada.
A maioria hospitais obteve um nível de satisfação abaixo da média, ao passo que a maior parte das instituições tipo como agrupamentos de centro de saúde obteve um nível de satisfação acima da média.
O presidente do CNMI, Carlos Mendonça, defende citado em comunicado que “estes resultados sejam também alvo de análise pelas entidades coordenadoras do Internato Médico em Portugal, tendo em vista a sua melhoria progressiva”.
“Algumas recomendações para o futuro passam pela introdução de efetivo tempo de estudo autónomo nos programas formativos e horários de trabalho, a criação de estruturas físicas e digitais de suporte bibliográfico nas instituições de formação, a introdução de manuais de procedimentos e de mecanismos de reporte de ocorrências dirigidos aos médicos internos e o reforço dos apoios institucionais à produção científica e formação contínua”, salienta.
Para o bastonário da OM, Miguel Guimarães, “é de particular relevância conhecer e caracterizar a realidade de quem vivencia diariamente o Internato Médico nas diversas especialidades”.
LUSA/HN
17/10/2022
Em comunicado enviado ao nosso jornal, a farmacêutica destaca que “com este curso, os formandos poderão assim aprofundar e atualizar o seu conhecimento sobre a contraceção no geral, os benefícios e riscos dos diferentes métodos e as opções contracetivas a abordar tendo em conta as diferentes patologias.”
O programa conta com 5 módulos de webinares interativos, entre outubro e dezembro, e 1 sessão presencial (em Lisboa e no Porto) de mesas redondas para discussão de casos clínicos, durante o mês de janeiro.
No final do curso é atribuído aos participantes um certificado de conclusão, após a realização do exame e mediante a avaliação final positiva. Esta depende da presença obrigatória em 3 dos 5 módulos teóricos em direto, participação numa sessão de mesas redondas e uma nota mínima de 70% no teste final.
O curso híbrido decorre entre 28 outubro de 2022 e 23 janeiro de 2023 e tem como objetivo promover a formação dos internos e jovens especialistas de Ginecologia e Obstetrícia no planeamento familiar, uma área crítica para a saúde sexual feminina.
As inscrições podem ser realizadas Aqui.
PR/HN/VC
06/08/2022
Médicos internistas vão reunir-se para discutir e refletir sobre os principais desafios que Portugal enfrenta no tratamento das doenças do fígado.
“As jornadas do NEDF procuraram sempre ser abrangentes, focando os temas mais prementes, e por vezes controversos, da atualidade. Todos as palestras foram criteriosamente selecionadas com este objetivo”, antecipa Paulo Carrola, coordenador do NEDF.
Doenças raras em hepatologia, doenças autoimunes, doenças víricas, encefalopatia hepática, cuidados paliativos e radiologia de intervenção em hepatologia são alguns dos temas em destaque.
De acordo com o coordenador do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado, Paulo Carrola, “o acesso e tratamento das doenças do fígado no nosso país está ainda muito aquém do desejado e é muito assimétrico”.
“Se por um lado temos Unidades Hospitalares em que a perceção, sensibilidade e organização para as doenças do fígado está já a um bom nível, existem muitas outras em que, infelizmente, ainda não foram atingidos esses objetivos. Este problema tem constituído uma preocupação do NEDF e ultrapassá-lo é um desígnio para os próximos anos”, alerta o médico internista.
Mais informações disponíveis AQUI.
PR/HN/RA
03/08/2022
De acordo com dados fornecidos à Lusa pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), assinaram o documento a nível nacional cerca de 100 internos de Ginecologia/Obstetrícia de todo o país, de um total de 280.
Na carta, os internos informam que entregaram “minutas de escusa de responsabilidade” para os casos em que estiverem destacados para trabalho em urgência e as escalas não estiverem de acordo com o regulamento sobre a constituição das equipas médicas nestes serviços.
Informam também que entregaram a nível individual e junto das respetivas administrações hospitalares “a minuta de recusa de realização de mais de 150 horas extra/ano”, em conformidade com o disposto no Regulamento do Internato Médico”, assim como a minuta de recusa de realização de mais de 12 horas, a título de trabalho suplementar, a cumprir num único período, em cada semana de trabalho.
Sublinham na missiva que, tendo em conta as exigências laborais, “a formação dos médicos internos se encontra comprometida, uma vez que estes constantemente asseguram as escalas de urgência” e consideram insuficientes as medidas até hoje aprovadas pelo Governo para a resolução das dificuldades sentidas diariamente na prestação de cuidados.
Em declarações à agência Lusa, Mónica Mamede, presidente da comissão de internos do SIM, explicou que a carta envolve cerca de 100 internos de Ginecologia/Obstetrícia de todo o país e que muitos outros que não assinaram, mas já tinham entregue a escusa de responsabilidade quando a carta surgiu. “Na verdade, poderão ser um pouco mais”, disse.
A responsável afirmou que todos estes internos já ultrapassaram o limite das 150 horas extra/ano – que atingiram em março, abril e maio – e que a questão é não só transversal no país como também a diversas especialidades.
“A situação não é nova, acontece todos os anos. Já era assim no pré-covid”, explicou, sublinhando o facto de muitos médicos terem vindo a sair do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “deixando os serviços desfalcados”, o que faz com que sejam exigidas mais horas extra do que o habitual, “que já ultrapassava as 150 horas/ano”.
Mónica Mamede, que fez parte da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, lembra que já em 2013/2014 tinham feito uma carta a avisar que a situação ia chegar a este estado, insistindo que o que estes profissionais recebem (8 euros/hora) não se coaduna com a responsabilidade do seu trabalho.
A profissional de saúde, que é interna em anestesiologia, lembrou que os especialistas têm saído para o privado e sublinhou a posição fragilizada dos internos, que acabam por “ser mão-de-obra para tapar todo e qualquer buraco a um preço muito apetecível e quase com a impossibilidade de dizer não”.
“As escalas estão a ser depauperadas, quer no numero de médicos em absoluto, quer na diferenciação dos médicos necessária para essas escalas”, acrescentou.
Lembrou igualmente que os internos, para terminarem o internato, têm uma série de normas curriculares para cumprir, com pós-graduações, por exemplo, e que os custos são por eles suportados. Durante o internado, acabam por ter de gastar entre 2.000 e 10.000 euros, acrescentou.
Também em declarações à Lusa, Susana Costa, interna de Ginecologia/Obstetrícia no Hospital São João, no Porto, contou que a maior parte dos internos daquela unidade assinou um documento de escusa da realização de mais de 24 horas de urgência semanais (12 são de horário e 12 extraordinárias).
A interna reafirmou que a situação é transversal a todo o país e a diversas especialidades, sublinhando a questão da degradação do SNS e a saída de especialistas.
“Isto é uma medida dos internos de Ginecologia/Obstetrícia, contudo é para manifestar que o Serviço Nacional de Saúde se está a degradar e a nossa formação também e igualmente porque não há condições para os especialistas, que é quem nos ensina, ficarem no SNS”, afirmou.
“Se os especialistas saem não temos quem nos ensine e nos passe o ‘know-how’ da especialidade”, sublinhou.
Os pedidos de escusa visam excluir a responsabilidade individual em sede disciplinar por falhas de diagnóstico e/ou terapêutica condicionada por mau funcionamento dos serviços e que afetem o cumprimento da boa prática médica.
LUSA/HN