Prática de Point-Of-Care UltraSonography na Medicina Interna marca 2.ª Reunião Anual do NEEco

Prática de Point-Of-Care UltraSonography na Medicina Interna marca 2.ª Reunião Anual do NEEco

Em entrevista ao HealthNews, José Mariz, coordenador do Núcleo, esclarece quais os objetivos principais do encontro e quais os temas em debate. Aproveita, ainda, para revelar em que consiste o curso pré-congresso “Ecografia à cabeceira do doente para internistas”, marcado para os dias 20 e 21. 

Healthnews (HN) – Vai realizar-se a 2.ª Reunião Anual do Núcleo de Estudos de Ecografia (NEEco). O que a vai distinguir da primeira?

José Mariz (JM) – Vamos ter uma sessão muito interativa de quiz de casos clínicos com POCUS (Point-Of-Care UltraSonography). Julgo que esta sessão vai marcar a diferença e criar escola para todas as futuras edições. Em relação a convidados estrangeiros, teremos o Prof. Thiago Santos, da Unicamp, em Campinas, Brasil, que nos falará sobre POCUS nos Cuidados Críticos.

HN – Quais foram os principais critérios na escolha dos temas que fazem parte do programa científico?

JM – Fazemos sempre um balanço entre temas clínicos e temas mais organizacionais. Como o tema sugere, procuramos escolher temas que façam ponte com outras especialidades, como os Cuidados Intensivos, a Cardiologia e a Medicina Geral e Familiar. Assim, os temas clínicos vão incidir no papel de POCUS nos Cuidados Críticos e no papel de POCUS na Ecocardiografia na visão do internista, além do quiz de casos clínicos. Depois iremos falar sobre o desenvolvimento de estágios de POCUS em Medicina Interna em Portugal, sobre o que o NEEco está a desenvolver para estabelecer o que deverão ser as competências em POCUS dentro da Medicina Interna. Teremos também colegas a representar a Medicina Geral e Familiar e que nos falarão do que esta especialidade também anda a desenvolver nas aplicações de POCUS nos Cuidados Primários. Como em todos os encontros científicos, teremos vários momentos de apresentação de trabalhos em POCUS e que estarão a concurso para a melhor apresentação do encontro.

HN – Quais os objetivos deste encontro?

JM – Criar uma rede de praticantes de POCUS dentro da Medicina Interna, lançar os fundamentos sólidos para a elaboração de uma lista de competências em POCUS, criar os fundamentos para criar uma rede de centros de estágio em POCUS, e aumentar a produtividade de publicações científicas na área de POCUS.

HN – Quais as suas expectativas?

JM – Estou confiante que será um grande encontro, tal como o primeiro, onde vai haver muita interatividade e partilha de experiências, que fará crescer o núcleo. E, por outro lado, alargar os nossos contactos com outras especialidades.

HN – Relativamente ao curso pré-congresso “Ecografia à cabeceira do doente para internistas”, porquê a escolha deste tema?

JM – O curso já é realizado desde o início da fundação do núcleo e trata-se de um curso imersivo que serve de introdução à prática de POCUS dentro da Medicina Interna. No entanto, o curso pode ser frequentado por colegas de outras especialidades. Este tipo de cursos imersivos é fundamental quer para quem ainda não sabe utilizar POCUS, quer para quem já tem alguma prática, mas precisa de novo estímulo para continuar a evoluir.

HN – Em que vai consistir o curso?

JM – O curso está fundamentado em POCUS como 5.º pilar do exame físico. Serão abordados os princípios da Ecografia Torácica (Pulmão e Coração), a Ecografia Reno-vesical básica para a identificação de hidronefrose, Ecografia Venosa dos Mis para identificar TVP, os princípios para auxiliar a colocação de CVC e o protocolo eFAST.

HN – O que espera das comunicações orais e pósteres?

JM – Espero que a qualidade aumente muito em termos científicos e que se estabeleça um ambiente de interatividade com participação da audiência, que estimule depois a  publicação dos melhores trabalhos.

Entrevista Rita Antunes

 

Técnica de diagnóstico POCUS em análise no I Encontro Nacional do Núcleo de Estudos de Ecografia

Técnica de diagnóstico POCUS em análise no I Encontro Nacional do Núcleo de Estudos de Ecografia

A 24 e 25 de março, também na capital, decorrerá o curso pré-encontro no âmbito da reunião nacional.

“Neste encontro, os médicos internistas vão poder ouvir de colegas com renome internacional” como “foi feito o desenvolvimento de POCUS em diferentes países, nomeadamente no Brasil, Espanha e Estados Unidos da América, por forma a ter bases para podermos discutir, ao longo do encontro, as especificidades do desenvolvimento de POCUS em Portugal no âmbito da Medicina Interna e da relação com as outras especialidades que usam a Ecografia na prática diária”, antecipa José Mariz, coordenador do NEECO, citado em comunicado de imprensa.

Em ambiente de colaboração e networking, o I Encontro Nacional do Núcleo de Estudos de Ecografia vai permitir aos profissionais da especialidade refletir sobre atuais e futuros desafios da prática clínica.

“Serão abordadas atualizações no âmbito da Ecocardiografia no doente crítico, na Ecografia Reno-Vesical no Serviço de Urgência e da aplicação da Ecografia na abordagem inicial dos doentes com COVID-19”, diz José Mariz.

Durante o encontro, segundo o coordenador, serão também apresentados “casos clínicos e trabalhos científicos, onde POCUS foi crucial na integração e resolução do problema clínico ou como objeto de estudo em trabalhos de investigação clínica”.

Point-Of-Care UltraSonography é uma “técnica de diagnóstico segura e que permite aperfeiçoar o processo de decisão na orientação do doente”, explica, em comunicado, a SPMI.

“Nos últimos anos tem-se registado um crescimento exponencial da Ecografia à Cabeceira do Doente (Point-of-care Ultrasonography – POCUS), junto dos Internistas a nível mundial”, e “Portugal mostra-se alinhado com a atual realidade”, lê-se na nota.

“Dois aspetos são fundamentais para esse crescimento: por um lado, a evolução tecnológica permite o uso de ecografia à cabeceira do doente com aparelhos cada vez mais portáteis e com elevada qualidade de processamento de imagem em tempo real. Por outro lado, a crescente evidência científica, a partir de inúmeros trabalhos de investigação científica de qualidade, permite que o uso de ecografia à cabeceira do doente melhore o cuidado dos doentes, tornando mais eficiente o processo de decisão clínica e influenciando o desfecho do doente a nível da mortalidade e morbilidade”, conclui José Mariz.

PR/HN/Rita Antunes