PSD questiona sobre pagamentos em atraso a clínicas de reabilitação do Alto Minho

PSD questiona sobre pagamentos em atraso a clínicas de reabilitação do Alto Minho

No requerimento enviado ao ministro Manuel Pizarro, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o grupo parlamentar do PSD recorda que a ULSAM mantém “há muitos anos” um protocolo com as Clínicas de Medicina Física e Reabilitação (CMFR) do Alto Minho “para tratar os utentes/doentes na sua área de residência, diminuindo os custos e encargos, quer para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), quer para os utentes”.

“O protocolo em vigor, cujas taxas não são atualizadas em termos reais desde 1992, há mais de três décadas, tem vindo a comprometer a viabilidade destas clínicas, situação agravada nos últimos anos com o aumento de custos com o pessoal, equipamentos e consumíveis”, lê-se no requerimento entregue, na sexta-feira, na Assembleia da República.

No documento, os deputados Jorge Salgueiro Mendes, Emília Cerqueira, João Montenegro, Fátima Ramos, Fernanda Velez, Guilherme Almeida, Helga Correia, Hugo Maravilha, Inês Barroso e Mónica Quintela referem que “o protocolo em questão estipula o pagamento dos serviços no prazo máximo de 90 dias, data-limite largamente ultrapassada no presente, já que os pagamentos atingem atualmente os 240 dias, ou seja, oito meses de atraso”.

 “As CMFR do Alto Minho enfrentam, neste contexto, grandes dificuldades de prestar os serviços protocolados, estando inclusivamente ameaçada a sua própria sobrevivência, tendo em conta que se trata maioritariamente de micro e de pequenas e médias empresas, o que naturalmente também compromete a subsistência de muitos postos de trabalho”, referem os deputados do PSD.

O grupo parlamentar do PSD, que acusa a ULSAM de estar numa situação de incumprimento contratual”, quer saber se o Governo confirma que “os atrasos na realização dos pagamentos ultrapassam os 90 dias, chegando a atingir os 240 dias” e se “a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) tem transferido atempadamente as verbas necessárias e suficientes para que a ULSAM honre os compromissos assumidos com as CMFR do Alto Minho”.

“Estando as CMFR do Alto Minho a funcionar com grandes dificuldades, muitas em risco de sobrevivência, pondo em causa a prestação de cuidados de saúde aos utentes do SNS do Alto Minho, vai o Ministério da Saúde liquidar os valores em dívida de imediato e quando”, perguntam os deputados social-democratas.

O PSD pergunta ainda se estão previstas medidas para reduzir a lista de espera para cirurgia no serviço de ortopedia.

“Estando 1.611 utentes da ULSAM a aguardar cirurgia de ortopedia, que medidas estão previstas para reduzir as atuais listas de espera de 199 dias nesta especialidade, com implicações a jusante na medicina física e reabilitação, que pode estar comprometida com o encerramento das CMFR do Alto Minho?”, questiona.

A ULSAM gere os hospitais de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, servindo uma população residente de 231.488 habitantes nos 10 concelhos do distrito e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

LUSA/HN

Fundação e a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo promovem sessões no âmbito da reabilitação

Fundação e a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo promovem sessões no âmbito da reabilitação

A iniciativa é destinada a profissionais de lares de idosos e de centros de dia de diversas instituições do concelho.

Segundo a organização, a formação “irá capacitar os profissionais de geriatria para a implementação de novas e melhores práticas na mobilização de idosos e deficientes motores, além de transmitir conhecimentos e técnicas que ajudarão a prevenir eventuais acidentes nos cuidados com os utentes”.

Para hoje também esteve prevista uma jornada assistencial com consultas gratuitas em algumas especialidades médicas, nomeadamente Cardiologia, Medicina Interna, Cirurgia Geral, Ginecologia e Fisiatria.

“Esta jornada vai ao encontro do trabalho profícuo realizado entre a Fundação Álvaro Carvalho e a Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, que tem por objetivo dar mais cuidados de saúde aos cidadãos do concelho, tendo em conta que o Serviço Nacional de Saúde não está a dar respostas às populações”, referiu a autarquia em comunicado.

LUSA/HN

Sessões teóricas e práticas no âmbito da reabilitação para capacitar profissionais de geriatria

Sessões teóricas e práticas no âmbito da reabilitação para capacitar profissionais de geriatria

A iniciativa é destinada a profissionais de lares de idosos e de centros de dia de diversas instituições do concelho.

Segundo a organização, a formação “irá capacitar os profissionais de geriatria para a implementação de novas e melhores práticas na mobilização de idosos e deficientes motores, além de transmitir conhecimentos e técnicas que ajudarão a prevenir eventuais acidentes nos cuidados com os utentes”.

No mesmo dia também decorrerá uma jornada assistencial com consultas gratuitas em algumas especialidades médicas, nomeadamente Cardiologia, Medicina Interna, Cirurgia Geral, Ginecologia e Fisiatria.

“Esta jornada vai ao encontro do trabalho profícuo realizado entre a Fundação Álvaro Carvalho e a Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, que tem por objetivo dar mais cuidados de saúde aos cidadãos do concelho, tendo em conta que o Serviço Nacional de Saúde não está a dar respostas às populações”, referiu a autarquia em comunicado.

LUSA/HN

João Brum Silveira:  “Todos os hospitais deveriam ter um programa de reabilitação cardíaca”

João Brum Silveira: “Todos os hospitais deveriam ter um programa de reabilitação cardíaca”

HealthNews (HN)- O coração é uma bomba muscular incansável que realiza mais de cem mil batimentos por dia. Apesar de ser um dos órgãos mais importantes do ser humano, as doenças cardíacas são o “calcanhar de Aquiles” da Saúde Pública. Porquê?

João Brum Silveira (JBS)- Estas doenças são o resultado de maus hábitos… No caso da ateroesclerose, 90% dos casos é devido à acumulação de placas de gordura nas artérias que, por sua vez, provocam uma diminuição do fluxo do sangue ao miocárdio, reduzindo a passagem de oxigénio e nutrientes. Portanto, apesar do coração ser uma bomba autónoma, é preciso que este seja alimentado. Quando cortamos a “alimentação” ao miocárdio podemos vir a assistir a algum evento cardiovascular.

HN- Quando fala na importância de “alimentar” o coração, fala sobre os cuidados na dieta equilibrada, mas também da importância da prática de exercício físico, correto?

JBS- Sim. Nas doenças cardiovasculares há fatores de risco modificáveis e não modificáveis (o sexo, a idade e o património genético). No que toca aos fatores modificáveis temos o tabagismo, o excesso de peso, a obesidade, o sedentarismo e a má alimentação. Infelizmente, há uma percentagem muito significativa de doentes que sabe que tem estes fatores de risco e não os tem controlados. Enquanto as pessoas não se consciencializarem da importância de manter estilos de vida saudáveis, estas patologias vão ser sempre um problema. 

No fundo, as doenças cardiovasculares são doenças da civilização, do estilo de vida moderno, de erros alimentares, de stress e de falta de exercício físico. 

HN- As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte a nível global, sendo responsáveis por cerca de 33 mil mortes em Portugal. Que tipo de estratégias ainda não foram adotadas e que para si poderiam servir como “travão” no número de óbitos?

JBS- As estratégias passam pela prevenção primária (evitar que as pessoas desenvolvam estas doenças ) e secundária (evitar que os doentes que têm a doença voltem a ter novos eventos e piorem o seu prognóstico). Tem que haver também uma maior aposta nas campanhas de sensibilização. Tem que se fomentar os ganhos em saúde de uma alimentação saudável e de um peso equilibrado. Isto tem um forte impacto na qualidade de vida dos doentes, assim como nas poupanças de fundos públicos. Infelizmente, verificamos que essas iniciativas surgem de forma esporádica. É preciso que, a nível central, estes assuntos sejam tratados… A Direção-Geral da Saúde tem que ter um papel mais ativo. Em Portugal, são gastos milhões de euros no tratamento destas doenças mas, no que toca à prevenção, o investimento é quase nulo. 

HN- Ainda sobre as medidas a adotar, a via verde coronária não deveria ser alargada a mais hospitais? Há evidência de que estas ferramentas contribuem para a diminuição da mortalidade e morbilidade…

JBS- Esta via foi criada em 2007 sob a presidência de Ricardo Seabra Gomes quando este era coordenador nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares. A rede teve como objetivo preparar o sistema para tratar estes doentes em tempo “útil”. A via verde coronária cobre 21 hospitais públicos, 24 h/dia/7 dias/semana, mas há zonas do país onde deveria haver mais aproximação a esta rede. Estamos a falar da Covilhã, da Guarda e Castelo Branco. De qualquer forma, a cobertura dos cuidados do enfarte agudo do miocárdio é nacional e está bem feita. Para entrar no sistema é preciso que os doentes liguem para o 112 onde é feita uma checklist dos sintomas. Quando se está perante uma vítima de um enfarte é enviada uma ambulância e, dependendo da zona onde o doente se encontra, faz-se o encaminhamento para um hospital com capacidade para o tratar. 

HN- O tempo pode ser um grande inimigo no prognóstico de uma vítima com um enfarte agudo do miocárdio, já que um pequeno atraso no diagnóstico e tratamento pode resultar na morte do doente. Então, por que razão mais de um quarto das pessoas não chama o 112 nestas situações?

JBS- Infelizmente, perto de 33% das pessoas dirige-se ao hospital pelos seus próprios meios. Isto cria um problema muito grave no que diz respeito ao transporte secundário. O INEM é responsável unicamente pelo transporte pré-hospitalar… Se fizer o transporte inter-hospitalar, o INEM depois fica sem meios. Portanto, tendo já uma rede formada, seria importante que aumentássemos o número de doentes a entrar pela rede via verde coronária. 

Sobre as razões que levam a essa falha no contacto com os serviços de emergência também gostaria de saber quais é que as justificam. De qualquer modo, penso que tem que haver mais campanhas. Porquê é que isto não se faz? Isto é um problema da Direção-Geral da Saúde… Há uma grande falta de sensibilidade para estas questões.  

HN- Como é que se deteta a olho nu um doente à beira de um enfarte?

JBS- Os sintomas são muito típicos. Geralmente o doente tem uma dor no meio do peito ou no lado esquerdo. Esta dor surge normalmente em repouso, provocando a sensação de aperto,  moedeira, queimor  ou ardor. Ao contrário da angina de peito, a dor do enfarte agudo do miocárdio é muito intensa. Quando questionamos os doentes para classificarem a dor numa escala de 1 a 10 a resposta é geralmente 9 ou mesmo 10. Esta dor pode estender-se para o pescoço e para a região da mandíbula, assim como também para as costas e para o braço esquerdo. Portanto, todos estes sintomas são sugestivos de um enfarte agudo do miocárdio. 

HN- Mas há uma outra série de sintomas sugestivos e que muitas vezes são confundidos com outras patologias… 

JBS- Sim, é verdade. Essa será sempre uma luta que vamos ter. Nos doentes mais jovens e nos mais idosos, geralmente algumas das manifestações não são as típicas. É por isso que nestes doentes deve ser feito um eletrocardiograma.

HN- O enfarte do miocárdio mata, em média, 12 pessoas por dia. Como classifica a referenciação e o acompanhamento médico destes doentes no pós-enfarte?

JBS- Há uma boa cobertura de referenciação a nível nacional, sobretudo nas grandes cidades. Apesar disso, há zonas como a Covilhã em que o cenário é mais cinzento, uma vez que é mais difícil tratar um doente com um enfarte em menos de duas horas num centro especializado. Infelizmente isto é um problema político… De qualquer forma, considero que a rede funciona bem, mas é preciso ser otimizada e saber o que se passa em determinadas zonas porque os problemas do Porto não são os mesmo que numa cidade mais pequena. 

HN- Em Portugal, apenas alguns hospitais possuem centro especializado de reabilitação cardíaca. Como olha para esta realidade?

JBS- Todos os hospitais deveriam ter um programa de reabilitação cardíaca, de modo a que todos os doente tivessem acesso ao acompanhamento de cardiologistas, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas. Por outro lado, seria importante que estes doentes tivessem um maior acesso às consultas de cessação tabágica. 

Se este trabalho, que fazemos no laboratório da Hemodinâmica, não tiver uma continuidade, podemos assistir a consequências graves. Portanto, temos que olhar para o doente como um todo, de modo a evitar o agravamento do seu estado de saúde. 

HN- Que mensagem deixa no âmbito do Dia Nacional do Doente Coronário?

JBS- É preciso reconhecer que a doença coronária é um problema sério em Portugal e, portanto, é preciso que haja mais campanhas em massa de prevenção primária e secundária. Por outro lado, é fundamental que todos os hospitais que façam tratamento ao enfarte agudo do miocárdio tenham um programa de reabilitação para que possamos diminuir a carga económica e social destas doenças. 

Entrevista de Vaishaly Camões

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PPM/Açores satisfeito com obras no edifício da Unidade de Saúde da Ilha do Corvo

PPM/Açores satisfeito com obras no edifício da Unidade de Saúde da Ilha do Corvo

Na sequência de uma visita ao edifício da Unidade de Saúde da ilha do Corvo, o PPM/Açores refere que, “no que se refere às obras de reabilitação do edifício, se constatou que as mesmas decorrem a bom ritmo e que as melhorias que se projetam permitem, de facto, aumentar os espaços de atendimento, dar resposta às novas valências criadas pela Unidade de Saúde e readaptar e modernizar espaços”.

Aquela força política, que integra o executivo açoriano, refere em nota de imprensa que a unidade de saúde “conta agora com a presença de dois médicos, de três enfermeiros, de um médico-dentista, de um fisioterapeuta e de um psicólogo, além do pessoal administrativo e dos assistentes operacionais”.

O PPM/Açores salvaguarda que os recursos “eram mais restritos, nomeadamente no que diz respeito ao serviço de medicina e enfermagem, na medida em que, anteriormente, apenas integravam o seu quadro de pessoal um médico e um enfermeiro”.

Para além da melhoria nas infraestruturas, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) dotou a Unidade de Saúde de um “vasto e diversificado equipamento”, sendo que, através de protocolo, as valências adquiridas pela Unidade de Saúde estão agora ao dispor do lar da Santa Casa da Misericórdia, “que não contava sequer com um serviço de enfermagem”, aponta o partido.

“Trata-se de uma autêntica revolução. Nunca a ilha do Corvo contou com serviços de saúde tão diversificados e bem equipados”, considera o PPM/Açores.

O partido refere que em relação aos espaços preparados para ministrar cuidados de saúde enquanto decorrem as obras, a Unidade de Saúde conta já com alguns espaços cedidos pela Santa Casa da Misericórdia e pelo Ecomuseu da Ilha do Corvo, que cedeu grande parte do Multiúsos.

“Mas o essencial do novo espaço será assegurado pela instalação de um hospital de campanha por parte do Exército, que presta assim um serviço extraordinário e inestimável a esta parcela de território localizada nos confins da soberania nacional”, afirma.

Segundo o PPM/Açores, as duas petições que deram entrada na Assembleia Legislativa dos Açores a propósito da alteração ocorrida na composição do conselho de administração da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo “foram retiradas pelos peticionários”.

LUSA/HN