14/03/2023
A MiGRA Portugal (Associação Portuguesa de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias) considera que é urgente uma mudança nas políticas de saúde pública para abordar as necessidades mais prementes dos doentes com enxaqueca e outras cefaleias.
Pretende-se assegurar que o doente com enxaqueca e outras cefaleias tenha acesso aos cuidados de saúde e ao tratamento de que precisa e, desta forma, garantir um menor absentismo e presenteísmo (produtividade inferior a 50%) no trabalho, melhor qualidade de vida e menor impacto na vida familiar e social do doente. Estas são as bases das três recomendações definidas pela MiGRA Portugal como prioridades, a implementar pelo Governo a curto-médio prazo, para tornar menos incapacitante uma doença que afeta quase dois milhões de portugueses: criação de um Programa Nacional para as Cefaleias; consciencialização das empresas e inclusão da enxaqueca e cefaleias no âmbito da Medicina do Trabalho, bem como no Plano de Ação para a Literacia em Saúde.
Na audição, vão estar presentes Madalena Plácido, presidente da MiGRA Portugal, e Raquel Gil-Gouveia, presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Para além das recomendações, vão levar a debate os resultados obtidos num estudo acerca do acesso a cuidados de saúde nestas patologias (realizado pela MiGRA Portugal) e num inquérito sobre os serviços clínicos prestados a pessoas com cefaleias (realizado pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias).
PR/HN/RA
12/09/2022
Cerca de 40% dos doentes dizem não ter qualquer acompanhamento médico para estas patologias; 60% não estão satisfeitos com os tratamentos que fazem e a maioria desconhece novos tratamentos disponíveis e procura acompanhamento médico no privado. Estes e outros dados serão apresentados e debatidos esta tarde na conferência “O Acesso aos Cuidados de Saúde na Enxaqueca e Cefaleias”, a partir das 17h30, no Auditório da Associação Nacional das Farmácias, em Lisboa, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, a Sociedade Portuguesa de Neurologia, a European Migraine and Headache Alliance, a Associação Nacional de Farmácias e a Plataforma Saúde em Diálogo.
Até chegarem ao diagnóstico, cerca de 20% dos inquiridos visitaram quatro ou mais médicos, sublinhando-se ainda a dificuldade no acesso a consultas especializadas em cefaleias no SNS.
Em termos de medicação, 55% não dispõem de conhecimento sobre o tratamento com toxina botulínica e 70% sobre o tratamento com medicamentos biológicos. Das pessoas inquiridas que fazem tratamento preventivo, 30% iniciaram este procedimento mais de cinco anos após o diagnóstico.
Vinte e cinco por cento admitem que é difícil suportar o valor da consulta no privado, onde 20% suportam a totalidade dos custos.
O estudo alerta ainda que o rendimento médio dos doentes não é compatível com o valor dos novos fármacos preventivos e que a maioria não tem acesso aos medicamentos de que carece, sendo que o baixo rendimento está associado à dificuldade de acesso a consulta especializada e acompanhamento pelo médico de família.
O estudo “Acesso aos Cuidados de Saúde na Enxaqueca e Cefaleias” inquiriu 596 pessoas com enxaqueca ou outras cefaleias, 64% com seguro ou plano de saúde.
PR/HN/RA
29/04/2021
Segundo o estudo, desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias (SPC) em conjunto com a MiGRA Portugal – Associação de Doentes com Enxaqueca e Cefaleia, 90% atribui o início destas crises ao uso destes equipamentos de proteção, nomeadamente óculos, viseiras e máscaras.
Raquel Gil Gouveia, neurologista da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, citada em comunicado, explica que a decisão de realizar este inquérito se deveu essencialmente ao aumento do número de queixas por parte de doentes que já tinham crises de cefaleias, mas também de doentes que desenvolveram estas crises apenas devido ao uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI).
“Estas cefaleias foram descritas maioritariamente como bilaterais, tipo pressão, mais frequentemente afetando a testa e as regiões de aplicação dos EPI na zona cefálica (peri-ocular, nuca, vértex, atrás das orelhas)”, relata.
O estudo envolveu cerca de cinco mil participantes. Cerca de três em cada quatro (72%) já tinham história de cefaleia regular, 62% com critérios de enxaqueca. Nesta população, mais de 90% dos doentes afirmou que as crises agravaram.
Segundo os resultados hoje divulgados, cerca de 97% dos doentes tiveram um aumento da frequência de crises, 95% um aumento da duração e/ou intensidade e 92% responderam pior à terapêutica.
“Estes são valores que acabam por ser alarmantes, especialmente quando falamos sobre uma pior resposta à terapêutica. Como profissionais de saúde temos de alertar a população para estas questões e olhar pelo seu bem-estar”, considera Raquel Gil Gouveia.
A especialista sublinha que o aumento do número de crises “acaba por contribuir, também, para o aumento de incapacidade dos doentes, especialmente a nível laboral, local onde os doentes têm de estar permanentemente a utilizar um EPI”.
Diz ainda que o teletrabalho pode ser “uma opção para reduzir o impacto das medidas de proteção individual na população”.
“A utilização de EPI tem conduzido a um agravamento das crises dos doentes com enxaqueca e cefaleias e a uma maior dificuldade em controlar as crises com a medicação aguda que normalmente utilizam, gerando mais faltas ao trabalho e maior dificuldade de dar apoio em casa”, revela, por seu lado, Madalena Plácido, presidente da MiGRA Portugal.
Contudo, reforça, “é extremamente importante a utilização destes EPI na pandemia que atravessamos, pois não podemos colocar os doentes com cefaleias num risco acrescido”.
No entanto, explica que quando a utilização de EPI por períodos prolongados é necessária podem ser tomadas algumas medidas para minimizar o impacto da sua utilização no agravamento das crises de enxaqueca e cefaleias.
“Muitos doentes referem que os descansos regulares com a remoção do EPI por curtos períodos (sempre garantindo a segurança necessária) ajudam a reduzir o impacto”, refere a responsável, que reforça a importância de os doentes se manterem hidratados, “uma vez que a desidratação é um dos grandes desencadeadores de crises”.
“Não saltar refeições e não fazer longos períodos de jejum são também bons conselhos que ajudarão a evitar algumas crises”, acrescenta a presidente da MiGRA Portugal.
O estudo, que contou igualmente com a colaboração do centro de cefaleias do Hospital da Luz, envolveu 5.064 participantes, dos quais 90,6% mulheres, com uma idade média de 37 anos, com representação de todos os distritos de Portugal. Os dados indicam ainda que 20% dos participantes trabalham na área da saúde.
As cefaleias, como por exemplo a enxaqueca, vulgarmente conhecidas por dores de cabeça, são doenças neurológicas que provocam uma dor incapacitante e podem ter outros sintomas associados.
A Organização Mundial de Saúde identificou as cefaleias como o distúrbio neurológico mais frequentemente relatado nos cuidados primários, sendo a enxaqueca um dos mais comuns, que afeta cerca de um milhão e meio de pessoas em Portugal.
LUSA/HN
08/09/2020
De acordo com a presidente da MiGRA Portugal, Madalena Plácido, a “enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça”, sublinhando que mais de um milhão e meio de portugueses sofrem de enxaqueca diariamente. A especialista explica que as pessoas que sofrem de enxaqueca “são confrontados com o impacto que esta doença tem na sua vida pessoal, familiar e professional”, sendo obrigados, em alguns casos, a isolar-se “num local escuro e silencioso para controlar uma crise”.
A OMS considera a exaqueca como a segunda doença mais incapacitante em termos de anos vividos com incapacidade, afetando cerca de 12% da população mundial. “Apesar destes dados, continua a ser uma doença que leva muito tempo a ser diagnosticada e é subvalorizada e incompreendida por familiares, colegas e mesmo alguns profissionais de saúde”, continua Madalena Plácido.
A especialista explica que os principais sintomas associados à crise de enxaqueca são “a dor de cabeça latejante de intensidade moderada a grave, muitas vezes atingindo apenas um lado da cabeça, acompanhada de sensibilidade à luz, aos ruídos e aos movimentos. Podem também surgir alterações visuais, náuseas e vómitos”. Situações de stresse ou alterações nas rotinas diárias ou perturbações no sono podem também provocar enxaquecas.
Sobre a campanha de sensibilização a presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia, Isabel Luzeiro, explica que o objetivo é chamar a atenção das pessoas para que “comecem a olhar para esta patologia de uma forma mais séria”, uma vez que “continua a ser uma doença sem cura, apesar de existir recente inovação na área que pode vir a revolucionar e melhorar a qualidade de vida destes doentes”
No sentido de alertar para o impacto da exaqueca na vida profissional, que será organizado o webinar “Enxaqueca e o Impacto na Produtividade: O que saber e o que fazer”, no dia 11 de setembro pelas 16h00 e que será transmitido Aqui. O evento junta as três entidades organizadoras da campanha, mas também o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina no Trabalho e ainda uma empresa conhecida pela adoção de estratégias que visam melhorar a vida dos trabalhadores que vivem com enxaqueca.
No dia em que a Associação MIGRA Portugal assinala o seu primeiro aniversário (12 de Setembro) e inserido nas atividades da campanha de sensibilização decorre ainda pelas 19h00 um evento em direto da página de Facebook da Associação, titulado “Estratégias para viver com enxaqueca e cefaleias – de doentes para doentes”, evento que contará com a intervenção de representantes da Associação e doentes que irão partilhar o seu testemunho e debater estratégias para melhor viver e conviver com a doença, bem como participação dos padrinhos da Associação, o apresentador Carlos Ribeiro e da atriz Rita Cruz. Neste evento decorrerá ainda uma atuação da Rita Redshoes, onde será possível, entre outras, ouvir a música “Migraine (What Can’t You See?)”.
A campanha contará ainda com um webinar, dia 14 de Setembro às 21h00, em colaboração com a Ordem dos Farmacêuticos, no qual se irá discutir o valor dos cuidados de saúde prestados na enxaqueca e cefaleias, focando não só as necessidades dos doentes com enxaqueca e cefaleias, como também a terapêutica disponível para estes doentes.
Para saber mais sobre esta patologia, a associação e as sociedades médicas convidam ainda os interessados a dirigirem-se ao Centro Comercial Colombo nos dias 10 e 11 de setembro ou no dia 12 de setembro ao Arrábida Shopping, onde a campanha estará a ser divulgada e onde podem encontrar mais materiais informativos. Também no website da MiGRA Portugal encontram mais informação e podem colocar questões ou dúvidas que tenham sobre enxaqueca.
PR/HN/VaishalyCamões